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O Futuro Da água: Escassez, Meios De Distribuição E Preservação

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Por:   •  30/12/2013  •  3.071 Palavras (13 Páginas)  •  769 Visualizações

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O Futuro da água: escassez, meios de distribuição e preservação

1.Questão da água

A questão do futuro da água desperta preocupações nos mais diversos âmbitos da sociedade. Prevemos que com a sua crescente falta e a sua possível e provável escassez em determinados lugares do planeta, a água afetará as logísticas das empresas, o campo político estabelecido por diferenças de poder entre quem obtém as fontes e quem não, a consequente desigualdade social que leva à total miséria de alguns setores, a busca de alternativas viáveis economicamente para a sua obtenção e as medida interventivas de órgãos internacionais, como a ONU e o seu Programa de Desenvolvimento que estabelece metas para o milênio, colocando a água e o saneamento como medidas impulsoras de todas as outras.

A seguir, destrinchamos estes tópicos citados acima com mais detalhes.

1. Futuro relacionado à falta de água: Desigualdade social e conflitos pela distribuição de água

Crise da água no Brasil - dados a partir do site do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento)

Os índices recentes sobre o abastecimento de água apontam uma grande desigualdade entre as regiões do país e entre as classes sociais, sendo que os mais prejudicados estão nas regiões das favelas, periferias e cidades pequenas. Cerca de dois terços da faixa dos 40% mais pobres não têm acesso a saneamento básico e água potável. Já nos municípios rurais, o saneamento chega a apenas 13% dos lares e estabelecimentos. A população com renda inferior a dois salários mínimos tem um acesso a saneamento e rede de esgotos muito abaixo da média de distribuição nacional.

Isso mostra o quanto o Brasil deve avançar nesta questão, pois uma possível projeção para 2020 demonstra que cerca de 42,3% da população total brasileira não teria acesso à saneamento e rede de esgoto. Esse dado dá urgência à meta11 estabelecida pelos ODM, a qual objetiva que até 2020, deve haver melhora significativa na qualidade de vida de 100 milhões de habitantes de moradias inadequadas em todo o mundo, incluindo-se acesso a esgotamento sanitário.

O Brasil detém 12% das reservas de água doce do mundo, sendo que cerca de 70% desse total estão na Bacia Amazônica, onde a densidade populacional é a menor do país. Por outro lado, a região mais árida e pobre do Brasil, o Nordeste, onde vivem cerca de 28% da população, possui apenas 5% da água doce. A alta densidade populacional, a poluição e a agricultura, aliadas à visão de que a água é um recurso infinito, já provocam o aumento na escassez de água de qualidade nas regiões Sul e Sudeste do país, onde vive 60% da população.

1.1. Reflexão do filme: "Uma história de amor e fúria"

Partindo de uma reflexão feita pelo filme Uma História de Amor e Fúria, escrito e dirigido por Luiz Bolognesi, podemos levantar hipóteses sobre como a sociedade lidará com a falta de água no futuro.

O filme se passa numa realidade fictícia no ano de 2096, em uma sociedade extremamente desigual. Há falta de água e a mesma se torna motivo para grandes conflitos entre as diversas camadas da sociedade brasileira. O personagem principal é um guerrilheiro que combate o monopólio da água doce no Rio e o totalitarismo corporativo.

O próprio diretor do filme declarou:

“O filme faz um prognóstico realista e assustador.”, “A questão da água já é debatida hoje. Muito se fala que a crise dos próximos 50 anos será a falta de água doce. O que a gente projeta para o futuro é a realidade que vemos hoje no Brasil, um país de abismos, onde uma elite tem acesso aos grandes confortos da vida e a massa não tem acesso a quase nada”.

Questões como “Será a água muito rara no futuro?”, “Será ela controlada minuciosamente?” , “Mercados ficarão sem carne, pois se não a água para nós, quanto mais para os animais?” devem ser colocadas em pauta e debatidas. A agricultura e a agropecuária entrariam em colapso com a falta de água. Muitas regiões não conseguiriam manter sua produção. Deve-se levar em consideração que estes são os serviços que mais gastam água no Brasil. Muitos acreditam que o cenário de escassez de água será verificado até a metade deste século.

3. A questão da água no conflito Israel-Palestina

O que projetamos para o futuro brasileiro, já é uma realidade muito presente em algumas partes do mundo, como no Oriente Médio. Um estudo feito pela NASA publicado no início deste ano no Water Resources Research, uma publicação da União Geofísica Americana, apontou uma perda significante nos estoques de água das bacias do Tigre e Eufrates, cerca de 144 km³ do total de água doce armazenada.A maior perda, depois da Índia. Essa perda seria devido a uma demanda crescente da população, guerras por causa de um mau gerenciamento do recurso apoiado em leis internacionais com diversas interpretações e efeitos da mudança do clima na região, sugerindo uma escassez total para alguns países muito em breve.

A questão da água no Oriente Médio leva a um ponto de reflexão importante, o qual pode ser esperado pela sociedade brasileira, como será mostrado no tópico que retrata sobre o filme “Uma história de amor e fúria”: a disputa política, social e econômica pela distribuição da água. A água é apontada como um dos principais agravantes dos conflitos entre Israel e Palestina, por exemplo. Uma determinação do Acordo de Paz de Oslo em 1993 orienta que Israel forneça água potável aos palestinos e que estes tenham mais acesso aos recursos hídricos. Contudo, a distribuição é considerada injusta pelo lado palestino, pois este não teria acesso ao Rio Jordão, uma das principais fontes da região.

Há uma clara ligação entre a ocupação de Israel na Cisjordânia e a falta de distribuição de água, tendo Israel o poderio também sobre as fontes da Faixa de Gaza. Após a intifada, Israel colocou postos de controle para impedir que tanques palestinos chegassem para levar o carregamento de água. A escassa infraestrutura palestina ainda sofre frequentes atentados por parte dos israelenses.

A água se tornou uma das principais causas da indignação palestina. A superexploração feita pelos israelenses, os quais consomem 82% do lençol freático que se estende sob Cisjordânia e Israel (segundo a publicação no Atlas do meio ambiente da revista Le Monde Diplomatique de 2009), trará consequências gravíssimas em médio prazo. O lençol freático da costa israelense e da Faixa de Gaza

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