A Origem e fontes de história do império
Por: Txumza • 29/11/2017 • Trabalho acadêmico • 1.541 Palavras (7 Páginas) • 299 Visualizações
Sumário
Introdução 2
Origem e fontes de história do império 3
Fontes históricas 3
Organização política e social 4
Religião 4
Actividades económicas do império 5
A capital do império 5
Auge e declínio do império 6
Conclusão 7
Referências bibliográficas 8
Introdução
O presente trabalho aborda aspectos sobre o império de Gana, este que carrega esta designação por causa do titulo atribuído aos seus soberanos. O império localizava-se no Ocidente de África, concretamente ao norte das duas curvas divergentes do Senegal e do Níger, e sendo o primeiro império negro conhecido com bastante precisão. O império foi fundado pelos do Soninkes, cujos descendentes foram os grupos Sorakholes, Marka, Diula e Dafing.
Numa primeira fase apresentamos as origens e fontes de história deste império e de seguida as actividades politicas, religiosas e sociais, económicas, a descrição da capital e por fim o auge e declínio do império.
A elaboração do presente trabalho foi baseada na revisão da literatura e teve como base principal a obra de Ki-Zerbo, Historia da Africa Negra v.1
Origem e fontes de história do império
Segundo Kizerbo, o reino de Gana foi fundado no século IV e foi o primeiro império negro conhecido com bastante precisão, quando se encontrava em ascensão política e económica, no século X, foi dominado pelo povo Soninque, que estendera o poder sobre o reino de Gana, nas regiões do Senegal, do Rio Níger ao Deserto do Saara.
Essa dominação durou quase um século, enquanto, o povo que ali vivia pagava tributo de forma obrigatória sobre comercio de mercadorias e a produção de metais preciosos. Por conta desse comercio, ocorriam constantes ataques nómades nas regiões, foi nesse contexto que o povo Soninque se organizou politicamente e formaram um poderoso exercito.
Fontes históricas
Para a construção da história de Gana, Ki-Zerbo aponta anotações directas, por escrito, de traduções que até então, eram sem dúvida algumas transmitidas oralmente. Antes da chegada dos Europeus derivava essencialmente da tradição oral, que refere as migrações dos antigos reinos do Sahel, hoje regiões da Mauritânia e do Mali.
As mais antigas informações escritas referentes as culturas do Deserto do Saara, provém de fontes Islâmicas. Destaca-se Al-Bakri, que foi historiador na idade Média, é de ressaltar que o Al-Bakri foi o primeiro que viajou de Bagdade até a margem do Niger tendo escrito várias crónicas, destacando a crónica de kano e a crónica de kilwa, e em particular vestígios exumados pelas escavações arqueológicas. Em função disso, é importante distinguir os Tarikh de tombuctu de outras obras históricas escritas em Árabe.
Organização política e social
Ki-Zerbo conta-nos que no estado de Gana havia um grande conselho do rei que compreendia altos dignitários, alguns dos quais eram antigos escravos, muçulmanos e ainda filhos dos reis vencidos guardados na corte como reféns, eram associados ao governo dado as suas competências. O rei também exercia uma função jurídica, todas as manhãs numa espécie de ronda da justiça, o rei saía a cavalo acompanhado de todos seus oficiais e dava uma volta para capital, parando para ouvir as queixas dos seus súbditos mais humildes e para lhes mandar logo fazer justiça.
A sucessão do rei era matrilinear, o filho da irmã do rei é que lhe sucedia. Isto para assegurar que o sucessor sempre fosse de sangue real, porque se se está sempre seguro de ser irmão da própria irmã, nem sempre se está seguro de ser pai do próprio filho.
Religião
Al-Bakri citado Ki-Zerbo afirma que haviam feiticeiros que moravam em choupanas abobadadas e bosques, e estes homens eram responsáveis pelas cerimónias religiosas. Nesses lugares também haviam ídolos e túmulos dos reis. A prisão dos vivos também era no mesmo local, porem, quem lá entrava nunca mais se ouvia falar.
Quando um rei morria construía-se uma enorme cúpula de madeira e ao lado do corpo colocavam todos pertences do rei tais como armas, utensílios domésticos, etc. havia uma serpente que morava numa caverna e quando o rei morria reunia-se uma assembleia e a cobra era trazida para picar um dos participantes e quem fosse o felizardo seria o novo rei. Segundo Ki-Zerbo, o principal culto era o do deus-serpente do Ugandu (Ugadu-Bida), antepassado-totem dos Cissés. De acordo com a lenda, saia da toca no dia da entronização dos reis e recebia em sacrifício anualmente a mais bela rapariga da terra.
Por outro lado haviam os Muçulmanos, essa religião fazia-se sentir com a mesquita de Djeme que tornava a região num centro islâmico. O imperador manifestava uma tolerância benevolente em relação aos Muçulmanos, pois os intérpretes, o tesoureiro e a maioria dos ministros eram escolhidos entre eles pelas suas competências técnicas.
Os animistas (os que eram da religião do rei) ao ver o rei ajoelhavam e lançavam areia na cabeça dele em sinal de respeito e os Muçulmanos limitavam-se em bater palmas. Os animistas eram mais próximo da corte em relação aos Muçulmanos.
Actividades económicas do império
O império de Gana caracterizava-se por uma economia bastante equilibrada e organizada. A presença de poços e de numerosos jardins demonstra um certo bem-estar agrícola, visto que, a maioria da população dedicava-se ao cultivo da terra e criação de gado.
A riqueza do império de Gana provinha essencialmente do comércio e sobretudo do ouro, este ultimo que era extraído nas regiões do sul do império, nomeadamente Galam, Bambuque e Buré, por intermédio de mercadores designados por Wangaras.
O soberano exercia uma espécie de monopólio que consistia em apoderar-se de todas descobertas e minas de ouro, e também restringir a massa de ouro em circulação para evitar a sua desvalorização. Afirma-se que boa parte do ouro estava preso ao trono e apenas o ouro em pó é que tinha livre circulação.
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