Sintese Monografia Produção do Espaço Urbano
Por: chokitooliveira • 9/5/2020 • Monografia • 5.852 Palavras (24 Páginas) • 194 Visualizações
O PARQUE DO TUCUMÃ COMO PRODUTO DA VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA EM RIO BRANCO
Autor: Rondesson de Oliveira Vasconcelos
Orientador: Victor Régio da Silva Bento
Co-orientador: José Alves
Introdução
O estudo tem como base fazer uma análise relacionada à valorização do solo urbano do conjunto Tucumã, na cidade de Rio Branco (AC) mediante a implantação de infraestrutura, sendo esta feita pelo Estado ou iniciativa privada. Dessa forma, buscou-se destacar algumas abordagens acerca da produção do espaço urbano considerando o processo de valorização imobiliária; o uso da natureza, seus benefícios, usos e o importante papel que desenvolve no meio urbano e, por fim, o Parque do Tucumã como reflexo da modernização em Rio Branco, sendo este impulsionador do valor imobiliário do conjunto.
O objetivo central da pesquisa foi verificar empiricamente as transformações da área de estudo e identificar a valorização imobiliária após a construção do parque do Tucumã, assim como as melhorias e avanços.
Para alcançar os objetivos da pesquisa, o estudo foi realizado a partir de levantamento bibliográfico, pesquisa em sites imobiliários e trabalho de campo, onde se fez necessário a obtenção de endereço, preço e metragem de algumas residências localizadas em pontos distintos que estavam disponíveis para venda ou aluguel.
Conclui-se que as obras de infraestrutura como os parques, praças e áreas verdes trazem grande valorização às localidades onde são impostas e em seus entornos, mas em contrapartida acabam causando a segregação por parte da população mais pobre, devido ao alto custo de vida.
Abordaremos o espaço produzido e o desenvolvimento da sociedade através do processo de trabalho, elencando como esse processo vem fazendo com que a paisagem deixe de ser cada vez mais natural para se tornar mais humana. Como o modo de ocupação de cada lugar vai depender da finalidade para qual o homem deseja realizar uma ação, seja de habitar, comercializar, produzir ou consumir.
Sobre o uso da natureza e a valorização do espaço, nota-se o meio natural como atributo para valorização do solo. Mostraremos como os espaços urbanos tomaram de conta das áreas verdes, inserindo o tema meio ambiente no contexto da sociedade. No decorrer dos anos o processo de urbanização intensificou o distanciamento entre sociedade e natureza, o que acarretou em uma menor qualidade de vida para a população.
Os parques urbanos são uma alternativa para aqueles que desejam se reaproximar da natureza, para quem deseja sair do caos e da verticalização das cidades e a grande aglomeração de pessoas. As áreas verdes proporcionam interação social e coletiva entre os habitantes, ajudam na manutenção da qualidade de vida, proporcionam diversos benefícios para aqueles que fazem o seu uso e integram culturas distintas entre as comunidades. As áreas verdes são um importante elemento de infraestrutura e valorização urbana.
Tendo em vista o que foi exposto, o trabalho tem como objetivo entender a construção do Parque do Tucumã com reflexo da valorização imobiliária e da produção do espaço urbano de Rio Branco. Especificamente, é analisado as áreas verdes e como estas vêm sendo usadas pelos especuladores imobiliários como objeto de valorização do espaço urbano; como os agentes produtores do espaço agem na transformação do solo da cidade de Rio Branco como mercadoria; e quais são as transformações perceptíveis na paisagem do conjunto Tucumã antes e depois da construção do parque.
Estudar a valorização imobiliária justifica-se para entender que em uma sociedade capitalista observa-se as desigualdades na produção igualitária do espaço urbano, no qual a prioridade pelo lucro exclui parte significativa da população do direito à cidade enquanto construção coletiva. A transformação do valor do uso do solo em valor de troca promove disparidades na produção da moradia e provimento dos serviços públicos sendo um fator para a atribuição diferenciada do valor do solo na estrutura interna das cidades.
O trabalho foi fundamentado nos conceitos acerca da produção do espaço urbano e o uso da natureza para a valorização do solo. Assim, temos como base metodológica a pesquisa bibliográfica, em jornais, revista acadêmica e outras fontes documentais
Dentre os recursos metodológicos utilizados, recorreu-se a verificação de imagens do Google Earth com a ferramenta Linha do Tempo, para observar as transformações espaciais da área de estudo. Foi feita a análise de dados censitários do IBGE, referente aos censos demográficos 2000 e 2010, para obter indicadores sobre o número de domicílios, total de população e condição da residência.
A pesquisa de campo foi fundamental para entender empiricamente a transformações do conjunto Tucumã dada as modificações promovidas pelo parque, além de fornecer o registro fotográfico. Por último, foi feita uma investigação do valor do metro quadrado no conjunto habitacional, através de anúncios referentes à venda de imóveis, os quais foram expostos em um mapa de valorização, usando a ferramenta Kernel (mapa de calor).
A Produção do Espaço Urbano
O objetivo deste capítulo é identificar como os promotores imobiliários e o Estado, que são os agentes produtores do espaço atuantes no bairro, agem mediante a implantação de infraestrutura para melhoria e valorização de determinada localidade. Abordaremos o espaço produzido e o desenvolvimento da sociedade através do processo de trabalho, elencando como esse processo vem fazendo com que a paisagem deixe de ser cada vez mais natural para se tornar mais humana.
Os Agentes Produtores do Espaço
O homem, ao produzir sua história, também produz o espaço, possuindo uma relação de feedback com o meio em que vive. O espaço produzido com o desenvolvimento da sociedade através do processo de trabalho reflete a capacidade humana de reproduzir o meio em que vive, atendendo suas demandas e questões sociais, políticas e culturais. A relação homem-natureza faz com que seja possível a modificação da paisagem, permitindo que o espaço se desenvolva no decorrer do tempo (CARLOS, 1992).
O espaço é produto, condição e meio do processo de produção da sociedade em todos os seus aspectos. O espaço é entendido em função do processo de trabalho que o produz e reproduz a partir da relação do homem com a natureza. Assim, o espaço
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