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O MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM-TERRA (MST) COMO EXPRESSÃO DA CONTRA-MOBILIDADE ESPACIAL DA POPULAÇÃO

Por:   •  16/5/2018  •  Resenha  •  502 Palavras (3 Páginas)  •  361 Visualizações

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O MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM-TERRA (MST) COMO EXPRESSÃO DA CONTRA-MOBILIDADE ESPACIAL DA POPULAÇÃO.

Olga Maria Schild Becker

Introdução

Com a inserção dos países do Sul no mundo neoliberal, cresce a diferenciação social e espacial, levando assim a necessidade de redefinição dos conceitos de urbano e rural. Como formas de expressão desta nova realidade, tem-se a migração, ou também chamada de mobilidade espacial da população. O texto aborda tais aplicações nos movimentos MSTs do Rio de Janeiro, cabe lembrar que nesse contexto não se trata de um processo de luta para não deixar a terra, e sim para entrar nela.

  1. Reflexões sobre mobilidade, imobilidade e contra-mobilidade da população.

Migração pode ser tida como mobilidade espacial da população, essa possui enfoques variados, sendo os dois principais o neoclássico e o neomarxista.

Mobilidade: a mobilidade do trabalho, gerada pela lógica do crescimento capitalista, onde o trabalhador se desloca para ir até o trabalho gerar o capital.

Imobilidade: a resistência à mobilidade, pode representar uma forma de estratégia contra a expansão do capital, resistência contra o uso de sua força de trabalho e espaço de vida apenas como instrumento de valorização do capital.

Contra-mobilidade: o regresso a terra, como os camponeses que buscam ser operários nas cidades mas depois voltam desempregados, êxodo com promessas ilusórias.

De tal maneira os movimentos sociais lutam contra a mobilidade imposta aos trabalhadores pela economia capitalista. Alguns exemplos no Brasil são os extrativistas da Amazônia, o MST e os Sem-Teto, lutas por outra divisão social do espaço.

2.  O perfil dos trabalhadores do Acampamento Zumbi dos Palmares- MST. Um estudo de caso no município de Campos de Goytacazes/RJ

Mostra detalhadamente os dados dos acampados do MST.

3. Para não concluir

É o resumo de toda a parte 2:

Os estudos realizados em 1997 levaram ao estabelecimento das seguintes constatações no que se refere ao perfil do trabalhador acampado do MST: força de trabalho predominantemente madura, com pouca ou nenhuma escolaridade, informando como causa da mobilização a busca da terra e a fuga do desemprego e/ou da baixa renda tanto dos quadros rurais como urbanos, tendo empreendido trajetórias migratórias inicialmente dos tipos ‘rural-rural’ e ‘rural-urbano-rural’, e mais recentemente ‘urbano-rural’, e estando, em caráter ainda incipiente, desenvolvendo atividades complementares fora do acampamento (seja no quadro urbano, em ocupações da construção civil e do comércio de mercadorias, seja no quadro rural, no corte da cana em períodos de safra.)

Em relação ao perfil migratório, cabe ainda registrar que os trabalhadores entrevistados eram em sua maioria da região Norte Fluminense, especialmente do município de Campos de Goytacazes/RJ, estando sua mobilidade vinculada ás transformações em curso na agroindústria canavieira: um setor que já empregou 40.000 pessoas há uma década e que, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Açúcar e do Álcool de Campos, hoje não comportaria mais de 8.000 trabalhadores em época de safra. O elevado índice de desemprego gerado traduziu-se no aumento da exclusão social, contribuindo para o surgimento de aproximadamente 30 favelas na periferia da cidade. Este foi o lócus da organização dos Sem Terra no estado do Rio de Janeiro.

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