AS RELAÇÕES DA HISTÓRIA COM A PSICOLOGIA -Debora Bezerra Farias
Por: Debora Farias • 9/10/2019 • Artigo • 1.744 Palavras (7 Páginas) • 175 Visualizações
Resumo
O presente trabalho tem por objetivo traçar uma rápida relação da interação entra a história e a psicologia. Falando-se sobre o momento de inicio dessa interdisciplinaridade das ciências que tem o ser humano como objeto principal de estudo.
Palavras chave:
História – Psicologia – Interdisciplinaridade
Introdução:
Para iniciar os debates sobre as relações da história e psicologia precisamos ter claro em nossa mente o que de fato é a história e os conceitos que estão envolvidos nessa temática. O conceito básico de História é basicamente História ser a ciência humana que estuda o desenvolvimento do homem no tempo, somados a análises dos processos históricos, personagens e fatos que nos levam a compreender um determinado período histórico, cultura ou civilização. Tem como objetivos o resgate dos aspectos culturais de um determinado povo ou região para o entendimento do processo de desenvolvimento, de modo que entender o passado também é importante para a compreensão do presente.
Porém ao falar de tudo que envolve a história é imprescindível citar Heródoto e Tucídides, visto que o termo História nasceu a partir de seu trabalho investigando e documentando as causas das guerras travadas pelos gregos e especialmente as causas das invasões persas de 490 e 480 A.C., É considerado o Pai da História, apesar de tratar somente de narrativas históricas sem fontes concretas. O primeiro historiador a lançar mão de métodos críticos e a utilizar fontes como documentação que comprovasse narrativas foi Tucídides, e seu trabalho como historiador estava interessado na precisão do conhecimento histórico.
Para Heródoto a história era o meio que designava o saber e para ele esse saber era obtido através das testemunhas, preservando assim aquilo que aconteceu a partir dos homens, não se importando muito com a precisão ou fontes que atestavam que o acontecido era de fato como estava sendo descrito, pois o que importava mesmo era o conhecimento. Tucídides se distanciava dos métodos de Heródoto que eram carregados de multiplicidade e experiências humanas. Para ele, a única história verdadeira era a que tratava de politica e guerra. Tucídides lançava a mão da retórica e de fontes que comprovassem a veracidade e precisão de suas narrativas.
A partir desses precursores da história iniciou-se o trabalho para fundamentar conceitos, métodos e formas de análises para a escrita da história e além da construção da história enquanto ciência. Diversos debates foram sustentados ao longo do tempo, bem como nasceram diversas correntes historiográficas como, por exemplo, o Positivismo que hoje em dia é pouco usado e tem relações com o empirismo de forma que a história enquanto ciência deveria seguir as bases das ciências da natureza, com análises com caráter objetivo, leis gerais universais, o Materialismo histórico que foi elaborado por Karl Marx, e da ênfase o aspecto econômico da sociedade no estudo da História, e a Escola dos Annales, criada em 1929, pelos historiadores franceses Marc Bloch e Lucien Febvre, com intuito de estudar as formas de se sentir e pensar e que incorporou na História aspectos da Antropologia, Sociologia Psicologia, Geografia e Filosofia. É também conhecida como escola das “Mentalidades” e inaugurou uma interdisciplinaridade entre as ciências que tratam do Homem.
Com relação à psicologia me atenho a conceitos básicos encontrados nas minhas leituras, ao conteúdo visto em sala de aula, visto que não sou versada profundamente nas questões que envolvem a psicologia e sua história, portanto se por ventura utilizar de conceitos rasos a justificativa se encontra nos meus conhecimentos sobre a psicologia. À psicologia cabe ser uma área de atuação quanto uma área de pesquisa dos processos mentais e do comportamento do ser humano e as suas interações com o ambiente físico e social e tendo como objetivo principal a compreensão e esclarecimento de como funcionam os pensamentos, comportamentos e as emoções.
O estudo da natureza humana vem sendo feito desde a Antiguidade por pensadores e filósofos e claramente se confunde com os estudos da filosofia. Sócrates, Platão e Aristóteles foram os precursores da investigação da alma humana, além de estudiosos como René Descartes (no século XVII), John Locke (no século XVII), David Hume (no século XVIII) e Immanuel Kant (no século XVIII) que levantaram debates sobre a capacidade de intuir e raciocinar que também está ligado aos campos da psicologia e psicologia da educação. A Filosofia é considerada a “ciência-mãe” e a partir delas foram elaboradas as outras ciências e campos do saber e com a Psicologia não foi diferente sendo fruto de um ramo da filosofia.
Considerando dois grandes momentos da Psicologia, podemos ver primeiramente o momento das “ideias psicológicas”, que se originou em tempos longínquos, a partir de quando o ser humano ainda primitivo começou a se questionar sobre si mesmo, sobre sua origem e seu destino, sendo os mitos utilizados como resposta, posteriormente a razão filosófica entrou como resposta a esses anseios e questionamentos e a partir dai vai se consolidando as ideias psicológicas, ou seja, ideias que os seres humanos produziram acerca de si mesmos. O segundo momento é o da chamada Psicologia Científica, considerado o marco formal da emancipação da Psicologia como ciência autônoma, em 1879 com a fundação, por Wilhelm Wundt, do primeiro Laboratório de Psicologia Experimental, em Leipzig, na Alemanha.
Esse fato ocorreu no momento em que a sociedade procurava se expressar por meio das diversas ciências e o modelo científico adotado na época se baseava nos pressupostos empiristas ao qual até a história foi submetida na época, que nada mais é que as ciências naturais ditando as formas de se compreender o mundo. A partir dai a Psicologia iniciou sua caminhada enquanto ciência, tendo como modelo as ciências naturais e o empirismo.
A interdisciplinaridade entre a História e a Psicologia.
Ao relacionarmos aquilo que a história e a psicologia têm em comum podemos citar o seu berço, ambas nascem dos estudos da filosofia, entre tanto ambas são ciências que tratam sobre o ser humano porem uma estuda o desenvolvimento do homem ao longo do tempo e outra estuda o campo dos processos mentais e comportamentais do ser humano e as suas interações com o ambiente físico e social para que haja a compreensão e esclarecimento do funcionamento dos pensamentos, comportamentos e as emoções.
Correntes de pensamentos historiográficos anteriores a escola
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