RELATÓRIO EXECUTIVO: CONSISTÊNCIA DOS DADOS HISTÓRICOS DE CHAPECÓ/SC, CAÇADOR/SC, SÃO JOAQUIM/SC E LAGES/SC.

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA – CAMPUS FLORIANÓPOLIS

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE SAÚDE E SERVIÇO

CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METEOROLOGIA

UNIDADE CURRICULAR DE CONSISTÊNCIA DE DADOS METEOROLÓGICOS

RELATÓRIO FINAL

NICOLE ALEXANDRA LIEBL

RELATÓRIO EXECUTIVO: CONSISTÊNCIA DOS DADOS HISTÓRICOS DE CHAPECÓ/SC, CAÇADOR/SC, SÃO JOAQUIM/SC E LAGES/SC.

Florianópolis/SC

Julho de 2016

INTRODUÇÃO

Ao concluir a unidade curricular de Consistência de Dados Meteorológicos do segundo módulo do curso técnico subsequente em Meteorologia do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), é previsto que o aluno tenha competência de analisar a consistência dos dados meteorológicos observados bem como levantar e organizar dados meteorológicos utilizando tecnologias de informação e comunicação. Além disso, também se espera que ele conheça as ferramentas estatísticas necessárias para a verificação de inconsistências e falhas do mesmo modo que saiba aplicar os processos estatísticos para tratamentos de dados meteorológicos e climatológicos, e por fim, saiba obter e armazenar informações a partir de bases de dados meteorológicos, hidrológicos e ecológicos.

Para que isso seja possível, no decorrer do semestre, algumas bases foram apresentadas para dar suporte às habilidades e competências esperadas. Por exemplo, precisamos conhecer métodos estatísticos aplicados à meteorologia, aprender o que é consistência temporal e espacial de séries climatológicas, reconhecer falhas em séries climatológicas e compreender como fazer o preenchimento dessas falhas, dominar a elaboração de normais climatológicas, dominar cálculo de anomalias climatológicas e identificação dos efeitos climáticos associados ao ENOS (El Nino – Oscilação Sul).

A fim de que todas as exigências que essa unidade curricular exige sejam supridas, foi solucionado o exercício proposto ao longo das aulas, pouco a pouco, com a supervisão da professora Márcia Vetromilla Fuentes. Essa atividade consistia basicamente em analisar uma série de dados de temperatura mínima de quatro cidades catarinenses, os detalhes da metodologia serão descritos a seguir. O relatório executivo final tem como objetivo descrever os processos e resultados dessa atividade.

METODOLOGIA

A metodologia usada nesse relatório foi, primeiramente, reconhecer uma série de dados climatológicos de aproximadamente dez anos (1990-2000) de temperatura mínima de quatro estações distintas: Chapecó/SC, Caçador/SC, São Joaquim/SC e Lages/SC em um software de planilhas e em seguida fazer o tratamento dos dados. Nessa primeira fase da atividade, foram encontradas as inconsistências temporais e espaciais da série, calculadas as correlações entre as variáveis, falhas foram preenchidas por meio de regressão linear entre as estações que apresentaram as maiores correlações, foram calculadas e comparadas as médias e os coeficientes de variação e finalmente, verificados os extremos das séries.

Na segunda fase da atividade, foi escolhida uma dessas quatro séries fornecidas para realizar um diagnóstico mais detalhado. Para tanto, calculou-se as médias mensais e os desvios das médias, “anomalias climáticas”, mês a mês. A partir do histórico de ocorrência de ENSO (Tabela 1), verificaram-se os possíveis padrões de temperatura mínima associados ao fenômeno, comprovando-os a partir de gráfico de barras dos desvios médios mensais associados ao fenômeno El Nino e ao La Nina. Identificou-se o mês que apresenta as maiores anomalias de temperatura mínima associados ao ENSO e a partir deste mês, tanto para eventos La Nina quanto El Nino, foram feitas a distribuição de frequência, o gráfico de frequência relativa acumulada, e definiu-se a mediada, o primeiro e o terceiro quartil.

Episódio	Ano	Intensidade
1990-1993	EI Nino	Forte
1994-1995	EI Nino	Fraco
1995-1996	La Nina	Moderado
1997-1998	EI Nino	Forte
1998-2000	La Nina	Forte

Tabela 1

RESULTADOS

Primeiramente, os dados foram separados por ano, de 1990 até 2000. O ano de 2000 tem dados somente até o mês de julho. A partir daí pode-se criar um gráfico para cada ano onde é possível notar claramente as inconsistências temporal e espacial das séries de dados. Três dados inconsistentes foram encontrados. O primeiro no dia 28 de maio de 1992 na estação de Chapecó/SC, com a temperatura mínima de 29,0°C. O segundo foi no dia 16 de outubro de 1994, na estação de Lages/SC, com a temperatura mínima de 27,0°C. E a terceira foi no dia 08 de setembro de 1996, na estação de Caçador/SC, com a temperatura mínima de 36,5°C.

Depois de encontrar as inconsistências, foi identificada a falta de dados em duas estações: Lages/SC e Caçador/SC, totalizando 36 dados faltantes, sendo que 34 eram da estação de Caçador/SC (94,5%) e apenas dois da estação de Lages/SC (5,5%). Em Lages/SC nos dias 03 de fevereiro de 1995 e 17 de julho de 2000 e em Caçador/SC nos dias 12 de dezembro de 1995, 09 a 31 de julho de 1996, 10 e 19 de março de 1997, 21 de julho de 1997, 07 de setembro de 1997, 01 de março de 1998, 16 de maio de 1998, 18 de fevereiro de 2000, 02 e 17 de março de 2000 e 14 de julho de 2000.

Para calcular as correlações entre as variáveis, foi utilizada uma função do softaware utilizado chamada “CORREL”, cuja sintaxe é “=CORREL(matriz1;matriz2)” para calcular a correlação aos pares entre as estações chegando ao resultado que vemos na Tabela 2.

Estação 1	Estação 2	Correlação
Chapecó/SC	Caçador/SC	0,862475164
Chapecó/SC	São Joaquim/SC	0,921370305
Chapecó/SC	Lages/SC	0,862475164
Caçador/SC	São Joaquim/SC	0,806957324
Caçador/SC	Lages/SC	0,932454048
Caçador/SC	Chapecó/SC	0,862475164
São Joaquim/SC	Lages/SC	0,881451301
São Joaquim/SC	Caçador/SC	0,806957324
São Joaquim/SC	Chapecó/SC	0,921370305
Lages/SC	Chapecó/SC	0,890918618
Lages/SC	Caçador/SC	0,932454048
Lages/SC	São Joaquim/SC	0,881451301

Tabela 2