Resenha IMPÉRIO DO SOL
Por: Breno Perba Pereira Alvao • 27/3/2016 • Resenha • 630 Palavras (3 Páginas) • 601 Visualizações
IMPÉRIO DO SOL
São Paulo
Março de 2015
IMPÉRIO DO SOL
Wonders Of The Solar System: Temporada 1, Episódio 1: Empire Of The Sun (The British Broadcasting Corporation, 7 de março de 2010) - Neste documentário somos apresentados ao sol, o nosso Sol, e como essa poderosa bola de energia afeta a vida em seu sistema (em especial a Terra). Apresentado por uma figura estranha ao mundo percebido da ciência (um jovem com trejeitos autoconscientes, corte de cabelo indie e roupas perceptivamente caras: o físico, professor e baixista Brian Cox) o documentário se faz, por vezes inseguro de seu objeto, via grandes planos panorâmicos filmados de helicópteros, musica evocativa (onipresente e disputando a atenção com a narração emotiva), travellings dramáticos e efeitos especiais. Uma produção cara e meticulosamente montada.
A ‘história’ começa com um eclipse total no rio Ganges, na Índia, e é ai que somos apresentados a um fascinante fato: que, por uma bizarra coincidência celestial, nosso Sol é tanto 400 vezes mais largo como 400 vezes mais distante em comparação a nossa Lua, o que explica, de certa forma, o porque de entre 4 e 7 vezes por ano um eclipse, lunar ou solar, escurecer nossos céus – quando o ‘link’ entre o calor e luz que nos sustenta é cortado por alguns preciosos minutos (abordado no documentário tanto pelo escopo científico como espiritual).
Todavia não é apenas calor e luz os únicos ‘poderes’ do Sol sobre seu sistema. Na Noruega, o apresentador é testemunha da batalha entre os ventos solares e a terra, quando o céu da noite se ilumina com as luzes do norte. Esse mesmo vento continua além da Terra, criando auroras ainda mais incríveis em outros planetas. Momentos depois, com uma montagem cuidadosa que remete a movimento (o apresentador dirigindo pelo deserto enquanto interage diretamente com uma câmera alocada no banco do passageiro, lembrando-nos do nosso lugar como espectadores na diegese documental) estamos em um deserto (Mojave, Califórnia, EUA), onde as forças do sol se fazem muito mais percebíveis. O documentário se esforça em estabelecer esse elo que se faz pelo Sol: temos tantos lugares diferentes na Terra, e diferentes exatamente pela influência de um mesmo objeto. Com a projeção dessa ideia para muito além do nosso pequeno planeta.
O professor Brian Cox faz, então, contato com a Voyager, uma sonda que está viajando desde seu lançamento 30 anos atrás. Agora, 14 bilhões de quilômetros distante, ela acabara de detectar que os ventos solares estão começando a perder sua força. Mas mesmo aqui nós sequer começamos a alcançar o final das regras solares. Regras mutáveis que se escrevem a mais de 10 bilhões de anos.
O apresentador também demonstra, por meio de experimentos simples que fazem uso de objetos comuns como um termômetro, um guarda chuva e uma lata com água, que o Sol erradia onze vezes mais energia por segundo do que uma cidade estadunidense usa em um ano. Mais tarde descobrimos que a radiação solar oriunda de pontos diferentes do Sol possuem efeito palpável na dinâmica de nossos rios –o que vem acompanhado de cenas dramáticas de grandes corredeiras e cataratas. Fatos que se fazem interessantes com o descompromisso e despojamento científico (ou de seus métodos muito mais estritos).
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