A Conquista da América – Tzvetan Todorov
Por: _pablorib • 18/10/2016 • Resenha • 964 Palavras (4 Páginas) • 1.243 Visualizações
A Conquista da América – Tzvetan Todorov
Referência bibliográfica:
TODOROV, tzvetan. A conquista da América. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 3-70.
Apresentação do Autor:
Tzvetan Todorov (Sófia, 1939) é um filósofo e linguista búlgaro radicado na França desde 1963 em Paris. Após completar seus estudos, passando a freqüentar então os cursos de Filosofia da Linguagem ministrados por Roland Barthes, um dos grandes teóricos do Estruturalismo. Todorov foi professor da École Pratique de Hautes Études e na Universidade de Yale e Diretor do Centro Nacional de Pesquisa Científica de Paris (CNRS). Atualmente é Diretor do Centro de Pesquisa sobre as Artes e a Linguagem da mesma cidade. Publicou um número considerável de obras, que estão hoje traduzidas em vinte e cinco idiomas, além disso, produziu vastíssima obra na área de pesquisa lingüística e teoria literária. O pensamento de Todorov direciona-se, após seus primeiros trabalhos de crítica literária sobre poesia eslava, para a filosofia da linguagem, numa visão estruturalista que a concebe como parte da semiótica (saussuriana), fato que se deve aos seus estudos dirigidos por Roland Barthes.
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Objetivos do texto:
Percebemos ao longo do capítulo proposto, que há por objetivo entender esse contato inicial entre peninsulares e nativos. De uma forma mais precisa, dando foco ao imaginário, Todorov então busca explicitar o que concerne à construção da figura do outro. E isso partindo da visão dos peninsulares é relevante ser tratado (não a toa é o capítulo inicial do livro), pois o “desdém” a figura dos nativos pode ser posto como um dos fatores construtor e propiciador a conquista espanhola.
Linha argumentativa desenvolvida/estrutura do texto:
De forma introdutória, Todorov aponta as linhas metodológicas de sua análise, e deixando claro de início que o foco analítico é a questão da alteridade. Dado então relevância a essa questão, Todorov passa a empreender esforços na compreensão dos interesses motores de Colombo, e seu imaginário. Dando até um breve destaque as concepções de “medieval” e “moderno”, há de se considerar Colombo como figura desse período conjuntural onde se mesclam “medievalidade” e “modernidade”.
Sendo assim, o mesmo considera a busca por ouro, presente em toda a expedição, mas com outrora finalidade para Colombo. Todorov então explicita que o mesmo tinha motivações fortemente de cunho religioso na busca pelo Grande Can e a retomada a terra sagrada. Outrossim, o autor destaca o caráter teleológico de Colombo. Empreende também um caráter hermeneuta a Colombo, analisando assim o desenrolar dos acontecimentos na chegada ao território que futuramente viria a se conhecer como América. Enfim, em suma os estudos sobre imaginário de Colombo torna-se de grande grau de importância para o foco do texto, exposto então no início dessa explanação: a alteridade.
A exemplo das características de Colombo, Todorov retrata então uma problemática acerca da comunicação, outro ponto esmiuçado. Para o mesmo há uma incompreensão estabelecida para com o outro, dessa outra cultura, um baixo interesse na comunicação, pontos subjugados a interesses de Colombo que então deturparia a vontade e sinais em prol de um conhecimento das terras, o que denota ao seu caráter hermeneuta.
O próprio pensar de Colombo sobre os indígenas se vale a pressupostos de acordo a seus interesses, como o interesse a nativos vestidos relativos a busca pelo grande can. Dentre outros riquíssimos exemplos como uma corriqueira discussão sobre o “quão selvagem são esses nativos” e se pertenciam mesmo a espécie humana, Todorov então mostra-nos com exemplos de fontes seja de contemporâneos aos acontecimentos, cartas e diário de Colombo, sua incompreensão, relacionando-o a seu imaginário, sobre essa esfera cultural que acentua num enorme grau de exterioridade e que motiva suas ações para com o outro.
Conceitos utilizados pelo autor:
Mito: Seriam fábulas, narrativas fictícias, encontra-se assim o sobrenatural, os fenômenos da natureza ou os acontecimentos históricos alterados. É relevante o a tratar como base antropológica que explicita de grande relevo o imaginário social acerca da explicativa sob os pontos citados anteriormente, ou seja, sua leitura sob a realidade vivida.
Colonização: Em suma o processo de colonização pode ser conceituado como ocupar determinada área, exercendo-se por domínio, exploração e inserção cultural. Tomando o conceito então como “colonização” em território já ocupado, o mesmo incita choques culturais e outros diversos modos de contato por já haver estruturas assentadas, não deixando fugir a questão do embate físico realizado nesses processos.
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