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A China Comunista

Por:   •  4/6/2021  •  Artigo  •  1.415 Palavras (6 Páginas)  •  141 Visualizações

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  • INTRODUÇÃO

Após duas décadas de guerra civil, em outubro de 1949 foi proclamada a República Popular da China unificando o país sob o controle dos comunistas comandados por Mao Tsé Tung que afirmou:

O povo chinês se levantou [...]; ninguém nos insultará novamente. ”

Foi então com essa, que ficou conhecida como Revolução Chinesa, que nasceu a China comunista comandada por tal secretário geral e o Partido Comunista Chinês – PCC basicamente constituindo o processo revolucionário responsável por consolidar a ascensão dos comunistas ao poder com um regime político centralizado seguindo a ideologia marxista-leninista da antiga União Soviética. Todavia, isso viria a ser os anos da ditadura comunista de Mao Tsé-Tung com uma dura e sanguinolenta realidade que predominou na China entre os anos de 1949 e 1976, também:

“Caracterizada pelo isolamento do país do mundo dito ocidental, em comércio e relações políticas; por uma população predominantemente rural e empobrecida; pela existência de um planejamento centralizado das atividades econômicas; pelo controle estatal dos meios de produção e pela adoção de planos quinquenais que, por sua vez, deram ênfase ao desenvolvimento dos setores base da atividade econômica, como a extração mineiral, siderurgia, petroquímica e agricultura (DIAS, 2004).

Paralelo ao processo revolucionário comunista chinês, na Ilha Formosa, se refugiaram os nacionalistas membros do Komintang, comandados por Chiang Kai-shek, e fundaram a República da China Nacionalista conhecida como Taiwan.

  • DESENVOLVIMENTO

Somente após a Revolução é que a China reiniciou seu conturbado processo de industrialização com medidas drásticas, nacionalizando as indústrias e através da reforma agraria efetivou a coletivização da agricultura como por exemplo as comunidades cooperativas no campo. Essas reformas resultaram no crescimento da produtividade industrial, entretanto esse aumento não aconteceu com os salários, surgindo insatisfações e as primeiras ameaças do socialismo ao governo do Partido Comunista, obrigando Mao Tse-Tung proclamar uma liberalização interna, permitindo diferentes pensamentos políticos no país.

Em agosto de 1957 o Patido Comunista Chinês (PCC) implantou um programa de medidas reformistas chamado Grande Salto para a Frente, que visava deslocar subsídios econômicos para a agricultura, mobilizando toda a população para trabalhar no campo: “ Os camponeses foram ajuntados em grupos de milhares e forçados a dividir todas as coisas. Todos os grupos deveriam ser autossuficientes.”. Essa etapa acabou por gerar a escassez mais mortal da história. Inúmeras dificuldades surgiram e ocasionaram um desastre econômico e social dando origem a uma onda de conflitos internos contra o PCC e Mao Tse-Tung perde o destaque de poder absoluto. O Estado ficando nas mãos de outros representantes políticos, houveram tentativas para reavivar alguns princípios do sistema capitalista como, por exemplo, recompensas por esforços do trabalho.

Paralelamente, Mao Tsé-Tung tendo ainda certo poder já que tinha o apoio dos militares e de algumas facções políticas, lançou um programa de educação para converter todos os soldados em comunistas fiéis e obedientes ao seu partido, e promoveu a transferência do controle da Revolução para os camponeses e operários sob a coordenação de seu partido pregando a igualdade absoluta. Iniciava-se, pois, a Revolução Cultural na China.

Todos os chineses foram atingidos por uma onda repressiva, onde a própria esposa de Mao, Jiang Qing, passou a representar o domínio absoluto sobre todas as formas de artes (escrito, pintado, editado, cantado, teatros e cinemas). Nesse contexto, jovens estudantes foram dispensados das aulas e o Estado forneceu condições (alimento, transporte e alojamento) para que percorressem o país formando a Guarda Vermelha com bases doutrinárias e militantes de esquerda, repreendendo todos aqueles que adotassem s moldes ocidentais de comportamentos, castigando-os e cometendo diversas atrocidades na China.

Milhares de campos e centros de detenção foram abertos. As pessoas que eram mandadas para lá, morriam lá. Na prisão, utilizava-se das desculpas mais fajutas possíveis para se eliminar alguém — tudo para haver sobras alimentícias, uma vez que os prisioneiros eram um fardo para o sistema, de acordo com o pensamento de quem estava no comando. Esse sistema penal, o maior já construído, era organizado em um estilo militar, com alguns campos mantendo por volta de 50.000 pessoas.

Havia um critério para se aprisionar alguém: os indivíduos eram abordados aleatoriamente e recebiam ordens de prisão de maneira indiscriminada. Isso acontecia com ampla frequência. Todos tinham de carregar consigo uma cópia do Pequeno Livro Vermelho, de Mao. Questionar a razão da prisão era em si uma evidência de deslealdade, já que o estado era infalível. ”

Os problemas advindos do descontentamento e caos sócio-político da Guarda vermelha fez aos poucos com que Mao Tsé-Tung também reconhecesse a necessidade que o Estado Chinês tinha de contar com cientistas, técnicos especializados, administradores, educadores, etc, os quais estavam exilados. A Revolução Cultural terminou oficialmente em 1976, ano em que Mao faleceu e assim facção de direita foi se reestabelecendo na política chinesa.

As liberdades civis foram restauradas e as reabilitações começaram, torturadores foram processados, controles econômicos foram gradualmente relaxados, a reforma começou lenta a princípio, mas depois atingiu uma velocidade transformadora. Em 1979, o governo chinês lançou uma ampla reforma que pretendia fazer do país uma potência mundial, houve a iniciação de várias modificações econômicas, entre elas, a abertura do mercado chinês ao mercado externo destacando o rápido crescimento econômico do país, a redução da desigualdade social da população chinesa e o aumento de investimentos chineses em diversos países.

“A orientação base para as reformas econômicas foi a da construção e modernização socialista por meio do “Programa das 4 modernizações” (agricultura, indústria, defesa nacional e tecnologia) que, por sua vez, visava a completa transformação da estrutura econômica do país e a tentativa de recuperar as décadas de atraso. Além disso, essas reformas possuíam dois objetivos fundamentais. O primeiro dizia respeito à criação de uma economia de mercado com características socialistas, visando a obtenção de lucros e sua maximização, mas mantendo a propriedade estatal dos meios de produção. O segundo, por sua vez, buscava atingir o crescimento econômico, especialmente por meio do investimento direto estrangeiro e da assistência técnica (DIAS, 2004).

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