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A CULTURA DO POVO E EDUCAÇÃO POPULAR

Por:   •  30/11/2017  •  Resenha  •  1.163 Palavras (5 Páginas)  •  314 Visualizações

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CULTURA DO POVO E EDUCAÇÃO POPULAR

Ana Patrícia Fernandes de Paula

Palavras-chave: Educação. Política. Desenvolvimento.

Bibliografia: BEISIEGEL, Celso de Rui. Cultura do povo e educação popular. Rev. Fac. Educ., São Paulo, 5 (1/2): 77-92, 1979.

RESENHA RESUMO

A cultura popular está relacionada diretamente com as realidades sociais no passado, quando ocorre uma separação entre os grupos dominantes e as maiorias subalternas e os modos de vida próprios de cada um destes na coletividade. Estas condições mudariam nas condições de vida geradas na sociedade industrial e urbana, através dos efeitos da generalização dos direitos, da extensão de mínimos de bens e serviços na coletividade, da complexidade do mercado de trabalho, da expansão dos meios de comunicação de massa, da democratização das informações, os processos de interação entre a cultura dominante e o a cultura do povo, entre outros aspectos.

A cultura de massa cresce através de muitas mensagens emitidas para a sociedade pela indústria cultural modificando valores, sentimentos, ideias, atitudes, entre outros. Este tipo de cultura é bem diferente da cultura popular que era resultado da interação entre o homem, pois ela é de certa forma imposta a população. De certo modo, a educação popular vem sendo de acordo com a cultura de massa, pois transmiti mensagens dos produtores para os consumidores.

Educação popular se utiliza de uma metodologia que valoriza os conhecimentos prévios do povo e de sua cultura para construir novo saberes. No Brasil, a educação abrange diversos processos educativos em vários momentos e sua criação atendeu as imposições econômicas, políticas ou ideológicas. Diante dessas transformações ao longo do tempo, podemos dizer que temos duas modalidades de articulações entre a mudança social e a mudança nos serviços da educação escolar.

Entre o período da queda da do Estado Novo até os últimos anos da década de 1960, o crescimento da rede de escolas secundárias aparece como o produto de respostas do Poder Público à progressiva generalização da procura de matrículas nesse tipo de ensino. Neste contexto ocorre o desenvolvimento social através das mudanças nas estruturas do mercado de trabalho e inversões as posições numéricas da população nas áreas rurais e urbanas. Como isso, aumenta o número de procura de oportunidades educacionais nos níveis médio e superior. A escola passa então a representar um meio de conquista de novas posições e ocupações, seja no campo ou na cidade. Nesta época, a escola secundária mesmo não sendo condição suficiente no aspecto profissional é vista como condição necessária para a conquista de melhores condições de vida e de um emprego. Diante disso, os políticos para conquistar a população passam a abrir várias escolas secundárias. Com o aumento das oportunidades de acesso perdessem qualquer significado as teses que defendiam esse tipo de ensino como um estágio na formação das futuras elites condutoras do país. Assim, as pressões populares acabaram trazendo uma nova direção ao desenvolvimento do nível médio e mesmo sem mudanças claras nos conteúdos do currículo, a escola secundária passa por transformações qualitativas e a escola passa a ser para todos. Sendo assim, podemos dizer que as determinações radicadas na constituição de um certo modo de produção de bens e serviços, explicam a emergência e a generalização de aspirações educacionais voltadas para a realização de expectativas de mobilidade social vertical compatíveis com as mudanças do mercado de trabalho.

As análises precedentes já permitem dar relevo a algumas características centrais de outra modalidade de articulações entre a mudança social e a mudança educacional. Estas ideias penetram no país no âmbito das doutrinas liberais que aqui predominam, durante os movimentos sociais da independência nas primeiras fases da organização do império. No Brasil, o desenvolvimento da produção colonial, na mineração e na agricultura de exportação estimulava ambições e aumentava a exigência de colocação dos produtos nos mercados externos. A afirmação da Inglaterra como centro das decisões da vida econômica e política de Portugal e de suas colônias, as guerras napoleônicas, a transferência da Corte Portuguesa, entre outros acontecimentos que configuram a conjuntura da época, que fizeram da independência do Brasil um fenômeno no processo mais amplo de libertação política das colônias ibero-americanas. A independência aparece como um arranjo político entre as elites coloniais e a metrópole portuguesa através da Inglaterra. Mas é da França que procedem as principais correntes inspiradoras dos intelectuais brasileiros. Proibidas pela administração portuguesa, a importação dos livros e a circulação das ideias dependerão, do contrabando e da organização de sociedades secretas. No Brasil, ilustração é, anticolonialismo, criticar a realeza, o poder absoluto do rei, significa lutar pela emancipação dos laços coloniais.

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