Analise do livro didático - História da América
Por: Pamella Amaral • 14/8/2017 • Ensaio • 4.283 Palavras (18 Páginas) • 568 Visualizações
Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS
Departamento de Ciências Humanas e Filosofia – DCHF
Licenciatura em História
Disciplina: História da América I Semestre: 2016.1
Professora: Elizete Silva
Estudantes: Erêndira Silva, Marcello Pimentel e Pamella do Amaral
ATIVIDADE AVALIATIVA – ANÁLISE DE LIVRO DIDÁTICO
História para o Ensino Médio- Marcos Napolitano e Mariana Villaça. 1 ano do Ensino Médio. Editora Saraiva, 2015.
- IDENTIFICAÇÃO DA FILIAÇÃO TEÓRICA DO(S) AUTOR(ES):
Marcos Francisco Napolitano de Eugênio é doutor (1999) e mestre (1994) em História Social pela USP (Universidade de São Paulo), formado em história (1985) pela mesma universidade. Foi professor no Departamento de História da Universidade Federal do Paraná (Curitiba), entre 1994 e 2004,e professor visitante do Instituto de Altos Estudos da América Latina (IHEAL) da Universidade de Paris III (2009). Atualmente, é professor de História do Brasil Independente e docente-orientador no Programa de História Social da USP. É assessor ad-hoc da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e do CNPq. Especialista no período do Brasil Republicano, com ênfase no regime militar, e na área de história da cultura, com ênfase nas relações entre história e música popular e história e cinema. Também possui experiência na formação de professores do ensino básico, com foco no uso do audiovisual na escola.
Mariana Martins Villaça é professora do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de São Paulo. É Vice-coordenadora do programa de Pós-Graduação em História da Unifesp. Atua na área de História da América Independente. Possui graduação em História pela USP (1993), mestrado em História Social (2000) e doutorado em História Social (2006) ambos pela USP. Realizou pós-doutorado em 2009. Coordena o LAPHA - Laboratório de Estudos de História das Américas, na Unifesp, ao qual está vinculado o Grupo de Pesquisa CNPq "História e Historiografia das Américas ". Integra os Grupos CNPq "História e Audiovisual: circularidades e formas de comunicação" e "Cinema latino-americano". É Professora Colaboradora do Laboratório de Estudos de História das Américas (LEHA) da Universidade de São Paulo. Suas pesquisas na área de História da América abarcam os seguintes temas: Revolução cubana; Cinema Cubano; Arte e Política na América Latina; Nuevo Cine Latinoamericano; política e cultura no Uruguai (anos 1960/70).
A linha teórica dos autores é a História Social, a qual busca trazer os detalhes do passado em todos os âmbitos da vida em sociedade para desse modo refutar a historiografia factual e dos grandes acontecimentos, utiliza-se de diversos documentos com novas abordagens priorizando as relações coletivas dentro da estrutura, conjuntura e comportamento social com influência direta da Escola dos Annales e da interdisciplinaridade com as ciências sociais contribuindo para problematizar, debater e analisar as relações entre os grupos sociais no recorte temporal em questão, retomando os acontecimentos e vivências entre autóctones e europeus.
- ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO VISUAL DO CAPÍTULO:
O capítulo analisado é intitulado “As sociedades ameríndias” referente a história de algumas etnias indígenas originárias da região que atualmente corresponde a América e as relações estabelecidas entre esses e os ibéricos. O capítulo narra os acontecimentos de forma sucessiva, da chegada dos espanhóis ao continente americano .As temáticas estão organizadas em nove sub tópicos: 1-Diversidade cultural; 2-Povos mesoamericanos;3- Os maias e a cultura política; 4-A sociedade asteca; 5- Povos da América do sul; 6-O Império Inca; 7-A conquista da sociedade asteca; 8-A conquista da sociedade Maia; 9- A conquista do império Inca. A temporalidade retratada situa-se no século XVI. O capítulo conta com imagens, mapas, atividades, “Pare e Pense” e Lupa do Historiador, documentos históricos, Visita ao patrimônio, caixa de diálogo com outras disciplinas e “para ir além”.
- ESTRUTURAÇÃO ESCRITA DO CAPÍTULO:
O capítulo recebe o título de “As sociedades ameríndias”. Dentro da historiografia atual, muito se discute acerca das denominações que são dadas a simbolizar verbalmente os povos que habitavam a América no período do século XVI. O termo “ameríndio”, adquire para si a denominação do sujeito e do espaço geográfico que compunham a América no período histórico da colonização, o qual torna-se perfeitamente questionável ao atribuir aos habitantes do continente, uma espécie de homogeneidade, atribuída a diversas etnias que compõem os grupos originários deste território e sua pluralidade cultural. Tratar de “ameríndios” os povos autóctones, que por denominação verbal seriam aqueles naturais de determinada região, traz um simbolismo massificador da cultura dos troncos étnicos, ao mesmo tempo em que tem a potencialidade de subtrair ao leitor as peculiaridades e singularidades desses sujeitos. Portanto, a adequação do título torna-se contraditória historiograficamente tratando-se. Os demais subtítulos, giram em torno de detalhes da conquista da América, e dos grupos -diga-se os principais-, mais populosos no período do encontro entre mundos. Os subtítulos mostram-se adequados, segundo a proposta dado pelos autores, bem como o vocabulário adotado que não nega a construção anterior dos estudantes e propiciando-os novas formulações.
- CORPO TEXTUAL:
O capítulo mostra-se mais descritivo e conteudista, do que propenso a um texto com potencial a aguçar a reflexão e criticidade dos alunos. Não há relações entre o presente e o passado- referente ao contexto da chegada dos espanhóis-, privilegiando-se apenas os três grupos étnicos que talvez fossem os mais populosos e poderosos da época: os Maias, Incas e Astecas, os quais são intitulados de “trio de ouro”. Há o uso de fonte histórica no início do texto, a qual é trecho de uma das cartas de Hernán Cortés. Todavia, o texto torna-se meramente descritivo após a citação da fonte, aderindo a uma sucessão de fatos que leva diretamente a aniquilação em massa dos povos autóctones nas sociedades retratadas. Há um pequeno espaço de destaque para a cultura dos povos mesoamericanos -de forma superficial e genérica-, e o aspecto da identidade não é tocado no decorrer do texto, o que propulsiona a idéia de que os Maias, Incas, Astecas e demais povos autóctones da América podem ser representados dentro de um padrão cultural e social.
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