A Guerra do Contestado de 1912 e 1916
Por: goncalvesmartins • 30/11/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 1.008 Palavras (5 Páginas) • 366 Visualizações
A Guerra do Contestado
A Guerra do Contestado ocorreu entres os anos de 1912 e 1916 em uma região entre os estados do Paraná e Santa Catarina. Esse local abrigava uma grande área de florestas araucárias, campos naturais e também vastas plantações de erva-mate.
Essa região era disputada por esses dois estados, sendo esse o motivo para o nome Contestado. O conflito teve como seu motivo principal a disputa pela propriedade de terras.
A divisão da sociedade
A população dessa região era composta socialmente por coronéis, um número grande de agregados, médios proprietários e pequenos posseiros.
Antecedentes ao conflito
No início do século XX, a região começou a atrair fazendeiros, especuladores e companhias madeireiras, motivados pela expansão de terras de seu domínio e exploração da madeira.
Assim os grandes proprietários começaram a aumentar suas propriedades expulsando os pequenos posseiros de suas terras. Além disso, grandes empresas norte-americanas como as Brazil Railway e a Southern Lumber instalaram-se na região do Contestado, expulsando os posseiros dos locais onde as empresas acomodaram-se.
Esses acontecimentos somados à construção da Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande do Sul, fez com que vários posseiros também fossem expulsos de suas terras por onde a estrada passava, além dos trabalhadores da ferrovia que pretendiam permanecer na região, mas tiveram que se retirar imediatamente a mando das companhias madeireiras que os impediram de ficar nos trechos próximos à ferrovia. Tais fatores abalaram a estrutura da sociedade contribuindo para uma crise social.
A vida da população que dependia da economia de subsistência em suas pequenas posses dificultou com o aumento de violência devido à presença dos agentes das empresas estrangeiras, da luta entre os coronéis e o aumento de trabalhadores sem-terra.
O messianismo
O messianismo por definição consiste na vinda ou no retorno de um ser divino enviado por uma Divindade, que virá libertar certa população. Na época da República velha as regiões menos favorecidas eram uma porta aberta para a prática do Messianismo e isso não foi diferente na guerra do Contestado.
Após o término da construção da ferrovia a massa de trabalhadores desempregados se juntaria ao grande contingente moradores desabrigados. Essa população menos favorecida acabaria seguindo os ideais de um líder de caráter religioso, o monge José Maria.
Nesse sentido, a liderança de caráter religioso de José Maria acabaria atribuindo a guerra do Contestado uma identidade Messiânica, como em Canudos. A massa popular tinha o monge como um Messias, devido a sua vida humilde e reta, a qual cabia grande admiração da população menos favorecida.
O monge José Maria
O ex-soldado do Exército Miguel Lucena Boaventura, mais conhecido como "monge" José Maria, no qual acreditava-se ser um milagreiro, ganhou popularidade nesse contexto de conflitos. Ele teve vários adeptos na região do Contestado por ajudar caboclos, pregando por uma sociedade mais igualitária e resistir contra aqueles que tentavam expulsar a população local.
A Guerra
Em agosto de 1912, José Maria e seus seguidores uniram-se em Taquaraçu. Esse ajuntamento causou uma preocupação nos políticos principalmente em Francisco de Albuquerque, um dos maiores coronéis-propriétarios da região.
As autoridades locais pressionaram o monge e seus seguidores, que então se retirassem para o Irani, localizada no Paraná, mas disputada por Santa Catarina. Logo, as autoridade paranaenses desconfiaram que o grupo de José Maria queriam tomar a posse da localidade. Com isso, o Paraná une forças militares para reprimi-los.
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