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Resenha Documentário Corumbiara

Por:   •  28/5/2017  •  Abstract  •  1.631 Palavras (7 Páginas)  •  1.959 Visualizações

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Resenha Documentário Corumbiara

No início do documentário Vincent Carelli, relata sobre o ano de 1986 onde começou a filmar os índios da tribo Nambiquaras, o projeto, que consistia em filmar os índios e em seguida mostrar para os mesmos.  Essa amostra levou os Nambiquaras ao “delírio”: sob a liderança de seu chefe, realizaram uma cerimônia de perfuração do lábio de trinta jovens, cerimônia essa que não ocorria há vinte anos. A reação dos Índios também provocou uma reação no Vincent que o levou a fazer o primeiro “Videos nas Aldeias” mostrando uma Festa da Moça que foi o primeiro documentário do projeto. Daí então o Indigenista Marcelo Santos, pede para registrar os vestígios do massacre ocorrido na Gleba Corumbiara em Rondônia dando origem ao documentário.

O documentário “Corumbiara” faz parte do projeto “Vídeo nas aldeias”, investiga os visíveis vestígios do massacre ocorrido na Gleba Corumbiara, vem mostrar a realidade vivenciada entre índios e fazendeiros paulistas no sul de Rondônia, nos anos de 1985. Corumbiara descreve a grande disputa pelas terras, onde pessoas que se dizem humanas cometem genocídio contra etnias indígenas para apagarem os vestígios de sua existência, fato este, que foi levado pela ganância, preconceito, racismos e desinteresse do governo.

Marcelo Santos indigenista da FUNAI e Vincent Carelli ao observarem imagens transmitidas por satélites constatam nessa região, algumas culturas que possuem características de serem de índios; resolvem assim, dirigir-se ao local para fazerem busca por essas etnias. Todavia, ao chegarem ao seu destino, quando buscam pelos fazendeiros daquela região são ameaçados e expulsos, não podendo levar adiante o processo de busca. O advogado dos fazendeiros toma providencias para que seja paralisada a pesquisa, através de documentos concedidos pelo governo.

Anos depois eles voltam a Rondônia, agora com documentos legais que os permitem entrar nas propriedades, podendo observar a mata virgem e a reserva florestal. Ao ter que provar através do registro de imagens a existência dos índios para que o Estado os reconheça juridicamente, o diretor entra num conflito entre perseguir os índios para conseguir filma-los e mostrar para os fazendeiros que ainda ali existem índios colocando a vida dos mesmos em risco. Nesse processo, eles descobrem algumas áreas destruídas, devastadas e quando manuseiam os destroços encontram objetos de particularidade indígenas. Com esforço e determinação a equipe continua um procedimento de busca, onde encontram uma aldeia com a presença apenas de dois índios. A princípio, o contato entre os índios e os pesquisadores foi estranha para ambos, a dificuldade de compreensão da linguagem, dificultava o entendimento dos fatos ocorridos naquela localidade. 

A descoberta destes dois índios gerou uma repercussão nacional, mostrada no Fantástico, nos grandes jornais do País, com a descoberta destes índios a área teria que ser interditada, mas os advogados da região contestaram os índios mostrados dizendo que se tratava de uma farsa, se empenhando em desacreditar esses dois índios, os fazendeiros através dos seus advogados levaram índios de outras tribos, cintas largas e colocaram roupas nos índios e mandaram fotos para os jornais tudo para desacreditar a descoberta de Marcelo Santos. Nessa mesma época o vídeo relata do massacre dos sem-terra ocorrido em Corumbiara, que para Marcelo os mesmos pistoleiros contratos para matar os sem-terra também tinham sido contratados para matar os índios.

A chegada de um grupo de Antropólogos ao acampamento da equipe, que vieram preparar os laudos antropológicos para a justiça, faz com que todos, retornem a aldeia abandonada pelos dois índios, na esperança de encontra-los e acabaram encontrando um dos índios (que era mulher) com mais outra índia e por intermédio desse encontro conseguiram identificar a língua falada por eles como Kanue. Nesse meio termo, conheceram um índio que vivia em Guajará-mirim, remanescente da tribo dos Kanue que possuía tanto o conhecimento da língua portuguesa como da sua língua nativa. Os Kanue juntamente com as demais tribos da região tinham sidos deslocados em 1952 para Guajará-mirim, para que a área ficasse para os seringalistas, esses índios encontrados agora eram remanescentes daquelas tribos que permaneceram na região. Em conversa com este Índio que morava em Guajará-mirim, foi perguntado o porque dquase extinta, relatou que foram morrendo de doenças como sarampo, gripe.

Com o grupo maior e com os auxilio dos índios, foram em busca do restante da tribo que se encontrava escondidos na mata. Ao longo do percurso, encontraram aldeias destruídas, com característica peculiar por possuírem em seu interior buracos feitos no chão.

Foi através dessa busca intensa, que conseguiram então, encontrar um índio que parecia não ter tido nenhum contato com o branco, já que o mesmo se mostrava assustado e se mantinha recuado pelo fato dos pesquisadores utilizarem câmeras para registrarem todos os momentos, e com isso, puderam mostrar que as acusações a eles feitas não possuíam veracidade, pois ainda existiam índios habitando aquela região. 

Diante de todos os fatos ocorridos no sul de Rondônia, foi possível perceber que a luta do índio pelo seu espaço sempre ocorreu e continua nos dias atuais, e que essas lutas sempre foram realizadas com o derramamento de sangue e exterminação, quase que total, dos índios. Um fato relevante nesse aspecto é pensar que as propriedades sempre foram dos índios, mas que o homem (branco) em busca do seu crescimento e ganância, dá mais valor às propriedades do que as pessoas. O pior de tudo isso é saber que a “justiça” coloca-se ao lado daqueles que violam os direitos humanos; entendemos que a tal justiça põe-se ao lado do que lhe proverá benefícios e poder aquisitivo.

Genocidio e Etnocidio

Nos primórdios os homens viviam nas cavernas, aHistória mundial é repleta de Genocídios e Etnocídios, com a visão de etnocentrismo que temos do mundo, essa pratica era levada até onde se era permitido com os meios da época. Desde que o mundo é mundo isso acontece, e pior é que demoramos séculos para aprender com estes erros. A cobiça, ganancia, sede de poder, desbravar novos mundos, a incompreensão do outro ser são ou eram as principais causas do extermínio de uma raça ou de sua cultura.

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