TEORIAS GEOMORFOLÓGICAS
Por: marcilinha • 26/9/2015 • Dissertação • 1.104 Palavras (5 Páginas) • 1.607 Visualizações
TEORIAS GEOMORFOLÓGICAS
William Moris Davis foi um grande geógrafo, geólogo e meteorologista americano, criador da geografia física, muitas vezes chamado “Pai da Geografia Americana”, tanto pelo seu trabalho acadêmico, como também pelo seu desenvolvimento no campo da Geomorfologia .Este importante autor apresentou a Teoria do Ciclo Geográfico sobre a evolução do relevo. A teoria de Davis afirma que as paisagens evoluíam por sistema de ciclos, que a denudação só teria início após o término do soerguimento, que o relevo evoluía de cima para baixo (wearing-down). Em se tratando dos conceitos fundamentais de Geomorfologia, segundo CHRISTOFOLETTI (1974), Davis “deu coesão e vitalidade a esses conceitos, sua contribuição pessoal consistiu essencialmente em integrar, sistematizar e definir a sequência normal dos acontecimentos num ciclo ideal e procurou uma terminologia para uma classificação genética das formas de relevo terrestre, como apoio para sua descrição.” A teoria de Davis foi desenvolvida em área temperada úmida e afirmava que a paisagem das vertentes passava por uma série de fases: juventude, maturidade e senilidade. Na fase da juventude a região aplainada é soerguida pela ação de forças internas (tectonismo, movimento eustático) em relação ao nível de base (nível dos oceanos) e os rios se ajustam. A fase da maturidade caracteriza-se por uma estabilidade tectônica onde a erosão está suficientemente desenvolvida, a rede de drenagem organizada, neste momento ocorre uma horizontalização topográfica. A fase da senilidade é caracterizada por um rebaixamento lento dos declives, formando uma superfície aplainada com leves ondulações, os extensos peneplanos. Para Davis após o relevo atingir o estágio de senilidade, acontece as fases da denudação caracterizando-se por entalhamento de canais, abertura de vale, formação de extensos fundos de vales entulhados de sedimentos com a presença de rios sinuosos, a partir deste momento um novo soerguimento neste relevo o tornaria novamente acidentado (fase da juventude) e se iniciaria um novo ciclo. Para CHRISTOFOLETTI (1974: 161) “o ciclo da erosão davisiano compreende, portanto, um rápido soerguimento da área por uma força tectônica e um longo período de atividade erosiva. Chegando ao fim, à peneplanície, um novo soerguimento originará a instalação e a evolução de outro ciclo”. Um ponto não previsto por Davis em sua teoria é o agente fluvial que considera como agente determinante, mas não considera os outros fatores como decisivos na evolução e origem do relevo.
Walter Penck, geógrafo, cientista alemão, efetuou grades estudos geológicos e levantamentos topográficos, elaborou o “Grande Mapa da China”, que o consagrou, foi um grande crítico do modelo teórico de William Moris Davis, que acreditava ocorrer o início da denudação somente após a o término do soerguimento e Penck discordava , pois para ele a denudação ocorre ao mesmo tempo que o soerguimento, com força diferenciada pelo ação tectônica. Walter Penck acreditava que o relevo evoluía através do entalhamento do talvegue que começaria a mudar a partir das vertentes (quando o relevo já estaria na fase da senilidade). Para Penck a emersão e denudação do relevo são atividades que se realizam ao mesmo tempo, porém variam de acordo com a ação tectônica. Para Penck as vertentes evoluíram por processo erosivo, sem modificar seus ângulos de inclinações superiores, Penck procurou relacionar o entalhamento do talvegue com os efeitos da denudação no comportamento da crosta e assim geraria geometrias das vertentes convexas, retilíneas ou côncavas. No modelo de Penck a evolução acontecia pelo recuo paralelo das vertentes ou seu desgaste lateral e elas evoluem em função do nível de base local.
Na teoria de Lester C. King, ele admite que existe o soerguimento proposto por Davis e o entalhamento proposto por Penck, mas tudo o que sobrou do entalhamento deposita-se em outras áreas, formando lugares planos, recomeçando assim novamente o ciclo. Modelo de pedimentação e pediplanação. O material que sofreu erosão , quando do recuo das vertentes, promove o entalhamento de áreas mais baixas, originando assim os pedimentos e os considerava formas residuais denominando-os inselbergs. King acreditou que seu modelo de evolução poderia ser aplicado em qualquer região do planeta. Acreditava que a grande responsável pelo recuo das vertentes era a desagregação mecânica, sendo o clima da região levado em consideração. O ponto principal do sistema mostrado por King é a ideia do soerguimento da costa rápido e com intervalos desiguais separados por longos períodos de instabilidade.
John Tilton Hack foi um dos fundadores da nova escola de Geomorfologia Fluvial. Em 1960 adotou os princípios do Equilíbrio Dinâmico como noção central de seus estudos. Afirma que o relvo é um sistema aberto e que existe uma constante troca de matéria e energia com os sistemas terrestres. Acredita que as modificações que acontecem no relevo e na superfície da terra estão interligadas a intemperização, e as erosões são provocadas pela energia interna e externa, considera o modelado como o resultado da competição a força da denudação e a resistência dos materiais da crosta terrestre. Hack prevê uma evolução acíclica do relevo, crendo que o relevo não atinja o estágio de uma superfície totalmente aplainada. Para Hack as formas não são estáticas, na teoria do equilíbrio dinâmico.
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