O Mundo Moderno
Casos: O Mundo Moderno. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: astoufosilveira • 7/11/2014 • 625 Palavras (3 Páginas) • 444 Visualizações
No século XV, a Europa passava por profunda transformação. Depois de quase mil anos de vida rural, fechada em si mesma, os pensadores e artistas do continente sentiam que algo ganhava vida no estagnado ambiente cultural da Idade Média.
A transformação, não por acaso, vinha da Itália. A península nunca se enquadrara no script da Idade Média e permanecera essencialmente urbana enquanto o resto da Europa se fechava na vida rural. Mesmo no auge do feudalismo, por volta do ano 1000, Veneza já era uma próspera cidade comercial.
Nada mais natural, portanto, que o mundo medieval começasse a ruir no ambiente urbano da república de Florença do século XIV. Buscando resgatar a herança cultural da Antigüidade clássica, o movimento humanista rompeu com a escolástica, filosofia medieval que explicava o mundo apenas a partir dos dogmas da Igreja, e anunciou o início de uma nova era nas letras e nas artes.
O ideal que orientava os novos tempos era, na verdade, uma busca pelo passado. No campo das letras, Dante retomava o modelo de poetas clássicos, como Virgílio, para compor sua Divina comédia. Ao mesmo tempo, Giotto di Bondoni resgatava a tradição clássica nas artes visuais. Os grandes modelos greco-romanos ressuscitavam. Era o início do Renascimento.
© LUIZ FERNANDO MACIAN (REPRODUÇÃO)
Resgatando a tradição clássica, Giotto rompeu com a pintura medieval/O cortejo nupcial da virgem, afresco, Giotto di Bondoni, 1304-1305, Capela Scrovegni, Pádua e Os pais da perspectiva nas artes visuais: Masaccio, Alberti e Brunelleschi (da esquerda para a direita)/Detalhe do afresco Ressurreição do filho de Teófilo e São Pedro em Cátedra, Masaccio, 1424- 1427, Capela Brancacci, Florença Surgido nas artes, esse movimento moldaria, nos séculos seguintes, a própria mentalidade do homem moderno. Foi para explicar um fenômeno cultural de tamanhas proporções que o consultor de História Viva, Luiz Marques, decidiu embarcar na aventura de elaborar uma série de revistas que mostrasse ao público como, ao criar uma determinada idéia do mundo antigo, o Renascimento “gerou as coordenadas mentais do mundo moderno”.
Professor do Departamento de História da Unicamp e um dos maiores especialistas brasileiros no assunto, Marques dividiu a coleção em cinco volumes, cada um dedicado a determinada fase do Renascimento.
A primeira edição abrange o período que vai de 1280 a 1420 e aborda os primórdios do movimento, quando nomes como Giotto, Cimabue, Dante e Petrarca, reunidos na cidade de Florença, lançaram as bases da nova mentalidade. O segundo número se concentra nos anos de 1420 a 1480 e trata do momento em que a renovação artística e intelectual se espalha por Roma, Veneza, Nápoles, Milão e Florença.
O terceiro fascículo da série aborda o período que vai de 1480 a 1500 e analisa como os artistas do século XV reprocessaram a tradição clássica da arquitetura e da escultura monumental da Antigüidade.
Capa da primeira edição da série O quarto número foca a idade de ouro do Renascimento, entre os anos de 1503 e 1521, quando gênios como Leonardo da Vinci, Michelangelo e Rafael trabalharam, lado a lado em Florença. Por fim, o último número trata dos anos de 1520 a 1580, quando as guerras da Itália sufocaram o movimento na península e
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