Resenha - Cartografia Geografia

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ - UEPA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO - CCSE

CAMPUS XX - NÚCLEO UNIVERSITÁRIO DE CASTANHAL

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM GEOGRAFIA

DISCLIPLINA: CARTOGRAFIA APLICADA AO ENSINO DE GEOGRAFIA

DOCENTE: PROF. DR. CARLOS JORGE NOGUEIRA DE CASTRO

DISCENTE: LEOMAR SILVA CHAGAS NETO, 20161603178

PISSINATI, M. C.; ARCHELA, R. S. Fundamentos da Alfabetização Cartográfica no Ensino de Geografia. Geografia - v. 16, n. 1. Londrina: UEL, 2007.

RESENHA CRÍTICA

Logo no resumo do presente artigo, as autoras deixam claro que o objetivo do mesmo é dar um suporte ao professor, ajudando este profissional na compreensão dos elementos cartográficos e, consequentemente, ajuda-los no repasse desse conhecimentos aos alunos.

Na introdução, as autoras partem do princípio de que nós usamos a Geografia em todo e qualquer momento, porém as pessoas não compreendem essa presença na sua vida e no seu dia-a-dia, o que, de fato, é verdade e dispensa contestações. Em seguida, as duas argumentam que a maioria das pessoas tem falta de habilidades cartográficas, ou mesmo, desconhecem essa área da ciência chamada cartografia. Partindo desses dois problemas gravíssimos, elas defendem a ideia do ensino da Cartografia no ensino infantil, ou seja, nos primeiros anos escolares da criança, porque assim, segundo, elas, as crianças estarão “adquirindo todo um saber científico que trará mais luz para as atividades da sua vida diária” (p. 2). Porém, a cartografia não deve ser ensinada só para as crianças. As autoras vão além. Analisando os problemas da educação no nosso país, elas defendem que o ensino da Cartografia (ou do mapa) se estenda para outros níveis, como o ensino fundamental e o EJA.

Sabemos que a Geografia tem por objetivo formar um senso crítico nos alunos, e a Cartografia pode muito bem ajudar nesse propósito. E é essa ideia que as autoras expressam no artigo. Direcionado prioritariamente aos professores, elas tentam, ao decorrer do mesmo, contribuir para que os docentes saibam a importância do conhecimento dos mapas e repassarem esse conhecimento e essa consciência aos alunos. Uma ideia extraordinária que muitos professores deveriam ler.

No próximo ponto do artigo, as autoras vêm falar sobre a relação entre a Geografia e a Cartografia, relação essa que muitos desconhecem. Aí está o problema. Elas desconhecem porque tem a ideia da disciplina Geografia como algo decorativo e chato, culpa, na maioria das vezes da forma que viram essa disciplina na escola. É por esse motivo que muitas pessoas não enxergam a relação da Cartografia com a Geografia. E quando são questionadas, segundo as autoras, sobre mapas por exemplo, associam mais com a Geografia física, negando uma relação com as outras áreas da ciência, como a Geografia humana. É aí que os professores devem se mexer. Devem propor um novo olhar, um novo estudo de mapas para os seus alunos. Fazer o aluno ler todas as informações presentes em um mapa e assim, compreender melhor a sua realidade através desse mapa, e ainda, entenderem que o mapa pode mostrar qualquer tipo de informação geográfica, de relevos a áreas ocupadas. Da Geografia física a geografia humana. Isso é a ideia que elas repassam. A cartografia auxiliando as pessoas a obterem uma reflexão crítica. Uma ideia que pode mudar completamente nosso sistema de ensino. Portanto, segundo as autoras, Geografia e Cartografia tem sim uma grande relação, visto que, ao longo dos anos, a primeira seguiu fazendo descobertas, a segunda por sua vez, a acompanhou representando essas descobertas.

No ponto seguinte, as autoras buscam explicar o que é para que serve o mapa. É um dos pontos mais “teóricos” do artigo. Primeiro elas definem o que é a Cartografia. Usam uma definição que ficou estabelecida pela Associação Cartográfica Internacional. Elas afirmam que a Cartografia utiliza-se da arte e da ciência. A ciência coleta, analisa e justifica as informações e a arte ajuda a inserir e visualizar essas informações. O principal ponto, segundo elas, que dificulta as pessoas a compreenderem os mapas é a sua característica bidimensional. Vale lembrar que o mapa representa áreas tridimensionais com largura, comprimento e altura. E a falta dessa “altura” nos mapas é um dos fatores principais que podem explicar a dificuldade da leitura e interpretação dos mapas. Porém, não é só isso. Segundo elas, é necessário ter um conhecimento sobre orientação espacial, escala e simbologia para compreender um mapa, assim como substituir os conceitos de lateralidade que usamos no dia-a-dia para os pontos cardeais. Devemos saber que a parte de cima do mapa corresponde ao norte, a de baixo ao sul, a direita ao leste e a esquerda ao oeste. Conhecimentos talvez básicos para nós, mas desconhecidos para várias pessoas. Em seguida, elas falam sobre os outros elementos de um mapa e de suas importâncias, como a escala (que determina os detalhes de um mapa), a simbologia (signos, cores, que dão “vida” ao mapa, criando os pontos e as linhas), a legenda (que é a comunicação do mapa com o leitor) e o título (que mostra o objetivo do mapa). Elas terminam esse ponto afirmando uma ideia já exposta anteriormente: da inegável importância do mapa nos nossos dias, de que usamos ele todo dia e toda hora e de que seria importante o seu ensino ainda na infância.

O próximo ponto, as autoras vêm falar sobre a Cartografia na vida do aluno. Podemos observar que desde bebê, o ser humano já se interessa no conhecimento do espaço e pelos desenhos, graças às brincadeiras ou jogos infantis. Este interesse, segundo elas, só vai aumentando com o passar dos anos. Podemos observar que elas defendem a continuação dessas brincadeiras e jogos pois ajudam e muito na Cartografia. Estes jogos já manifestam algo de cunho cartográfico. Ao passar dos anos, a criança, através do seu dia-a-dia, no seu espaço vivido, de forma inconsciente, vai adquirindo noções dos sistemas de coordenadas e perspectivas, outro argumento das autoras pra destacar a necessidade de se ensinar as primeiras noções de Cartografia as crianças na escola. Aí elas destacam a importância da escola no sentido de ajudar o aluno a compreender a realidade que o cerca, fazendo este um codificador de mapas. Também destacam que a Geografia deve passar aos alunos uma série de conceitos, valores, habilidades que ajudem este educando na confecção e análise dos mapas. Coisa que infelizmente, não acontece na maioria das escolas do nosso país, onde é passada a Geografia da forma mais superficial possível, decorativa, sonolenta para os alunos. A cartografia então, quase nunca é mencionada.