A Concepção Moderna de História.
Por: bongard • 22/4/2020 • Trabalho acadêmico • 7.923 Palavras (32 Páginas) • 166 Visualizações
A originalidade historiográfica de La méditerranée et le monde méditerranéen à l’époque de Philippe II e a concepção braudeliana de história
The historiographical originality of La méditerranée et le monde méditerranéen à l’époque de Philippe II and the braudelian conception of history[pic 1]
Guilherme Ribeiro
Professor Adjunto
Universidade Federal Fluminense (UFF) geofilos@ig.com.br
Rua José do Patrocínio, 71 - Centro Campos dos Goytacazes - RJ 28015-385
Brasil
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Resumo
Levando em consideração o surgimento de uma nova abordagem historiográfica levada adiante pelos primeiros Annales e por Fernand Braudel, o objetivo deste artigo é, a partir de La Méditerranée et le monde méditerranéen à l’époque de Philippe II e as críticas a ele endereçadas,
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Palavras-chave
Braudel; Longa duração; Concepção moderna de história.
Abstract
Considerating the emergency of a new perspective on historical writing by the firsts Annales and Fernand Braudel, the aim of this article is, from La Méditerranée et le monde méditerranéen à l’époque de Philippe II and the criticals addressed to it, analyzes its historiographical originality, gathering evidences to support the existence of a braudelian concept of history.
Keyword
Braudel; Long run; Modern concept of history.
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Enviado em: 13/10/2009 Aprovado em: 17/12/2009
história da historiografia • ouro preto • número 04 • março • 2010 • 125-144
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Pensada como um estudo tradicional da política diplomática de Philippe II no século XVI, é Lucien Febvre que sugere uma inversão nos termos da questão (FEBVRE, 1950).[pic 6]
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tradicionais escalas da região e do território nacional, escolha do objeto de estudos da ciência histórica;[pic 9]
alterando não só as bem como a própria
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; via o processo histórico como um conjunto de ritmos distintos[pic 11]
onde a narrativa de episódios curtos passa a ser explicada pelas estruturas da longa duração...
Enfim, o procedimento mais adequado para visualizarmos a discussão
Só assim poderemos constatar, com toda a clareza possível, que La Méditerranée jamais poderia “passar em branco”, avaliado como um livro comum. Todavia, isso não significa que sua relevância pertença somente ao passado e que não haja mais nada a reter e aprender com suas lições,[pic 12]
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de um dos examinadores —[pic 14][pic 15][pic 16][pic 17][pic 18][pic 19]
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De outro lado, como entender o[pic 25]
motivo da participação de , especialista em geografia[pic 26]
histórica, sem saber do vínculo entre os historiadores dos Annales e os geógrafos, bem como, obviamente, o relevante papel ocupado pela Geografia em La Méditerranée? O que pensar da resenha escrita por Febvre na Revue Historique em 1950, sustentando a “mutação” e a “revolução” provocadas pela obra supracitada na forma de conceber a História? (FEBVRE 1950, p. 216).
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, ao mirá-la como uma obra de[pic 28]
transição onde vários setores são meramente experimentais (DONGHI apud
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1 Mesmo que um ambiente de constestação pudesse jogar a seu favor, essa História rebelde e impetuosa não se estabeleceria facilmente: “A grande história que Braudel procurou reviver nasce, portanto, de um pensamento inquieto e disseminado que atravessa o universo literário e filosófico no período precedente à Segunda Guerra mundial e que se sedimenta muito lentamente, ao preço de numerosas resistências no universo das ciências econômicas e sociais” (GEMELLI 1995, p. 89).
ROMANO 1997, p.68 [1995]). Não sabemos se concordamos plenamente com ele, já que é possível caminhar ao lado de Aguirre Rojas e perfilhar a existência de uma profunda coerência epistemológica ao longo da obra braudeliana (AGUIRRE ROJAS 2003, 2003a). De qualquer forma, cremos que Donghi acerta em cheio quando percebe a transição em que se encontra La Méditerranée. Uma amostra deste fato seria a terceira parte do livro que, dedicada à História Política e ao tempo dos acontecimentos, não deixa de ser uma concessão à ordem do discurso ditada pela historiografia Metódica que, progressivamente fragilizada pelos ataques annalistes, ainda permanecia vigente. O próprio Braudel se manifesta a respeito da parte três como sendo “a da história tradicional, cortada não à medida dos homens, mas à medida do indivíduo (...)” (BRAUDEL 2002, p.18 [1966], grifo nosso).
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Em sua tese de doutorado abordando a relação entre o método historiográfico e o conhecimento histórico em Braudel, a historiadora brasileira[pic 31]
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(VIEIRA[pic 33]
2002, p.9). A seguir o economista tailandês Cheng-chung Lai, são cinco “conceitos” principais:[pic 34][pic 35]
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, crítica esta que, do seu lado, incorpora quatro vertentes: deslocamento das análises habituais; restituição de passados relegados a um plano secundário; problematização do par presente-passado; e afastamento das evidências e lugares-comuns estabelecidos pela historiografia tradicional (AGUIRRE ROJAS, 2003a, p. 19-37).
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