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TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE EUTROFIZAÇÃO DO LAGO PARANOÁ

Por:   •  13/3/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.549 Palavras (7 Páginas)  •  427 Visualizações

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INSTITUTO FEDERAL BRASÍLIA

TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE

EUTROFIZAÇÃO DO LAGO PARANOÁ

Brasília, novembro de 2014

Resumo

Neste trabalho relembraremos o processo de eutrofização do Lago Paranoá ocorrido na década de 70. Esse processo foi atribuído ao desmatamento incompleto e inadequado antes da inundação, lançamentos de esgoto sem tratamento, mortes de algas e diversos tipos de poluentes lançado através das águas pluviais. Nesta época a população que vivia próximo ao Lago sofreu com o odor desagradável que exalava das águas poluídas. O processo de recuperação foi longo e despendido muitos recursos públicos. O resultado foi satisfatório tanto que o hoje suas águas possui uma ótima qualidade e servirá para abastecer a população do Distrito Federal.  

Introdução

O Lago Paranoá é um reservatório lacustre artificial, criado em 1959 com o represamento do rio Paranoá. De grande importância para os habitantes do Distrito Federal, com o objetivo de recreação e paisagismo e geração de energia, esse corpo Hídrico sofreu um processo de eutrofização acelerado pela ação antrópica.

O processo de eutrofização é o aumento da concentração de nutrientes, principalmente nitratos e fosfatos, em uma massa hídrica .Isso leva a uma queda na concentração de oxigênio dissolvido, causando a morte dos organismos por asfixia. A floração das algas torna a água turva.

Para a determinação de áreas eutrofizadas dentro de um corpo hídrico é necessário adotar alguns parâmetros de análise físicos - química. Após a coleta dos dados pode-se mapear a eutrofização utilizando bases cartográficas, ou então sensoriamento remoto.

Para amenizar o processo de eutrofização, na década de 60, foram construídas duas estações de tratamento de esgoto (ETEs), localizadas nos braços do Córrego do Bananal e no Riacho Fundo, que tratavam o esgoto a nível secundário com o processo de lodo ativado, com baixa remoção de nutrientes e um programa de recuperação do Lago Paranoá.

Desenvolvimento

 O Lago Paranoá é um dos exemplos marcantes da progressiva transformação ocorrida em Brasília, suas águas que até 1961 apresentava com aspecto límpido, turbidez muito pequena e coloração praticamente ausente, alteraram-se profundamente com o passar dos anos. A chegada de nutrientes provenientes de diversas fontes poluidoras, resultantes das atividades humanas na bacia hidrográfica e da ciclagem interna, foi reconhecida como fator responsável pela instalação do processo de eutrofização no Lago Paranoá.

Esse fenômeno de enriquecimento de nutrientes, o aumento do fósforo identificado como fator limitante da produtividade primária no lago, promoveu alterações em suas características físicas, químicas e biológicas.

Em um ambiente aquático eutrofizado, geralmente ocorre, elevada concentração de nutrientes (nitrogênio e fósforo); alta produtividade primária, representada por cianobactérias (conhecida como algas azuis) e baixa transparência da água.

Origem do Problema

Na implantação do Paranoá, não foi realizado qualquer desmatamento da área inundada. A massa vegetal submersa se decompôs e deu origem a primeira poluição das águas. Outro problema foi a erosão já que a construção da cidade não teve um preparo da terra que provocou assoreamento ou sedimentação no fundo do Lago.

Com o crescimento da população as estações de tratamento de esgoto implantadas tornaram se insuficientes, e o governo optou pelo caminho mais fácil de permitir a canalização dos esgotos para o Lago. Uma das piores consequências disso foi o aparecimento de um grande número de algas, entre as quais se destaca a cianofíceas, que forma uma grossa camada impedindo a sobrevivência de outras espécies de algas essenciais à oxigenação das águas. As cianofíceas não liberam oxigênio, consequentemente as águas ficam com carência de oxigênio e por isso os peixes morrem.  Com os peixes e as algas mortos apodrecendo surge o odor desagradável e microrganismos nocivos à saúde publica.

Em novembro de 1972 o jornal Correio Brasiliense publicou uma reportagem na qual o titulo era “Brasília Fede”, “ Lago Paranoá está à margem da tragédia”. Esse processo prevaleceu até meados dos anos 90, quando, finalmente, iniciou-se o processo de recuperação do lago, após coleta de todo esgoto gerado em sua bacia.

Em novembro de 1978, devido a um período prolongado de estiagem e sobrecarga na Estação de Tratamento de Esgotos, ocorreu uma floração intensa de algas da espécie Microcystis aeruginosa no braço sul do Lago Paranoá, com consequências desastrosas para a comunidade.

A intensa produção de mau cheiro em toda a cidade é retratada em diversas reportagens de jornais locais, como – “O Fedor aumenta” (Correio Brasiliense, 24/11/1978), “Poluição teme que o Lago cause doenças” (Jornal de Brasília, 25/11/1978), “ Um problema, O Lago” ( Correio Brasiliense, 12/12/1978), “ O Lago Sul está cheirando mal”, ( Correio Brasiliense, 11/1978), “Mau cheiro provoca enjoo e vômitos nos moradores da península sul” ( Correio Brasiliense, 11/1978), “Os 40 KM da geografia da putrefação” ( Correio Brasiliense, 26/11/1978).

O mau cheiro tinha como origem o desequilibrado e excessivo crescimento de algas, ocorrido em pequena parte do lago sul. As algas em grande quantidade formam uma camada esverdeada na superfície das águas, que impede a penetração dos raios solares, e as que estão embaixo tenta subir para a superfície, sem conseguir elas morrem e consequente à liberação do mau cheiro.

Programas de Limpeza do Lago Paranoá

A floração maciça e consequente mortandade de alga Microcystis aeruginosa em 1978, ocorrida em área localizada no braço do Lago, fez com que a CAESB tivesse que adotar medidas drásticas na ocasião para solucionar o problema, entre as quais constaram a aplicação de quantidade elevadas do algicida sulfato de cobre, a floculação com sulfato de alumínio no Lago (para esses serviços foram usadas duas embarcações), o bombeamento da matéria decomposta e disposição final em valas das quais eram posteriormente cobertas com cloracal (foram usadas aproximadamente 10 bombas, 3 caminhões pipas e tratores para abertura das valas e acesso as mesmas), além de mudanças operacionais na Estação de Tratamento de Esgoto Sul.

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