Analise independencia da nicarágua
Por: Eduardo Arruda • 22/3/2017 • Trabalho acadêmico • 2.044 Palavras (9 Páginas) • 342 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
EDUARDO ARRUDA DE SOUSA
SEGUNDO EXERCÍCIO
RECIFE
2017
- Resumir o texto do tema escolhido com suas palavras. Casso necessite reproduzir algum trecho importante deverá usar aspas
O texto estabelece a princípio em que situação estava à Nicarágua, após 40 anos de ditadura da família Somoza, segundo Bruit (1988, p.92) “65% da população sobrevivia com menos de 500 dólares por ano, em 1977. Onde existiam 65% de analfabetos e 46% da população ativa trabalhava na agricultura, sendo 300 000 - a metade desse total - operários agrícolas.” Além disso, a maior parte da terra encontrava-se distribuída para uma minoria da população – os poderosos - que possuíam algum tipo de ligação com o governo Somoza. A família Somoza governava a Nicarágua desde 1933, com Anastasio Somoza Garcia, que assumiu o país e tomo o controle da Guarda Nacional, o braço armado do governo. O país concentrava sua economia na exploração de café e criação de gado, seguindo seu papel na divisão internacional do trabalho como fornecedor de produtos primários. A Nicarágua era tratada pela família Somoza como um feudo, nas palavras de Bruit (1988, p.94) “... podia-se dizer que se tratava de um feudo da família Somoza”. Dessa forma apenas seus interesses e daqueles envolvidos eram assegurados, fazendo uso inclusive da violência.
Durante a década de 50, a Nicarágua presenciou lentamente uma mudança econômica, passou a haver uma diversificação na produção local, com um princípio de desenvolvimento industrial com a plantação de algodão, produção de adubo e fabricação de algodão. Entretanto, com esse desenvolvimento, houve também um aumento na desigualdade social, na medida em que os pequenos e médios produtores perderam espaço, diminuindo a produção rural e causando um êxodo rural elevado, e aqueles que ficam no campo foram duramente explorados. Entre 1974 e 1975 a Nicarágua viveu uma dura crise com uma balança deficitária e uma crescente dívida internacional, gerando revoltas no campo e na cidade. Durante esse período, a burguesia local, então acomodada ao lado do governo local indigna-se com o desvio de dinheiro público realizado pelo governo Somoza – comportamento este bastante comum. O estopim dessa indignação foi quando o governo desviou o dinheiro enviado pela comunidade internacional para um fundo de ajuda as vítimas do terremoto ocorrido em 1972. A partir daí, a burguesia formou uma oposição organizada decidida a separar os interesses do Estado com os pessoais e modernizar seu sistema político.
Um fator importante da burguesia nicaraguense que a diferenciava de outros países era sua pouca dependência econômica dos Estados Unidos, já que a maior parte do comércio local era realizado entre os próprios países da América Central, Europa e Japão, sendo o investimento dos Estados Unidos um dos menores. Durante a o período de Crise, duas forças se destacaram em particular, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), que propunha uma abordagem de luta armada com forte influência marxista fazendo sempre um apelo anti-imperialista e nacionalista, além de uma organização das massas com o auxílio da memória popular, resgatando a figura de Sandino. Outra oposição era a União Democrática de Libertação (UDEL), que visava uma alternativa a luta armada e fazia uso de uma participação política maior, contando com a participação de diversos setores da sociedade.
Com a morte de Chamorro, principal líder da UDEL em 1977, iniciou-se uma série de revoltas e protestos populares, que culminou com uma greve geral em 1978 organizada pelo Conselho Superior das Empresas Privadas, que parou o país completamente por 32, incluindo hospitais. A FSLN teve uma postura muito proativa nesse período de crise, sendo sua ação dividida em 3 frentes: a GPP, que possuía uma abordagem mais rural, com inspiração maoísta, tinha como forma de ação a guerrilha rural, buscava criar zonas livres nas montanhas para servir de apoio; a TP tinha sua zona de ação nas cidades e focava sua ação nos operário; e a TT, que utilizava de uma articulação com todas as forças de oposição disponíveis para maximizar sua força, se aproveitando das fraquezas do governo. Os terceiristas, como eram chamados, acreditavam que a forma mais eficaz de se combater o governo seria com a política tradicional somada com a luta armada. A tendência rural conseguiu grande sucesso nas suas lutas de guerrilha, conseguindo mobilizar grande parte da população e realizando várias investidas contra o governo. Essas investidas chegaram ao seu auge em 1978 quando os guerrilheiros invadiram o congresso e fizeram várias pessoas de reféns, pedindo a liberação de 58 presos políticos e 5 milhões de dólares. Em 1979 Somoza foge para Miami e missão da FSLN está completa em parte.
Com a vitória da aliança entre os sandinistas e a burguesia, forma-se um governo que tem como base um desenvolvimento misto, equilibrando o setor privado e o público. O presidente Humberto Ortega propunha primeiro uma libertação nacional, conquistando um grau de autonomia considerável, para depois lançar as bases para um plano de libertação social. Essa aliança gerou inúmeros benefícios na economia do país, que conseguiu renegociar a dívida externa, além de um impulso na economia do país. Além disso, a aliança conseguiu garantir uma maioria do governo. Como principal realização de governo, criou os comitês de defesa sandinista, que eram organizações dos bairros responsáveis por realizar um controle dos bairros, como questões de preços, abastecimento, além da alfabetização, que foi uma das maiores conquistas desse governo. Entretanto, a maior fraqueza do governo foi a sua tentativa de estabelecer uma democracia direta e divisão excessiva de seus sindicatos, e a tentativa de reprodução dos cabildos espanhóis, sendo que com uma independência menor.
- Relatar e comentar resumidamente o vídeo e identificar questões não abordadas no texto
No vídeo “A Guerra Fria na América Latina” realiza um apanhado de como os países da América Latina estavam politicamente, e todas as suas transformações na época da guerra fria. No caso da Nicarágua, ilustra bem a situação do país e dos acontecimentos com uma série de entrevistas de pessoas especializadas e familiares de figuras importantes da Nicarágua. O documentário relata acontecimentos que marcaram o período de conflito no país. Em comparação com o texto, é muito prudente a abordagem que o documentário faz com aqueles que não eram a favor da política sandinista, com entrevistas de pessoas relatando a repressão que sofriam inclusive os camponeses. O vídeo aborda a relação da união soviética com a Nicarágua na questão de armas para que estes pudessem se defender, algo que o texto não traz a tona.
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