Surgimento Da Teoria Da Tectônica De Placas
Artigo: Surgimento Da Teoria Da Tectônica De Placas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Leonardo19 • 8/6/2013 • 8.315 Palavras (34 Páginas) • 1.630 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho tem o objetivo de mostrar o dinamismo de nosso planeta. Através do movimento das placas tectônicas que há milhões de anos vem moldando o relevo da superfície terrestre. Com isso temos uma série de eventos que vem a auxiliar na constituição do formato da terra, como terremotos e o vulcanismo que são agentes que destroem, mas que ao mesmo tempo são construtores do relevo.
Há milhões de anos, até os dias atuais o planeta está em contínua transformação, com movimentos lentos à vista humana, mas que podem causar grandes impactos na superfície terrestre.
2 SURGIMENTO DA TEORIA DA DERIVA CONTINENTAL
A teoria da tectônica de placas que revolucionou as geociências, assim como a teoria da Origem das Espécies modificou as Biociências, e as teorias da Relatividade e da Gravitação Universal mudaram os conceitos da Física. A Teoria da Deriva Continental nasceu quando surgiram os primeiros mapas das linhas das costas atlânticas da América do Sul e da África. Em 1620, Francis Bacon, filósofo inglês, apontou o perfeito encaixe entre estas duas costas e levantou a hipótese, pela primeira vez historicamente registrada, de que estes dois continentes estiveram unidos no passado. Nos séculos que se seguiram, esta idéia foi diversas vezes retomada, porém raramente com argumentações científicas que lhe dessem suporte teórico.
A origem da teoria da Tectônica de Placas ocorreu no início do século XX com as idéias visionárias e pouco convencionais para a época do cientista alemão Alfred Wegener, que se dedicava a estudos meteorológicos, astronômicos, geofísicos e paleontológicos, entre outros assuntos. Wegener passou grandes períodos de sua vida nas regiões geladas da Groenlândia fazendo observações meteorológicas e misturando frequentemente atividades de pesquisa com aventuras. Entretanto, sua verdadeira paixão era a comprovação de uma idéia, baseada na observação de um mapa-múndi no qual as linhas da costa atlântica atuais da América do Sul e África se encaixariam como um quebra-cabeças gigante, de que todos os continentes poderiam se aglutinar formando um único megacontinente. Para explicar estas coincidências, Wegener imaginou que os continentes poderiam, um dia, terem estado juntos e posteriormente teriam sido separados. Poucas idéias no mundo científico foram tão fantásticas e revolucionárias como esta.
A este supercontinente Wegener denominou Pangea, onde Pan significa todo, e Gea, Terra, e considerou que a fragmentação da Pangea teria iniciado há cerca de milhões de anos, durante o Triassíco, quando a Terra era habitada por Dinossauros, e teria prosseguido até os dias atuais. O Pangea teria iniciado a sua fragmentação dividindo-se em dois continentes, sendo o setentrional chamado de Laurásia e a austral de Gondwana (fig.1).
Fig. 1 Pangea e sua divisão em dois continentes, Laurásia a Norte e Gondwana a Sul, pelo Mar de Tethys.
A pesar de não ter sido o primeiro nem o único de seu tempo a considerar a existência de movimentos horizontais entre os continentes, Wegener foi o primeiro a pesquisar seriamente a idéia de deriva continental e a influenciar outros pesquisadores. Para isto, procurou evidências que comprovassem sua teoria, além da coincidência entre as linhas da costa atuais dos continentes. Wegener enumerou algumas feições geomorfológicas, como a cadeia de montanhas da Serra do Cabo na África do Sul, de direção leste-oeste, que seria a continuação da Sierra de La Ventana, a qual ocorre com a mesma direção na Argentina, ou ainda um planalto na Costa do Marfim, na África, que teria continuidade no Brasil. Entretanto, as evidências mais impressionantes apresentadas pelo pesquisador foram a presença de fósseis de Glossopteris (tipo de gimnosperma primitiva) em regiões da África e Brasil, cujas ocorrências se relacionam perfeitamente, ao se juntarem os continentes e evidências de glaciação há aproximadamente 300 milhões de anos na região Sudeste do Brasil, Sul da África, Índia, Oeste da Austrália e Antártica.
Estas evidências, que incluem a presença de estrias indicativas das direções dos movimentos das antigas geleiras, sugeririam que, naquela época, grandes porções da Terra, situadas no hemisfério sul, estariam cobertas por camadas de gelo (fig.2), como as que ocorrem hoje nas regiões polares e, portanto, o planeta estaria submetido a um clima glacial. Caso isso fosse verdade, como explicar a ausência de geleiras no hemisfério norte, ou a presença de grandes florestas tropicais, que teriam dado origem naquela época aos grandes depósitos de carvão? Este aparente paradoxo climático poderia ser facilmente explicado na (fig.3), se os continentes estivessem juntos a 300 milhões de anos, pois neste caso a distribuição das geleiras estaria restrita a uma calota polar no Sul do planeta, aproximadamente como é hoje.
Fig. 2 Distribuição atual das evidências geológicas de existência de geleiras há 300 milhões de anos. As setas indicam a direção de movimentos das geleiras.
Fig. 3 Simulação de como seria a distribuição das geleiras com os continentes juntos, mostrando que estariam restritas a uma calota polar no hemisfério Sul.
Em 1915, Wegener reuniu as evidências que encontrou para justificar a teoria da Deriva Continental, o que para ele já seriam provas convincentes, em um livro denominado “A origem dos Continentes e Oceanos”. Entretanto, ele não conseguiu responder a questões fundamentais, como por exemplo: Que forças seriam capazes de mover os imensos blocos continentais? Como uma crosta rígida como a continental deslizaria sobre uma crosta rígida como a oceânica, sem que fossem quebradas pelo atrito? Infelizmente naquela época as propriedades plásticas da astenosfera não eram ainda conhecidas, o que impediu Wegener de explicar sua teoria. Em virtude destas importantes objeções colocadas principalmente pelos geofísicos, o livro de Wegener não foi considerado sério por grande parte do mundo científico. Com a morte de Wegener, em 1930, a Teoria da Deriva Continental começou a ficar esquecida, não obstante ainda houvesse tentativas de alguns cientistas em buscar provas, que acabaram por descartar
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