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A Casa e a rua: Conversa para receber o leitor

Por:   •  10/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  949 Palavras (4 Páginas)  •  234 Visualizações

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A casa e a rua: Conversa para receber o leitor

Na introdução inicia-se dizendo que o livro é como uma casa, e que o leitor é um visitante dizendo então para este visitante não reparar a bagunça, a casa seria uma avaliação crítica que busca compreender a sociedade brasileira de forma geral, entendendo a sociedade brasileira como uma realidade com suas próprias normas, que através dos indivíduos ela se materializa e se renova.

O autor se refere ao Barroco como um estilo que relaciona o alto do baixo, o humano com o divino, o passado com o presente. A casa e a rua são esferas sociais, com domínios sociais e institucionaliza emoções, reações, leis, sendo estes as categorias sociológicas fundamentais para a compreensão da sociedade brasileira. Compreende – se que essas categorias dizem sobre o que a sociedade pensa, institucionalizando valores e ideias e também para dizer o que a sociedade vive e faz concretamente.

A casa aparece como um lugar físico privilegiado, que abriga as famílias, empregados, escravos, agregados, sacerdotes com poder feudal. Não se percebia que família era um grupo dividido e desigual, que se integrava no espaço da casa, espaço que se define ideologicamente em contraste ou oposição a outros espaços e domínios, assim o espaço pode aumentar ou diminuir de acordo com a unidade a ser oposta ou contrastada, meu quarto pode ser a casa em relação a outros quartos, já na vizinhança, minha casa se refere à construção em si e seus jardins, quintal.

Casa e rua formam um par estrutural que é formado pela relação ao mesmo que a forma. Um elemento pode absorver o outro em certos momentos por exemplo, quando a rua é reunida pela casa, trata-se a sociedade como uma grande família que segue a liderança de um líder, guia e pai – situação típica do discurso populista, onde a pessoa, a casa e suas simpatias constituem a moldura de todo o sistema, criando a ilusão de presença, honestidade de propósitos e compromisso com o povo. Quando a sociedade é englobada pelo eixo das leis impessoais, está mais próxima de uma situação autoritária. Aqui rompe-se a teia de relações que ameniza a rigidez de um sistema cujo conjunto legal não parte da prática social, visando corrigir ou instaurar novos hábitos sociais.

Pela perspectiva da casa ressaltam a pessoa, tem alta carga emocional, que contamina a compreensão do espaço social. Aqui todos, até inimigos, pertencem a uma mesma pátria, o que faz aliados e inimigos irmãos. Pela perspectiva da rua são discursos mais rígidos e instauradores de novos processos sociais. É o idioma do decreto, da lei, da emoção disciplinada que permite a cassação, o banimento, a expulsão. Pela perspectiva do outro mundo são relativizadas e inclusivas, pois há um outro lugar e uma outra lógica, todos somos iguais perante forças maiores do que nós.

Ao observar a cidadania e o espaço da sociedade, percebe-se que temos classificações diferenciados, que estão associados a certas categorias de pessoas e segmentos sociais. O discurso dominante é mais da “rua”, dos componentes legais e jurídicos. A fala dos subordinados é mais próxima à “casa”, com apelos aos limites morais da exploração social. Já sacerdotes adotam o discurso de “fora do mundo”, cujo conhecimento os legitima como líderes. Por isso essa sociedade seja tão movida às possibilidades de inventar pontes entre esses espaços.

Espaço (casa rua e outro mundo: o caso do BRASIL) 

A linguagem da casa, moralizante, onde as relações sociais fazem parte de uma ordem cósmica dada por Deus. Os segmentos dominantes tendem a tomar o código da rua, impessoal as leis são os pontos focais. Conceitos e relações são alienados numa visão onde nada poderá mudar de lugar. A síntese seria a perspectiva do “outro mundo”, que relaciona a igualdade superficial dada em códigos jurídicos com um esqueleto hierárquico da prática social, recusando-se a tomar um desses códigos como exclusivo.

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