O Horizonte lógico-formal na Geografia Moderna
Por: 11081103 • 17/8/2018 • Trabalho acadêmico • 1.083 Palavras (5 Páginas) • 328 Visualizações
Nome: Tiago Amadeu Borges Diniz | |
Nº matrícula: 11811GEO003 Disciplina: História do Pensamento Geográfico | Turma: ☐ Noturno ☐ Diurno |
Prof. Dra Rita de Cássia Martins de Souza | |
Referências Bibliográficas Gomes, P.C.C. O horizonte lógico-formal na Geografia Moderna. In: _______. Geografia e Modernidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010. p. 249-273. | |
“Os círculos de Viena, de Praga, a escola de Frankfurt. de Cambridge, entre outras, marcaram definitivamente a identidade científica desses anos.” (GOMES, 2010, p. 249) “Com efeitos nesta época, uma verdadeira diáspora de pensadores esteve na base das múltiplas trocas entre as escolas, que tinham permanecido, até então, voltadas para si mesmas.” (GOMES, 2010, p. 249) Assim se explica a influência tardia do positivismo lógico. Este movimento tinha começado verdadeiramente no início séc. XX. a partir de uma ampla discussão nos círculos filosóficos. Contudo, foi apenas por volta da metade do XX que positivismo lógico estendeu sua influência sabre as outras disciplinas. Esta orientação, também conhecida corno filosofia analítica. estabeleceu-se primeiro sobre os domínios da matemática e da e, em seguida. às outras ciências, à psicologia, sociologia, biologia e economia. Na geografia, este movimento geralmente conhecido sob o nome de Nova Geografia ou Geografia Quantitativa. A quantificação é efetivamente um de aspectos mais familiares. Contudo, essa corrente corresponde uma orientação muito mais complexa do que a simples matematização. (GOMES, 2010, p. 250) Para os neo-hegelianos, o universo é espiritual e a existência se confunde com a percepção. Em outros temas, não há um objeto sem sujeito e todo conhecimento provém de uma relação interna. O julgamento criticista de Kant é aceito, pois ele pressupõe a adequação de uma noção à coisa, isto é, uma relação externa ao sujeito. Toda relação externa, espacial, temporal ou de causalidade, do ponto de vista deste idealismo, é ilusória. (GOMES, 2010, p. 250) “A possível exterioridade de uma relação cognitiva e a defi[pic 1]nição de um objeto de conhecimento, sem o recurso a um universo espiritual em comunhão com o objeto, são as duas diferenças fundamentais entre esta nova forma de realismo e o neo-hegelianismo.” (GOMES, 2010, p. 251) “Neste realismo, a afirmação de um sujeito do conhecimento independente do objeto abre a possibilidade de uma experiência sintética, que permite a utilização de um modelo matemático para o conhecimento.” (GOMES, 2010, p. 251) “Esta nova forma de lógica recebeu a denominação de moderna, pois tem como pressupostos ser mais objetiva, geral e precisa do que a lógica tradicional.” (GOMES, 2010, p. 252) “Para a filosofia analítica, somente a linguagem matemática pode ser legítima como instrumento de conhecimento, pois só ela sabe restringir sua importância aos limites impostos pela lógica.” (GOMES, 2010, p. 253) A conseqüência imediata desta corrente foi a valorização das ciências matemáticas como o novo paradigma metodológico. As outras disciplinas deveriam buscar, no modelo da matemática, sua coerência, rigor e objetividade. A outra conseqüência importante é a universalização dos procedimentos para a ciência e a unificação do método, que se referem sempre aos principias lógicos, os quais são o fundamento da matemática. (GOMES, 2010, p. 253) Segundo Wittgenstein, existem três tipos de proposições que correspondem aos três modelos do conhecimento. O primeiro é composto de proposições dotadas de sentido; elas.pro• vêm de um saber empírico e demandam uma prova experimental para serem aceitas (mais tarde, estas proposições serão chamadas “verificáveis”. O segundo modelo concerne às proposições vazias de sentido, deduzidas de uma concepção formal onde o valor de verdade dos enunciados analíticos está inscrito em sua forma lógica. Finalmente, o terceiro tipo corresponde às proposições destituídas de sentido, sustentadas por uma metafisica. Estas últimas proposições se caracterizam por uma impossibilidade de avaliação de seu valor de verdade, pois não possuem significação ao nível lógico. (GOMES, 2010, p. 253)[pic 2][pic 3] O outro aspecto importante da física analítica é a noção de sistemas substituindo a noção de Objeto. [...] A concepção sistémica foi adaptada para as outras ciências nos anos trinta, primeiro na biologia e em seguida na economia. Ela apresenta a vantagem de ligar os fenômenos às suas estruturas e de poder simultaneamente vê-las em diversos níveis, graças à utilização de subsistemas. Assim, a teoria geral dos sistemas foi um modelo poderoso entre todas as ciências, inclusive para a geografia. (GOMES, 2010, p. 254) A abordagem por "modelização" rapidamente estendeu seu campo de estudos aos problemas intra-urbanos, aos transportes, aos sistemas regionais e à carto, grafia temática, Sua verdadeira difusão no entanto, data do início dos anos sessenta, e a primeira obra de síntese em geografia humana só foi publicada em 1965. (GOMES, 2010, p. 256) “A posse deste novo método, a ruptura que ele ocasionou em relação geografia clássica. e a convicção de ter encontrado a conduta verdadeiramente científica para a geografia são algumas das conseqüências mais importantes da associação entre a geografia e a teoria analítica.” (GOMES, 2010, p. 256) “O que há em comum entre os textos que difundem a Nova [pic 4]Geografia é o fato de que todos eles começam invariavelmente pela crítica do projeto dito clássico ou tradicional da geografia.” (GOMES, 2010, p. 257) A diferença fundamental entre o único e o individual, segundo Bungey, por exemplo, consiste no fato de que o individual é capaz de ser apreendido dentro de uma perspectiva geral ou por uma construção teórica sem, no entanto, perder suas especificidades, Bunge critica firmemente a concepção adotada por Hartshorne, segundo a qual a unicidade e a generalidade são qualidades intrínsecas aos fatos. O ponto de vista de Bunge é de que, se as inter-relações entre os fenómenos geográficos aparecem de forma caótica. isto se deve unicamente à falta de um método científico. O problema é antes de tudo um problema de método, e não um problema intrínseco ao fato geográfico, contrariamente ao que Hartshorne, segundo Bunge, queria demonstrar. No mesmo sentido, Burton afirma que, em um mundo sem [pic 5]teorias, todos os fenômenos são únicos. Se a geografia deseja verdadeiramente ser considerada como uma ciência, deve recorrer observação das regularidades em seu campo de conhecimentos. As regularidades são, segundo Burton, o primeiro passo para se estabelecer teorias, e estas últimas fundam a condição necessária do saber científico moderno. (GOMES, 2010, p. 258) “Sempre, segundo Burton, o caminho a cumprir, para se tornar uma disciplina científica, passa pelo desenvolvimento de teorias e modelos em todos os ramos da investigação geográfica.” (GOMES, 2010, p. 261) “O caráter revolucionário da geografia analítica se manifesta, assim, pelo esforço em expulsar qualquer traço tradicional do campo de pesquisas geográficas, o que traduz bem a vontade de ruptura em relação à tradição.” (GOMES, 2010, p. 263) | |
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