Escola dos Annales
Por: Rodrigo6spfc • 12/5/2016 • Resenha • 1.482 Palavras (6 Páginas) • 1.484 Visualizações
RESENHA CRÍTICA
Bibliografia
A Escola dos Annales 1929-1989: A revolução francesa da historiografia. Peter Burke. São Paulo: Ed. UNESP, 2ª edição, 2010.
Biografia do autor
Peter Burke, nascido em Stanmore (Inglaterra), em 1937, é um historiador inglês, inspirado nos Annales, sendo uma das maiores autoridades em História da Europa Moderna. Fez doutorado na Universidade de Oxford (1957-1962), foi professor de história das ideias da School of European Studies na Universidade de Essex, por dezesseis anos professor na Universidade de Princeton (1967); atualmente é professor emérito da Universidade de Cambridge (1979). Foi professor visitante do Instituto de Estudos Avançados da USP, no Brasil, durante o período de um ano entre 1994 e 1995, onde desenvolveu sua pesquisa “Duas Crises de Consciência Histórica”. Atualmente mora em Cambridge com a historiadora brasileira Maria Lúcia Garcia Pallares Burke, da Faculdade de Educação da USP, sua esposa. Quem introduziu Peter Burke no mundo dos Annales foi o historiador Pierre Chaunu e o equatoriano Juan Maiguashca, professor de História Econômica da América Latina na Universidade de Toronto. Peter Burke já publicou mais de trinta obras de 1978 até o presente tempo.
Introdução
A escola dos Annales 1929-1989, consiste num movimento de renovação da historiografica iniciado na França, com fundação inicial por Lucien Febvre e Marc Bloch nas primeiras décadas do século XX, essa formação considerada a primeira geração. Ambos reuniram pesquisadores da área das ciências humanas para propor uma historiografia que não fosse positivista, privilegiando o econômico e o social em detrimento político, opondo-se à produção historiográficas do século XIX. A revista torna-se um movimento de renovação à historiografia centrando-se em uma história que fosse desenvolvida a partir de uma problemática e que utilizasse a interdisciplinaridade com aliada, assim, criando uma “história nova” e edificando um novo olhar sobre o conhecimento e o oficio do historiador.
Resumo
Peter Burke começa o prefácio fazendo uma análise do que é a Escola dos Annales, citando o núcleo central do grupo que é formado por Lucien Febvre, Marc Bloch, Fernand Braudel, Georges Duby, Jacques Le Goff e Emmanuel Le Roy Ladurie e outros historiadores que se mantiveram por perto. Nos diz o significado da revista na criação do conhecimento histórico, diz que na época da publicação do livro a revista tinha mais de sessenta anos e que foi fundada para promover uma nova espécie de história e faz uma breve introdução do que será visto nos próximos capítulos “Este breve estudo do movimento dos Annales pretende atravessar diversas fronteiras culturais. Objetiva, de um lado, tentar compreender o mundo francês, de outro, explicar, tanto quando possível, a década de 20 às gerações posteriores e a prática do historiador para sociólogos, antropólogos, geógrafos e outros cientistas sociais. Ele se apresenta sob a forma de uma história que busca harmonizar uma organização cronológica a uma temática.” (p. 14)
No primeiro capítulo Burke expõe o antigo regime na historiografia e seus críticos. Analisa a problemática em ordem cronológica partindo da historiografia tradicional do século XVIII até os aparecimentos das críticas a esse tipo de historiografia no século XX. A primeira crítica à narrativa histórica que se consiste na exaltação dos grandes homens, grandes feitos e a história política surgiu durante o iluminismo, porém em meados do século XX as críticas à esse tipo de historiografia começaram a ser mais agudas.
Henri Berr fundador da revista Revue de synthèse historique, da qual sua intenção era encorajar historiadores a colaborar com outras disciplinas, teve grande influência sobre dois jovens que escreveram para sua revista, que mais tarde viriam a ser os fundadores da prestigiosa revista que mudaria os rumos da historiografia francesa, os Annales.
No segundo capítulo, Burke trata dos fundadores da Escola dos Annales: Lucien Febvre e Marc Bloch e como foi o movimento dos Annales na sua primeira geração. “[...] Embora fossem muito parecidos na maneira de abordar os problemas da história, diferiam bastante em seu comportamento[...]” (p. 25). Febvre era um especialista no século XVI tinha um temperamento expansivo, veemente e combativo já Bloch um especialista em história medieval, com um comportamento sereno, irônico e lacônico. O autor destaca que Febrve se ocupava mais com a geografia, por isso sofria muitas críticas de geógrafos profissionais “por ser um não-especialista” e Bloch com a sociologia, sendo sua maior influência Emile Durkheim, porém ambos tinham um pensamento interdisciplinar.
Peter segue falando do período em que se encontravam diariamente, 1920 a 1933, a nomeação de ambos e o local de trabalho foram de extrema importância para o movimento, mais importante foi o fato de estarem cercados por um grupo interdisciplinar.
Após a primeira guerra mundial, quem incialmente teve a ideia de criar uma revista foi Febrve, porém com muitas dificuldades acabou que o projeto foi abandonado, Bloch retomou a iniciativa e obteve sucesso. Em 15 de janeiro de 1929 houve a primeira publicação, nela explicava que a revista havia sido planejada muito tempo antes e que lamenta as barreiras existentes.
A partir 1930 o grupo de Estrasburgo separou-se, Febvre em 1933 e Bloch em 1936. “Pouco a pouco os Annales converteram-se no centro de uma escola histórica. [...]” (p. 42), entre o período de 1930 e 1940, Febvre escreveu a maioria dos seus ataques aos especialista canhestros e empiricistas e defendendo “um novo tipo de história”. Bloch teve uma carreira curta, morreu em 1944, fuzilado pelos alemães. Terminando o capítulo numa análise sobre a obra de Febvre.
O terceiro capítulo aborda sobre a segunda geração dos Annales, denominada “A era de Braudel”. Após a morte de Lucien Febrve, Fernand Braudel passou a assumir a liderança dos Annales. Não há como falar de Braudel sem citar sua digníssima obra: “Felipe II e o Mediterrâneo”, seu tese foi interrompida no período em que foi contratado para lecionar na universidade de São Paulo, onde na volta, conheceu Febvre que propôs que o nome de sua tese deveria ser “Mediterrâneo e Felipe II”, tal tese foi publicada quando Braudel já estava na liderança dos Annales.
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