Resenha da Geografia Industrial e dos Serviços

Disciplina: CG-647 Geografia Industrial e dos Serviços

Docente: Professora Doutora Edvânia Torres

Aluno: Fernando Cesar Santos Figueiredo

Matrícula: 201020859

Atividade: Resenha crítica sobre o texto  A valorização de espaços de desindustrialização na metrópole: a produção do espaço como produção da segregação de Rafael Faleiros de Padua.

1. A partir da desindustrialização de áreas da metrópole paulistana, o que ocorre com os trabalhadores e os espaços antes ocupados pelas unidades industriais?

A lógica da tecnocracia na sociedade industrial em que as decisões tomadas nos escritórios empresariais e nos gabinetes políticos, produzem transformações espaciais e sociais nos locais em que as indústrias estão instaladas.

Numa metrópole como São Paulo, quando o setor industrial entra em crise e as decisões tecnocratas são tomadas, diminuem as possibilidades de trabalho para a grande classe operária, deteriorando ainda mais a vida na cidade devido a reestruturação produtiva e a diminuição do emprego industrial.

No momento em que a indústria diminuiu a sua produção, fecha galpões e desocupa terrenos, as áreas passam por um processo de desvalorização, dada a deterioração das unidades fabris e do esvaziamento do entorno. Porém, por estarem localizadas em regiões que se tornaram mais centrais devidos ao crescimento da cidade nas periferias, podem tornar-se, portanto, áreas ‘reserva’ para a especulação imobiliária. Ou seja, podem vir a ser áreas de valorização, como aconteceu com a área de Santo Amaro, objeto de estudo do artigo. Novos empreendimentos residenciais, comerciais e de serviços foram instalados nas áreas desocupadas pelas indústrias.

A reestruturação dos espaços industriais de Santo Amado ocorreu de duas formas distintas. Em muitos desses locais outras atividades como universidades, empresas de transporte, igrejas, passam a ocupar o espaço da indústria, aproveitando os edifícios industriais para as novas instalações. Em outros locais ocorreu uma reestruturação mais profunda em direção à inserção desses espaços aos circuitos modernos da economia, o que levou não só a uma transformação física dos edifícios, mas a uma valorização do espaço dependendo da localização dos terreno.

1. A cidade de São Paulo se desindustrializou por completo? Quais atividades ocuparam os espaços antes industriais da cidade?

É preciso deixar claro que em São Paulo não há um processo generalizado de desindustrialização, pois ela ainda tem um peso significativo no conjunto de suas atividades econômicas. Ocorre um processo de desconcentração industrial, ao mesmo tempo em que há uma centralização da gestão das empresa. Em muitos casos, a planta industrial se desloca para outra região, permanecendo a gestão da empresa em São Paulo. Em Santo Amaro a grande oferta de terrenos industriais com uma localização privilegiada, propiciaram a instalação de: casas de eventos, espaços para convenções e shows que  aproveitam, em parte, antigos edifícios industriais; lançamentos de empreendimentos imobiliários residenciais voltados para a classe média alta, e; instalação de concessionárias de automóveis. O grande beneficiário desta transformação são as empresas de construções e incorporações imobiliárias que exercem notória influência política na reorganização das leis de uso e ocupação do solo.

1. Quais as áreas industriais em transformação e seus usos na metrópole paulistana?

Nas áreas próximas às rodovias, empresas de logística e distribuição ocupam os espaços vagos de galpões ao longo das principais vias de acesso a São Paulo como as rodovias: Anhanguera, Castelo Branco, Régis Bittencourt, Anchieta, Imigrantes, Dutra, Fernão Dias e ao longo do Anel Viário Rodoanel.

No bairro da Barra Funda tem a instalação de escritórios de alto padrão nas áreas da antiga Indústrias reunidas Matarazzo. Na Lapa e Vila Leopoldina comércio e residências estão substituindo os galpões.

Na Zona Sul (Santo Amaro, Marginal Pinheiros e Jurubatuba) há a tendência de crescimentos de prédios comercias, de Super mercados, de escritórios ou de eventos nos galpões ao longo da Marginal Pinheiros.