Resenha Biogeografia e Geomorfologia

FERNANDO MOREIRA GOMES

BIOGEOGRAFIA E GEOMORFOLOGIA

João Batista da Silva Pereira

Josimar Ribeiro de Almeida

INTRODUÇÃO

A biogeografia estuda a distribuição geográfica dos seres vivos, sejam animais ou vegetais.

A geografia do planeta, com dispersão irregulares dos continentes e ilhas, diversidade climática e os várias forma do relevo, resulta numa distribuição dos seres vivos de forma bem peculiar.

Biogeografia segundo Dansereau (in Robinson, 1972) “estuda a origem, distribuição, adaptação e associação de plantas e animais (...)”, estendendo-se até a ecologia vegetal, animal, geografia humana, antropologia e ciências sociais. p. 195.

Visão antropogênica: Anderson (1951, in Anderson, 1972) “o estudo das relações biológicas entre o homem, considerado tão-somente como um animal, e todo seu ambiente animado e inanimado.” p. 196.

Para Robinson (1972), “(...) biogeografia, além de estudar a distribuição geográfica das plantas e dos animais, também o faz com os solos e aspectos particulares do homem, este considerado como animal, capaz de desenvolver importante papel na biosfera por meio de suas atividades que alteram o equilíbrio natural.” p. 196.

PRINCÍPIOS GERAIS DA BIOGEOGRAFIA

É preciso estudar sobre as mudanças e condições ambientais de hoje e do passado, para compreender como se dá a distribuição dos seres vivos sob a superfície. A transversalidade entre a edologia, climatologia, paleontologia, geologia, ecologia, zoologia, botânica e geografia, é fundamental.

Fitogeografia: estudo dos vegetais

Zoogeografia: Estudo dos animais

O estudo da biogeografia se dá na biosfera, que engloba toda a vida existente na Terra.

Parabiosfera:  regiões do globo não muito propícias para a vida, mas que mesmo assim ocorre. Exemplo: calotas polares e altas montanhas.

FATORES DETERMINANTES DA BIOGEOGRAFIA

Determinam se o local é favorável ou não para a manutenção da vida em determinadas regiões. Alguns exemplos:

Fatores geográficos: Interferem profundamente na distribuição da vida no globo. Montanhas podem servir de barreiras ou corredores para a dispersão, assim como rios e mares, que servem para dispersão de seres aquáticos, mas é uma barreira para os animais terrestres. Ex: Cordilheira dos Andes – caminho para espécies variados, entre a América Central e Sul, porém, é uma barreira para indivíduos da Costa do Pacífico para o Oriente.

Fatores edáficos: O tipo de solo determina o tipo de espécie que pode viver ali. Pode ser poroso, argiloso, etc, com capacidade de retenção de água variados.

Fatores climáticos: Em relação a distribuição da vegetação, é o fator mais importante, devido a temperatura, luz, umidade, etc. O excesso ou ausência destes, implica no não desenvolvimento de certas espécies. Por conta disso, nos Trópicos há uma maior biodiversidade, devido a radiação solar e temperatura adequada. Em contrapartida, nas regiões temperadas e baixa temperaturas, há uma diversidade de espécies menor. O mesmo ocorre com a fauna. Ex: animais que hibernam por conta da escassez de alimento.

Fatores bióticos: A disposição dos seres vivos (fauna e flora) também influenciam na sua distribuição. A flora determina na distribuição da fauna, e em contrapartida, a fauna ajuda na distribuição da flora, através da dispersão de sementes pelos herbívoros.

Fatores humanos: Mesmo pertencendo ao fator biótico, o homem possui características peculiares. Ao longo da história, extinguiu inúmeras espécies, e introduziu tantas outras. Com isso, transformou de forma significativa “(...) as áreas geográficas de muitas espécies.” p. 202.

INTER-RELAÇÕES DAS DINÂMICAS BIOLÓGICA E GEOGRÁFICA.

A biodiversidade é a comprovação dessa inter-relação. Hipótese de Gaia desenvolvida por James Lovelock, os organismos e microorganismos evoluíram juntamente com a Terra.

INTER-RELAÇÕES HISTÓRICAS E FILOGENÉTICAS: GEOMORFOLOGIA E BIOGEOGRAFIA

Por conta das mudanças na superfície da Terra, além de todo o seu clima, impactou na forma de distribuição dos seres vivos. Através do movimento continental, surge montanhas, e a formação de lagos e mares, é um exemplo da dinâmica da Terra. Isso determinou a distribuição, adaptação e extinção dos seres vivos.

REGULARIDADE NA DISPERSÃO DE FLORAS E FAUNAS

O clima é um fator determinante na dispersão. Há duas teorias distintas sobre a dispersão da vida no globo:

A primeira alega que “(...) áreas de latitudes altas teriam sido centros de dispersão centrífuga das espécies, aceitando que estas apresentam maior capacidade de competência e expansão”, por conta de ter “(...) maiores dimensões e fertilidade e por terem passado por processos seletivos rigorosos, quando das flutuações climáticas.” p. 207.

A segunda “(...) defende as baixas latitudes como origem, alegando que nos trópicos há maior número de famílias de vertebrados terrestres e que as faunas das zonas temperadas têm as características de formas tropicais empobrecidas.” p.208.

DERIVA CONTINENTAL E TECTÔNICA DE PLACAS.

A deriva continental, teoria elaborada por Wegener, afirma que os continentes eram, no início, um só bloco, denominado Pangeae, e que se dividiu  pela crosta terrestre, dando a atual configuração, comprovadas nos dias atuais, pelas “(...) evidências geológicas, geográficas e biológicas (...).” p. 210.

Com isso, áreas hoje secas, como grandes vales e canyos, no passado poderiam estar cobertas por água, e vice – versa.

A teoria tectônica da placas, elaborada por Salgado-Labouriau, em 1994, afirma que a crosta terrestre está em constante movimento por conta dela estar sobreposta numa camada viscosa. Corrente de convecção térmica, é o que faz os continentes se deslocarem.