A Importância da História na Literatura Cultural
Por: DanielaJP • 25/6/2016 • Artigo • 1.086 Palavras (5 Páginas) • 322 Visualizações
A Importância da História na Literatura Cultural
A História e a Literatura têm diferentes maneiras de expressar as experiências vividas pelos homens, é neste sentido que a historiografia enriquece o desenvolvimento da produção cultural, sendo construída coma visão de cada individuo, usando a sua leitura e a interpretação do tempo e do espaço, a relação estabelecida entre a História e Literatura nos faz refletir sobre, as teóricas e metodológicas que visam o uso da Literatura, como fonte da pesquisa histórica.
Na busca de uma construção para o conceito de história cultural Borges (2010, 94-95) apresenta algumas concepções sobre esse novo conceito de produção historiográfica, a partir da concepção de Duby, historiador francês que se preocupa com a história das ideologias e que estuda os “mecanismos de produção dos objetos culturais”, como quaisquer objetos de estudo não apenas as obras primas oficialmente reconhecidas, buscando as diferentes maneiras de pensar e sentir a sociedade, como um vasto campo historiográfico de pesquisa, sendo uma fronteira em aberto para novas descobertas.
E a concepção do historiador Roger Chartier (1990) com conceito de “apropriação” que ocorre na forma de utilização dos elementos culturais e de reescrever esses produtos de acordo com as necessidades de adaptar o texto, tentando resgatar o espaço das experiências individuais e locais do entretenimento cultural, buscando analisar a relação entre a comunidade e o mundo externo, para representar um “instrumento de um conhecimento mediador que faz ver um objeto ausente através da substituição por uma imagem capaz de o reconstituir em memória e de o figurar como ele é” para que a história produzida se torne mais compreensível ao leitor.
No que entendemos como bens culturais, as fontes literárias podem ser utilizadas como forma de representação social e histórica, servindo como forma de representar determinado período e suas diversas maneiras, proporcionando ao homem o conhecimento do ambiente que o cerca e contribui para construir a visão de várias experiências humanas ao longo do tempo e espaço.
A produção literária reflete os inúmeros conflitos existentes no contexto social a qual foi produzida. Por tanto, podemos perceber que a literatura é constituída a partir dos elementos sociais e culturais.
Ela é construída a partir do mundo social e cultural e também, constituinte deste; é testemunha efetuada pelo filtro de um olhar, de uma percepção e leitura da realidade, sendo inscrição, instrumento e preposição de caminhos, de projetos, de valores, de regras, de atitudes, de formas de sentir... Enquanto tal é registro e leitura, interpretação do que existe e proposição do que pode existir (Borges, 2010, p. 98).
A literatura é a interpretação do mundo e do contexto social que o autor está inserido, também pode representar seus anseios e angustias. A literatura é, além de uma escrita harmoniosa, faz uma manifestação cultural que tem permitido ao historiador assumi-la como fonte de pesquisa. Portanto, toda ficção está sempre enraizada na sociedade, uma vez que é em determinadas condições de espaço, tempo, cultura e relações sociais que o escritor cria seus mundos de sonho, segundo Pesavento (1998, p. 12-13), “a história, tal como a literatura, constrói seu discurso pelos caminhos do Imaginário. Desse modo, o universo da literatura, tal como o da história, também constitui uma socialização de valores, memórias e discursos”.
No contexto da literatura como fonte histórica, tais quais, os monumentos e outras fontes clássicas, requer uma série de instrumentos capazes de formar uma base critica e analítica, sobre a leitura do "documento", vale ressaltar que a literatura aqui não será vista apenas como uma importante fonte histórica para o estudo, mas sim como “representação”,
A Categoria de “representação” tornou - se central para as análises da nova história cultural, que busca resgatar o modo como, através do tempo, em momentos e lugares diferentes, os homens foram capazes de perceber a si próprios e ao mundo, construindo um sistema de idéias e imagens de representação coletiva e se atribuindo uma identidade (Pesavento, 1995, p.116).
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