Resenha sobre o documentário “A Corporação”
Por: Sabrina Menezes • 30/11/2015 • Resenha • 581 Palavras (3 Páginas) • 892 Visualizações
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Departamento de Geografia e Meio Ambiente
Professor: Luciano Ximenes
Matéria: GeoHistória
Resenha sobre o documentário “A Corporação”
O universo corporativo, seu poder de influência na vida da sociedade e os diversos efeitos colaterais produzidos pela máquina empresarial. Esses são alguns dos principais tópicos de “A Corporação”, documentário canadense realizado com o apoio de 40 participantes, entre eles jornalistas, profissionais de marketing e empresários. Com duração de 145 minutos, o filme de 2003 é dirigido e produzido por Mark Achbar e Jennifer Abbott, e é baseado no livro The Corporation: The Pathological Pursuit of Profit and Power, traduzido para o português como “A Corporação: A Busca Patológica Por Lucro e Poder”.
Em um primeiro momento, todas as corporações tinham como representantes seus próprios donos e, consequentemente, podiam ser penalizadas por seus erros. Todavia, no final do século XIX, através de algumas brechas legais, elas conseguiram tirar proveito da 14ª Emenda da Constituição Americana, transformando-se em pessoas jurídicas. Desta forma, seus gestores tornaram as corporações numa espécie de escudo, fazendo possível com que certas decisões fossem tomadas sem preocupação com ônus financeiro. Isso porque seria mais dispendioso mudar toda a estrutura da empresa do que arcar com as multas impostas pelo governo.
De fato, está sempre presente na mídia que as empresas podem melhorar nossa qualidade de vida através de seus produtos. Assim, submetidos a uma espécie de “lavagem cerebral”, acreditamos e sentimos a necessidade de consumi-los cada vez mais. Porém, boa parte disso não passa de uma mentira. Tais produtos não significam mais do que aumento para seus próprios lucros e, infelizmente, de forma inconsciente, acabamos alimentando estas empresas ao consumir seus produtos. Podemos citar como exemplo a vacina desenvolvida e aplicada pela Monsanto nos Estados Unidos, que gerou sérios danos à saúde das pessoas. O pesticida DDT utilizado em grande quantidade ocasionou câncer em algumas pessoas.
Um dos casos mais absurdos ocorre na área alimentícia. São impactos grotescos para consumidores, moradores ao redor das indústrias e animais, acarretando sérios problemas à saúde, como doenças e alterações genéticas. Ainda sobre a Monsanto, podemos citar outro exemplo: a omissão dos reais efeitos da droga aplicada nas vacas, para aumentar a produção de leite. Esta droga causa mastite, inflamação na glândula mamária do animal. Logo, o pus decorrente do problema é transferido para o leite que virá a ser consumido pelo homem.
Além do que já foi dito, o documentário denuncia o pagamento de baixos salários a funcionários (muitos menores de idade) e sua consequente exploração. Assim, as empresas lucram de forma extraordinária em cima da mão de obra barata. Ademais, extraem os recursos naturais de forma desordenada, os transformam em produtos e descartam para a natureza dejetos industriais, sem falar da emissão de Co2, lixo tóxico e poluição no geral. Entretanto, como é usual, essas grandes corporações visam sempre ao melhor custo/benefício, preferindo o que é mais barato e fácil de fazer.
Por fim, o filme nos instiga e nos questiona de uma forma inteligente, criando em nós uma vontade de sair da mesmice, correr atrás de todo este prejuízo causado e tentar salvar a Terra enquanto ainda há tempo. Porque sabemos que o futuro de nossos parentes e de toda a humanidade depende do que fazemos hoje. O ponto é que não se deve por fim às corporativas, mas sim diminuir o seu poder de forma legal e colocar a valorização da vida em primeiro lugar.
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