RELATÓRIO DE MONITORAMENTO NAS TERRAS INDÍGENAS DO ACRE
Por: Billy Fequis • 13/7/2019 • Monografia • 2.474 Palavras (10 Páginas) • 279 Visualizações
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RELATÓRIO DE MONITORAMENTO NAS TERRAS INDÍGENAS DO ACRE |
Período: 2015-2018 |
APOIO: RAINFOREST FOUNDATION NORWAY - RFN |
Associações parceiras[pic 2][pic 3]
Associação dos Kaxinawá do Rio Breu - AKARIB
Associação dos Povos Indígenas do Rio Humaitá - ASPIRH
Associação da TI Mamoadate
Associação Apiwtxa
Sumário
Introdução 2
Caracterização 3
Terra Indígena Kaxinawá do Rio Humaitá 3
Terra Indígena Mamoadate 7
Terra Indígena Ashaninka do Rio Amonia 11
Terra Kaxinawá Ashaninka do Rio Breu 11
Terra Indígena Kaxinawá do Rio Jordão 12
SITUAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL 0
Conclusão 1
Introdução
Este documento descreve as atividades e tem como objetivo o acompanhamento em quatro terras indígenas – tendo como marco zero o ano de 2015...
Este documente descreve a situação de quatro terras indígenas, no âmbito de alguns aspectos relacionados ao uso da terra, dos recursos naturais e da cobertura vegetal, além da presença de povos indígenas em isolamento voluntário, e as principais ameaças do entorno dos territórios. O objetivo é o monitoramento anual de tais aspectos, tendo como marco zero o ano de 2015, para as Terras Indígenas Kampa do Rio Amônia, Kaxinawá Ashaninka do Rio Breu, Kaxinawá do Rio Humaitá e Mamoadate, contempladas no PROJETO GESTÃO TERRITORIAL E AMBIENTAL E PROMOÇÃO DE DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS NA FRONTEIRA BRASIL – PERU.
Em um intervalor de tempo , espera-se compreender melhor a dinâmica de cada um desses aspectos a partir dos resultados obtidos no acompanhamento/monitoramento, levando em consideração as estratégias indígenas de gestão territorial e ambiental das terras indígenas monitoradas....
Caracterização
Terra Indígena Kaxinawá do Rio Humaitá
A Terra Indígena Kaxinawá do Rio Humaitá faz parte de um mosaico de áreas naturais protegidas na faixa de fronteira entre o departamento de Ucayali (Peru) e o Estado do Acre. Está localizada à sudoeste da região amazônica, próxima aos limites internacionais onde se situa o paralelo 10º de latitude sul.
É uma das terras da região de fronteira na qual a presença de povos indígenas em isolamento voluntário é inte nsa, e que preocupa o povo Huni Kuĩ, pois os aparecimentos destes povos têm se dado de forma mais frequente nos últimos tempos, sinalizando para um possível contato em breve.
A liderança e presidente da ASPIRH (Associação dos Povos indígenas do Rio Humaitá) Jocenir Sabóia, responsável pelas ações do monitoramento de “isolados” na terra indígena, realiza em conjunto com as demais lideranças as atividades estratégicas para a proteção desses povos, entre elas, visitas periódicas para manutenção à “Casa de Brinde”[1] no alto Rio Humaitá, reuniões de sensibilização e informação sobre índios isolados nas comunidades não indígenas do entorno da terra indígena – Rio Iboiaçu e Muru, além de reuniões nas comunidades das cinco aldeias da própria terra indígena.
mapa
POVOS INDÍGENAS EM ISOLAMENTO VOLUNTÁRIO
Situação dos povos indígenas em isolamento voluntário na TI Kaxinawá do Rio Humaitá
- Acompanhamento da liderança Jocemir, com atividades de visitas à casa de brinde e registro dos vários sinais de presença de isolados na terra indígena e em suas aldeias
- atualização de Mapeamento de evidências da presença de isolados -
- Articulação comunitária para ações de sensibilização e informação sobre isolados, além de intercâmbio de conhecimento – práticas agroflorestais nas comunidades do Rio Muru e Iboiaçu
- Principais dificuldades para manter o monitoramento
A seguir, estão as principais ações realizadas pelos Huni Kuĩ durante o período de 2015 e 2018:
Novembro de 2015
Reuniões e intercâmbio em duas escolas de comunidades não indígenas do rio Muru (Seringal Jocuipe, Seringal Porporica) para:
- Discutir a gestão ambiental e territorial junto aos professores e alunos das escolas de ensino fundamental;
- Informar e sensibilizar sobre a presença de povos indígenas em isolamento voluntário na região.
- Entrega de publicações – Tecendo Saberes, Boletim Transfronteiriço, Boletim Nova Cartografia Social da Amazônia, Yumakĩ.
- Articulação com os vizinhos do entorno para participarem das discussões e as políticas públicas para proteção e a gestão territorial, de forma integrada.
Dezembro de 2015
- Grupo formado por 18 pessoas realizaram visita à “casa de brinde” para manutenção (limpeza do local) e plantio de roçados de mandioca e banana, plantados próximo à boca do igarapé Taraya. Os roçados servirão para fornecer alimento aos próprios índios isolados.
- Monitoramento e vigilância de caçadores, com deslocamento de duas equipes para o igarapé São Bernardo e para o poço do rio Humaitá chamado de Proa de Lancha.
- Registraram sinais e vestígios da presença de isolados - na ocasião da visita, foram encontrados caminhos, com pedaço de pau cortado do lado do rio Muru, e um pau quebrado do lado do rio Envira, em caminhos antigos e novos. Alguns sinais sonoros (de canto de animais) também foram identificados como sendo imitação dos isolados.
Sinais da presença de índios isolados no ano de 2016 nas aldeias:
Aldeia Novo Futuro:
- Maio 2016 - ouviram “sons” e em seguida ao chegar no local viram pegadas e rastro em direção a mata.
São Vicente:
- Junho 2016 - A comunidade ouviu “remido[2]” perto da casa da cultura e da arena, como também o local onde viram fumaça no roçado, ao chegar ao local, tinha resto de osso de animais. Também foi mapeado o local onde eles passaram, fica próximo a privada do AIS, deixaram um galho de goiabeira quebrada.
Boa Vista:
- Agosto 2016 - A esposo do professor Nilson avistou três isolados atrás de sua casa, depois ao perceberem eles correram
Boa sorte:
- Março 2016 - uma senhora que estava no roçado viu um pedaço de tronco sendo jogado em sua direção, e avistou em sua frente dois isolados no roçado.
Monitoramento de 2017
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