Avaliação de História Moderna

Universidade Federal de Goiás

Faculdade de História

História Moderna I

Docente: Roberto Abdala

Discente: Hamanda Esther de Sousa Mota

Avaliação de História Moderna I.

Katerina Petrova, uma moça jovem de apenas 17 anos que nasceu na Bulgária, se vê perdida na Inglaterra do século XVI, cidade para qual fugiu após um grupo de intolerantes ter destruído sua aldeia e ateado fogo em toda sua família. Ela consegue fugir para a cidade afim de se misturar e não ser morta, pois ela é uma bruxa e precisa esconder esse segredo. Muda seu nome para Katherine Pierce, se desfaz das longas madeixas e começa a trabalhar como artesã. Ao frequentar feiras de exposição de arte, Katherine conhece Elijah, um artista muito talentoso, e eles compartilham da mesma dor de perder entes queridos, e assim se tornam amigos.

Nesse período na Europa, mudanças consideráveis estavam ocorrendo, como a aparição do Capitalismo, a Reforma Protestante, além de diversas mudanças em âmbito econômico que estavam afetando diretamente a vida de homens e mulheres.

Por volta de 1517, a Reforma Protestante começa a ser idealizada na Alemanha por Martinho Lutero, e assim diversos outros movimentos de contestação à Igreja Católica começam a tomar forma, como João Calvino com o Calvinismo na França e Henrique VIII com o Anglicanismo. Katherine mostrava seu descontentamento com as decisões cada vez mais abusivas da Igreja Católica, que criou a Contrarreforma, uma medida para resgatar seus fiéis. Outra questão trazida pela Igreja foi a Inquisição, um grupo para combater heresias, bruxarias, práticas demoníacas, afim de restaurar a crença no catolicismo.

Nesse momento existia uma obsessão pela bruxaria, e ela foi fomentada pelos papas esclarecidos do Renascimento, movimento que envolveu as esferas políticas, culturais e econômicas que tinha como objetivo o resgate das raízes greco-romanas, pelos reformadores protestantes, humanistas, monjes, etc.

A senhorita Pierce tinha o desejo de ir para a Itália e ver de perto as transformações que o Renascimento estava causando, acreditava que iria aprimorar suas técnicas e conhecer novas, entretanto, ela não tinha dinheiro o suficiente para a viagem e com o coração partido, deixou a ideia de lado.

Katherine assistia a essas mudanças de forma cautelosa, pois se mostrasse quem realmente era, corria perigo, e a única pessoa que estava do seu lado no momento, Elijah, não poderia descobrir nunca seu segredo. Ele já havia demonstrado diversas vezes que abominava as bruxas e suas práticas, caracterizava-as como seres demoníacos.

Certo dia, Katherine acorda acometida com muita febre e dores, como não podia deixar de trabalhar, ela resolve fazer um ritual que aprendeu com sua avó para melhorar. Como todos os dias, Elijah bateu em sua porta para os dois irem juntos ao trabalho, entretanto, como ela demorou a responder ele resolveu entrar, com medo de algo pior ter acontecido. Então, Elijah vê Katherine fazendo o ritual, em estado de ira sem pensar duas vezes, ele a pega pelo braço e corre à Igreja mais próxima para denunciá-la por prática de bruxaria.

O tribunal da Inquisição não pensa em duas vezes ao jogá-la na fogueira. Katherine morreu pela intolerância, pelo preconceito pelas práticas inofensivas que ela herdou de sua família. Seu coração, sua história, nunca serão esquecidos...

Referências:

BURKE, Peter. Cultura popular na Idade Média/Peter Burke; tradução Denise Bottmann – São Paulo, Companhia das Letras, 1989.

TOSÍ, Lucia. Mulher e ciência: a revolução cientifica, a caça às bruxas e a ciência moderna. Cadernos Pagu, agosto de 1997.