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AS RAÍZES CLÁSSICAS DA HISTORIOGRAFIA MODERNA DE ARNALDO MOMIGLIANO.

Por:   •  1/9/2016  •  Resenha  •  836 Palavras (4 Páginas)  •  2.050 Visualizações

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MOMIGLIANO, Arnaldo. Tácito e a tradição taciteana. In: As Raízes Clássicas da Historiografia Moderna. Bauru: EDUSC, 2004.

Neste texto, Momigliano aborda a obra do historiador romano: Tácito, que viveu por volta de 55 - 117 d.C., e a sua influência através dos séculos, inspirando pensadores da Renascença até a Revolução Francesa. Tácito escrevia principalmente sobre política, ele analisava o governo tirânico romano de um ponto de vista neutro e segundo o autor

O ensinamento de Tácito sobre o despotismo era ambivalente. Não pretendia jamais encorajar revoluções, mas, sem dúvida, abriria os olhos de quem se preocupasse em ver os efeitos do despotismo. Outras pessoas poderiam tomar seus ensinamentos como uma lição temática sobre a arte de governar, uma lição de realismo. (MOMIGLIANO, 2004, 170).

Um ponto importante para se destacar são os métodos que Tácito utilizava para escrever, porque ele nem sempre usou documentos originais como fontes, mas também se baseou em fontes literárias, tal pratica não seria aceita para um historiador atual, mas não que isso possa denegrir a sua obra, pois é possível comparar seus manuscritos com de outros historiadores de sua época e verificar a autenticidade dos fatos descrevidos por ele.

O grande diferencial de Tácito com relação aos historiadores contemporâneos a ele, é a maneira como ele abordava os temas trabalhados, como afirma Momigliano

Quando lemos Tácito, sentimos imediatamente que ele nos oferece algo a mais do que os demais historiadores. Sua análise do comportamento humano é mais profunda, sua atenção às tradições sociais, às circunstâncias precisas é muito mais vigorosa. Ele comunica a sua interpretação por uma escolha sutil e acurada de detalhes que se expressam por meio de uma linguagem totalmente pessoal. (MOMIGLIANO, 2004, 166).

Tácito não trabalhava tanto com os temas mais explorados por outros historiadores como: a administração, as províncias e o exército romano, ele preferia escrever história de um ponto de vista político e antropológico.

As obras de Tácito caíram um pouco no esquecimento durante a Idade Média, a maioria de seus manuscritos estavam em mosteiros na região onde atualmente existe a Alemanha, sendo assim poucos tinham acesso a seus textos.

Foi durante o período da Renascença que Tácito começou a se popularizar, inicialmente na cidade de Florença segundo Momigliano “Florença foi o primeiro centro intelectual e político a reagir a reagir à mensagem de Tácito, assim como foi o primeiro a gostar de Políbio” (MOMIGLIANO, 2004, 172). Por volta de 1500 seu livro Germania já era bem-conceituado pelos estudiosos alemães, por ser uma fonte de pesquisa que ajudava a construir o passado da nação. A obra de Tácito servia de inspiração para grandes movimentos sociais do século XVI como o absolutismo e a reforma religiosa, e também exerceu grande influência intelectual segundo as palavras do autor

Ele contribuía para a nova investigação a respeito das profundezas da alma humana. Montaigne estudou-o e admirou-o, e todos os moralistas franceses posteriores, de Charron a La Rochefoucauld, deviam algo a ele especialmente no tocante ao estudo sobre a hipocrisia. A literatura moderna holandesa nasceu praticamente devido ao contato dos intelectuais holandeses com Tácito. (MOMIGLIANO, 2004, 175).

Tácito estava cada vez mais sendo idealizado

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