A História do Brasil Colonial
Por: joaoigox • 16/3/2023 • Resenha • 2.673 Palavras (11 Páginas) • 94 Visualizações
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR (PCC)
História do Brasil Colonial
História de Minas Gerais
Ensino de História
Teoria da História I
ANÁLISE DE LIVROS DIDÁTICOS
MINAS GERAIS NOS LIVROS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA DO ENSINO MÉDIO:
Patrícia Ramos Braick, Myriam Becho Mota, História: das cavernas ao terceiro milênio, 4. Ed. São Paulo: Moderna, 2016.
Discente: João Igo Alves de Moraes
UBERABA, 10 de Outubro de 2022
1. INTRODUÇÃO
O Ensino de História no Brasil como conhecemos hoje passou por várias etapas e transformações desde a chegada dos portugueses em terras Tupiniquins no ano de 1500, já que inicialmente no século XVI, este ensino era realizado pelos padres Jesuítas da extinta Companhia de Jesus oriunda da Igreja Católica, a qual o Reino de Portugal era subordinado. Tal ensino não se preocupava com a historicidade , ou até mesmo com a historiografia, objetivando apenas a catequização das populações indígenas que aqui residiam. Após a expulsão dos Jesuítas pelo Marquês de Pombal, este, baseando-se em ideias iluministas que corriam pela Europa no que se refere a um plano de ensino para a formação teórica de cidadãos, realizou algumas reformas, como a inclusão de aulas de latim e filosofia nos centros de ensino.
Porém, é somente com a proclamação da república em 15 de novembro de 1889 que o Ensino de História no Brasil sofre mudanças profundas, pois a república parte em busca da criação de uma identidade nacional no país, que anteriormente estava inteiramente ligada ao reinado português. Para isso, há um resgate da história nacional, a criação de vários mitos populares como Tiradentes e os Bandeirantes, que buscam representar o povo heróico e bravo da recém instaurada república, além do surgimento de movimentos literários que exaltavam os cidadãos originários do país como na primeira fase do Romantismo brasileiro, conhecida como fase indianista, onde obras como “O Guarani” e “Iracema de José de Alencar traziam o indigena como o herói do mito de formação da sociedade brasileira.
Todavia, com a inclusão da matéria escolar de História nas instituições de ensino, um plano arquitetado pela elite brasileira que priorizava apenas a sua classe, ideias e representação majoritariamente eurocêntrica da mesma foi colocado em prática, excluindo as demais e variadas do Ensino de História, um tanto problemático, como demonstra Thais Nivia (2003,p.44)
“Se na Europa a questão a ser enfrentada pelas elites era a da inclusão das classes trabalhadoras urbanas no sistema de ensino e das formas e limites dessa inclusão, no Brasil o problema dizia respeito à exclusão da extensa população escrava, além dos negros e mestiços forros e dos brancos livres e pobres. (...) E, na segunda metade do século XIX, a questão se estenderia, também, para a população de imigrantes europeus que se instalavam principalmente no sul do país.”
Em um país tão extenso territorialmente, com facetas e a presença de uma população tão diversa (indígenas, europeus, africanos e asiáticos), é extremamente importante analisar como o ensino de história chegou ao formato e conteúdo atual, qual o tipo de material didático é utilizado nas instituições de ensino públicas e como a sociedade brasileira é representada no mesmo.
2. JUSTIFICATIVA
Como dito anteriormente, é importante o estudo dos materiais didáticos utilizados nas salas de aula das instituições brasileiras de ensino, está na Constituição Federal que todo cidadão tem direito a uma formação intelectual, e é uma das responsabilidades do professor de história saber dialogar e mesclar todos os seus conhecimentos para formar o pensamento crítico histórico de seus alunos, já que o ensino histórico das universidades é diferente do ensino tradicional nas escolas. Este ensino também acontece pela leitura realizada pelos alunos brasileiros dos livros didáticos presentes no Programa Nacional do Livro Didático do Ministério da Educação. A elaboração e o conteúdo de um livro didático contém a ideologia de seu autor, observando seu conteúdo é possível saber o que este defende, a qual classe social pertence, e não somente isto, como a escolha de qualquer coleção de livros para ser utilizada em sala de aula não acontece por acaso, podendo ser desde meras parcerias comerciais com as editoras responsáveis pela publicação, ou até mesmo parcerias ideológicas que afetam diretamente o pensamento dos estudantes.
Sendo assim, este trabalho visa analisar e identificar o modos como Minas Gerais é abordada em diferentes períodos históricos no livro do segundo ano do ensino médio “História: das cavernas ao terceiro milênio” das autoras Patrícia Ramos Braick e Myriam Becho Mota, quarta edição, publicada em São Paulo pela Editora Moderna no ano de 2016.
Minas Gerais desde sua criação como capitania hereditária até os dias atuais sendo o estado com o segundo maior PIB do país esteve presente em diversos momentos históricos, onde muitos ciclos econômicos e sociais puderam ser observados. É necessário saber como estes temas estão sendo repassados para os estudantes de todo o Brasil, auxiliando ou não em sua formação crítica e civil, já que os livros do PNLD podem ser usados por até três anos.
3. ANÁLISE DO LIVRO DIDÁTICO
No sumário do livro, Minas Gerais está evidentemente presente em dois capítulos, no capítulo 4 “A mineração no Brasil colonial” onde o estado e o ciclo das minas de ouro são o grande destaque, e no capítulo 9 “A independência do Brasil e o Primeiro Reinado”, onde a Conjuração Mineira é descrita. Em outros capítulos o estado chega a ser citado mas com bem menos importância.
Capítulo 4 - A mineração no Brasil colonial
O capítulo se inicia com uma imagem de como ficou o distrito de Bento Rodrigues após o rompimento da barragem de Brumadinho que continha rejeitos de minério (a mineração segue sendo uma das principais atividades econômicas de Minas Gerais), e abaixo dela um texto contendo o relato de ambientalistas e botânicos que visitaram a região das minas após a mineração e desmatamento de mais de 4 mil km² da Mata Atlântica.
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