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ENSAIO SOBRE A RELACAO HOBBES-GINZSBURG

Por:   •  26/9/2016  •  Ensaio  •  1.575 Palavras (7 Páginas)  •  236 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

ENSAIO SOBRE A RELACAO HOBBES-GINZSBURG

Aluno: Andreza Vellasco Gomes

Docente: Eduardo Afonso

Período: diurno

 RA: 151240426

ASSIS 2016


Sumário

Introdução        

Desenvolvimento..........................................................................................................................................3

Conclusão        

Bibliografia        

Introdução

        Nada mais grotesco e anacrônico como a identificação da historia como matéria decorativa, o estudo do passado é essencial para a compreensão do presente, ainda mais de um passado vivo como o que vai ser apresentado nesse ensaio que esta visivelmente presente nos dias de hoje e que nos remete a diversos autores em contextos diferentes verificando a origem de conflitos presentes nos dias atuais, na conjuntura politica atual com guerras “religiosas”, golpes travestidos de legalidade, homofobia, preconceito, violência, crimes de ódio sendo o Brasil o maior numero de homicídios do mundo, Reino Unido deixando a União Europeia, cultura do estupro, publicidade infantil, terrorismo entre outros diversos acontecimentos acontecendo simultaneamente ao redor do mundo é preciso exercer o papel de historiador ao pé da letra e a analisar a partir de que se deram todas as transformações e violencias que acontecem  num contexto de mundo globalizado que se verifica atualmente.


Medo reverencia, terror texto preparado por Carlo Ginzburg tem como subtítulo do primeiro capitulo a sugestão: “Reler Hobbes* hoje” o que é uma referencia a teoria de Hobbes sobre a formação do estado moderno. Em sua obra Leviatã* compara o estado a um monstro todo poderoso criado para acabar com a anarquia da sociedade primitiva. Em tal sociedade, os homens seriam essencialmente semelhantes possuindo os mesmos direitos que incluem o direito de ofender e de se defender, logo, viviam numa condição de guerras intermitentes, desconfiança e “medo reciproco” (mutual fear) onde segundo ele o fato de todos os seres humanos serem iguais no seu egoísmo  faz com que a ação de um só se limite na força do outro, “o homem é o lobo do homem” (homo homini lúpus) ou então “a guerra de todos contra todos” (bellum omnium contra omnes) cada qual procurando garantir sua sobrevivência, esse estado natural só poderia ser superado através de um governo absoluto e autoritário, entregando então o poder a um só homem, que seria o rei, esse rei governaria a sociedade, eliminando a desordem e dando segurando a população através de um contrato social onde a população renunciaria parte de seus direitos, transformando o povo num corpo politico.  

        Estado Moderno então era uma espécie de centralização do poder politico uma de suas vertentes seria o absolutismo monárquico que os principais exemplo seriam Portugal, Espanha, França e Inglaterra. Portugal surgindo como reino independente em 1139, seu primeiro rei foi D. Afonso Henrique, diversos acontecimentos fizeram de Portugal o primeiro pais europeu a constituir um estado absolutista e mercantilista; a Espanha durante séculos diversos reinos cristãos ocupavam seu território, a partir do século XIII só havia dois grandes reinos aptos a disputar a liderança o de Castela e o de Aragão, em 1469 a rainha Isabel de Castela casou-se com o rei Fernando de Aragão unificando politicamente a Espanha; o processo de centralização do poder na França teve inicio com a dinastia dos Capetos, que desde o séc XII tomaram medidas para a formação do estado francês; e na Inglaterra o absolutismo teve início com o rei Henrique VII fundador da dinastia Tudor onde a burguesia prestou seu apoio para que se conseguisse a pacificação interna do país.          Surge então um pacto social gerado pelo medo, e para entendermos a origem dessa justiça criada pelo poder absoluto voltamos aos tempos remotos da antiguidade onde ocorriam uma espécie de controle da violência através de uma violência legalizada


 monopolizaram o desejo de violência de um grupo social através de sacrifícios que segundo Girard* faziam parte de um desejo natural e mimético do ser humano numa sociedade de cultura que não apresentava qualquer agente judiciário externo ao conflito, e a partir desse controle se livraram da violência na sociedade trazendo ordem ao caos, como disse René Girard em sua obra a violência e o sagrado:

Só é possível ludibriar a violência fornecendo-lhe uma válvula de escape, algo para devorar [...] A vitima não substitui tal ou tal individuo particularmente ameaçado e não é oferecida a tal ou tal individuo particularmente sanguinário. Ela simultaneamente substitui e é oferecida a todos os membros da sociedade, por todos os membros da sociedade. É a comunidade inteira que o sacrifício protege de sua própria violência, é a comunidade inteira que se encontra assim direcionada para vitimas exteriores. O sacrifício polariza sobre a vitima os germens de desavença espalhados por toda parte [...].

Hobbes sugere algo semelhante:

[...] Através dessa autoridade da qual foi investido por todo individuo no Estado, ele [o Leviata] pode usar tão amplamente o poder e a forca que lhe foram conferidos a ponto de conseguir dobrar com o terror a vontade de todos e de dirigir a vontade de cada um para a manutenção da paz interna [...]

Tucídides* também traz relatos na obra de Ginzburg da sociedade durante o desencadeamento da peste diz Tucídides que diante da morte iminente até o medo dos deuses perdera toda a eficácia o que remete ao estado de natureza analisado por Hobbes onde “Na Atenas devastada pela peste, a lei não existe mais, no estado de natureza a lei não existe ainda”. Numa sociedade onde temiam a ira dos deuses sobrepondo as leis estatais, o mesmo medo que precedeu os sistemas absolutistas também precede a religiosidade, o pastor Samuel Purchas* dizia que “a religião não e senão um costume inveterado, uma politica mais sagaz destinada a manter os homens em sujeição.” e

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