O TEMPO GEOLÓGICO
Por: 12111EAB0487444 • 21/6/2022 • Dissertação • 2.537 Palavras (11 Páginas) • 116 Visualizações
O TEMPO GEOLÓGICO
Introdução
O conceito de tempo em geologia abrange uma escala muito ampla, que varia de anos a
bilhões de anos, e a reconstrução da história geológica da Terra, feita a partir de registros de
eventos passados, torna-se mais difícil à medida que a idade destes eventos aumenta.
A informação histórica, com a qual os geólogos trabalham, está principalmente nas rochas
estratificadas – não somente as sedimentares, mas também as ígneas e as metamórficas – que
afloram na superfície da Terra ou podem ser alcançadas através de sondagens. Os estratos das
rochas, dispostos uns sobre os outros, contêm importantes informações a respeito dos ambientes
passados onde foram formados; se sua seqüência e idade podem ser determinadas, pode-se
reconstruir muito da história da Terra.
O estudo dos estratos, chamado Estratigrafia, envolve diferentes abordagens, que
incluem: mapeamento tradicional de campo e descrição das rochas expostas, o estudo de seu
conteúdo em fósseis, datação por meios radiométricos, além do estudo de suas características
texturais, sua composição mineralógica e isotópica. A distribuição regional e as relações entre
estratos pode ser estudada pelo uso de fotografias aéreas e imagens de satélite. Os estratos
abaixo da superfície dos continentes ou do fundo oceânico podem ser investigados por sondagens
ou métodos geofísicos (sísmica). A estratigrafia, portanto, tem muitas ferramentas a sua
disposição para entender e reconstruir os ambientes passados e a história da Terra.
Princípios Estratigráficos
Uma série de estratos perfeitamente acamadados e ordenados não oferece obstáculos ao
entendimento de suas relações estratigráficas. Mas, em muitas cadeias de montanhas onde
rochas sedimentares similares foram intensamente deformadas, deslocadas, metamorfisadas e
invadidas por rochas ígneas, a estratigrafia pode parecer quase indecifrável. Isto poderia ocorrer
sem alguns princípios estratigráficos básicos que possibilitam o entendimento de associações de
rochas mais complexas, que foram deformadas em regiões tectonicamente perturbadas.
Estes princípios permitem organizar as rochas estratificadas no tempo, a partir do estudo
de suas relações laterais e verticais numa determinada área. Os três primeiros princípios incluem
o princípio da horizontalidade original, a lei da superposição estratigráfica e o princípio da
continuidade lateral; o quarto princípio refere-se às relações de intersecção (Figura 1).
Princípio da horizontalidade original
A maioria das rochas sedimentares preservadas são de origem marinha; isto é, elas foram
depositadas no fundo do mar, em águas relativamente rasas. Sob estas condições, as partículas
sedimentares soltas tendem a ser acumuladas sobre o fundo oceânico, e cada nova camada
sedimentar deposita-se quase horizontalmente sobre as mais antigas. Esta observação é
consistente com o princípio de horizontalidade original que estabelece que: os sedimentos
são acumulados em camadas sucessivas dispostas em estratos horizontais e paralelos ou
aproximadamente horizontais e paralelos à superfície da Terra (Figura 1).
Esta generalização implica que as camadas de rochas atualmente inclinadas devem ter
sido perturbadas, visto que elas foram depositadas numa posição horizontal. Existem exceções a
esta regra geral, como no caso de sedimentos acumulados em deltas, onde declives iniciais de
dezenas de graus são comuns, ou mesmo nas camadas depositadas em encostas montanhosas
ou nos flancos de grandes dunas; nestes casos a inclinação original da camada deve ser
interpretada com cuidado.
Princípio da superposição estratigráfica
O princípio de superposição estratigráfica estabelece que: em qualquer seqüência de
estratos, desde que não revolvidos posteriormente, a ordem em que eles foram
depositados é da base para o topo, ou seja, as camadas mais velhas na base e as mais
novas sucessivamente acima (Figura 1).
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Este princípio implica numa escala de tempo relativa, pela qual as idades relativas de dois
estratos podem ser fixadas, considerando se uma das camadas está em cima ou embaixo da
outra, ou seja, a camada de cima formou-se sobre a de baixo e portanto, ela é mais jovem. Ele
não permite determinar a idade de qualquer estrato em anos, mas para as relações estratigráficas
é necessário determinar a idade de uma camada em relação a outra.
Princípio da continuidade lateral original
O princípio da continuidade lateral original estabelece que: as camadas sedimentares
são contínuas, estendendo-se até as margens da bacia de acumulação, ou se afinam
lateralmente.
Seqüências estratigráficas idênticas expostas em lados opostos de um vale devem ser
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