Reflexão Sobre A Colonialidade Do Poder
Pesquisas Acadêmicas: Reflexão Sobre A Colonialidade Do Poder. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: gugaa_88 • 11/2/2014 • 468 Palavras (2 Páginas) • 337 Visualizações
O molde mundial foi feito com base no que conhecemos por eurocentrismo – uma visão de mundo que tende a colocar a Europa e tudo o que for derivado dela como elemento fundamental na constituição da sociedade moderna – essa definição pode ser dada também como uma causa. Foi por meio da colonização juntamente com o eurocentrismo que se iniciou a ideia de “raças” seguidas de seus muitos adjetivos, essas raças passaram a serem identidades de determinados povos, fato relativamente novo no plano mundial. Aqueles que foram conquistados em seu próprio território pelos homens de cor mais clara – vulgos europeus, os quais se autodenominaram brancos -, ficaram conhecidos como negros, índios, mestiços, etc. e ficaram destinados a serem inferiores por não fazerem parte da “homogeneidade”, que eles tanto apreciam. Porém, essa homogeneidade se funcionar bem é somente na teoria, pois muitos dos países que expulsaram “os inferiores” perderam seus consumidores.
A distribuição do trabalho ficou cada vez mais racista combinada com o sistema capitalista e com o aparecimento de mais juízos de valor, ou seja, novas identidades e reformulação de outras já inventadas. Na América Latina, a realidade foi que os nativos além de perderem a posse de suas terras e todas as suas riquezas naturais para os europeus e no mais tardar para os norte-americanos, ganharam em troca uma identidade extremamente racial, trabalho servil e por vezes escravo, e o pior, a dizimação de seu povo e sua cultura em muitos territórios da América. Como os africanos que foram transportados para os quatro cantos do mundo para executarem a mão-de-obra mais pesada, sofrerem os piores maus tratos e na maioria das vezes não receberem salários, bonificações ou recompensas por seus serviços, pois na concepção europeia trabalho assalariado era benefício dos brancos.
Os europeus ocidentais difundiram e estabeleceram ainda a ideia de que eram os donos da modernização, enquanto descobriam e exterminavam sociedades com tecnologias muito mais avançadas das que eles tinham e usufruíam. Uma visão um tanto quanto etnocêntrica, xenofóbica e egoísta, sendo que o único padrão de poder mundial é o que temos agora, o capitalismo controlado pelos norte-americanos. O único efeito que o eurocentrismo tem sobre nós é a distorção, seja na mente das populações, no mapa ou em qualquer outra coisa.
Estado-nação não é algo homogêneo nem bem distribuído, principalmente na América Latina, na qual vemos a maior porção de terras concentradas nas mãos das famílias mais ricas e dos latifundiários, e a maior parte da sociedade que atualmente não tem condições de ascender socialmente está inserida nos moldes das “novas identidades raciais” impostas a mais de 500 anos atrás pelos europeus, isso se dá pelo fato não de serem inferiores ou menos capazes, mas sim por terem sido todos esses anos explorados pelos “brancos, europeus, norte-americanos, ocidentais” os quais se autodenominam uma “raça superior”.
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