Copa mundial

        Criada em 1928 na França, a Copa Mundial é um grande evento esportivo, organizado pela FIFA (Federação Internacional de Futebol Associado) e focado no futebol. É uma competição internacional que ocorre de quatro em quatro anos, envolvendo 32 seleções e que tem o poder de paralisar nações diante de um jogo e a capacidade de mudar a estrutura política, econômica e social de um país.

        A FIFA tem uma responsabilidade social com o planeta através da copa, promovendo projetos antirracismo, de cooperação internacional e de “Fair Play”, de modo a promover a união dos povos de diferentes culturas. E esse é o principal discurso da copa.

        No ano de 2008, o Brasil foi escolhido para sediar a copa do mundo, que ocorrerá no ano de 2014. Desde então, o país vem se preparando para receber o maior evento esportivo do mundo: fazendo melhorias em estádios, transporte, acomodações, promovendo melhorias na mão de obra, na segurança pública, entre tantas outras coisas, de forma a se encaixar no “Padrão FIFA”.

        Essas melhorias tem causado grande polêmica no Brasil. Dessa forma, podemos caracterizar o fato do Brasil sediar a copa no ano de 2014, como um discurso dialógico, pois permite diferentes interpretações de pontos de vista, principalmente entre o Brasileiro e seu Governo, e é nítido o confronto que existe entre eles.

• O Governo Brasileiro: Como foi dito antes, o país escolhido para sediar a copa, tem como função entrar no “padrão FIFA”, e isso acarreta muitas mudanças para o país. O governo se vê na obrigação de arrecadar fundos para tantas reformas, para tornar o país apto para receber tamanho contingente de gente.  No Brasil, estima-se que serão gastos R$28,1 bilhões só em obras relacionadas com a copa, e o governo afirma que todas essas melhorias ficarão de herança para o povo Brasileiro, indo além da Copa. E acredita que o grande fluxo de turistas no Brasil durante a competição, será mais que o suficiente para cobrir esses gastos, e alavancar a economia do país.
• O Brasileiro: O Brasileiro não vê o Brasil como um país apto para sediar a copa. O Brasileiro convive todo o dia com a incrível desigualdade no país, e com a pouca infraestrutura do país para o seu próprio povo, seja em transporte ou em segurança, e aí vem a famosa frase “imagina na copa!”. Além disso, o Brasileiro vê a grande corrupção de seu governo e não consegue aceitar que esses R$ 28,1 bilhões estejam sendo usados somente em reformas para a copa, sem nenhum desvio de verba, e contestam o uso dessa verba somente para alcançar o “padrão FIFA”, enquanto do que o país realmente precisa são melhorias na educação e na saúde pública.

Também podemos explicar usando como exemplo o pronunciamento da Presidenta Dilma Rouseff sobre as manifestações e a Copa do Mundo, que veio em resposta às manifestações que ocorriam ao redor do país, que foram impulsionadas, principalmente, pelo dinheiro gasto na copa e a corrupção. Por outro lado, vimos na Copa das Confederações, competição que antecede a copa, que no instante em que a Presidenta ia fazer seu discurso, ele era interrompido por vaias.  Fica claro o confronto dos sujeitos.

Além disso, podemos analisar esse enunciado da copa, como uma cadeia dialógica, colocando o Governo Brasileiro como o “primeiro”, pois é o que profere o enunciado à nação Brasileira, passando a certeza de que o país será capaz de sediar a copa, e promover uma melhora no país; Sendo assim, o povo brasileiro seria o “segundo”, ou seja, o destinatário do discurso do governo brasileiro; O “terceiro”, que não é de fato o destinatário do discurso do governo brasileiro, mas entra em contato com o enunciado, seriam os estrangeiros, povos de outros países que assistem de fora o que ocorre no Brasil.

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