Escola dos Annales
Por: alvesmarianna • 15/4/2015 • Dissertação • 462 Palavras (2 Páginas) • 630 Visualizações
A Escola dos Annales
As décadas de 1920 e 1930 representavam um cenário de profundas mudanças na sociedade, Um mundo destruído e abalado pela Primeira Guerra Mundial, o colapso do Capitalismo após a crise da bolsa de valores de Nova York, a predominância do medo, a partir da ascensão dos partidos totalitários. No início do século XX, muito se questionava sobre uma historiografia baseada em instituições e nas elites, a qual dava muita importância a fatos e datas, de uma forma positivista, sem aprofundar grandes análises estruturais e conjunturais.
É neste contexto que surge então, em 1929 na França, a Annales d’Histoire Économique et Sociale, fundada por Lucien Febvre, um especialista no século XVI, e o medievalista Marc Bloch, ambos professores da Universidade de Estrasburgo, uma revista com novas propostas de estudo de história, que ao longo da década de 30 se tornaria símbolo de uma nova corrente historiográfica, a Escola dos Annales.
Os fundadores da Revista dos Annales não poupavam críticas à Escola positivista da História, pois estes valorizavam os estudos biográficos de reis, príncipes, chefes de Estado, apoiando suas análises no fato político, descartando as ações dos grupos sociais e as transformações de caráter econômico, tendo uma noção temporal linear e cronológica, vendo somente a superfície do passado histórico, sem o aprofundar.
Os “Annalistas” tinham como forma pioneira pesquisas de abordagem do estudo de estruturas históricas de longa duração para explicar eventos e transformações políticas, ampliando o território da história abrangendo áreas do comportamento humano e a grupos sociais negligenciados pelos historiadores tradicionais. Essas extensões do território histórico estão vinculadas à descoberta de novas fontes e do desenvolvimento de novos métodos para explorá-los. Estão também associadas à interdisciplinaridade com outras ciências ligadas ao estudo da humanidade, como a geografia, linguística, economia, psicologia, antropologia e sociologia.
Os horizontes de ação do historiador ampliavam-se e possibilitavam recuperar o passado por intermédio de questões colocadas pelo tempo presente, assim como a ampliação da noção de fonte que contribuía com o objetivo dos Annales de fazer uma revolução na teoria da história. Nessa perspectiva, não há fronteiras que limitam o trabalho do historiador. Os objetos, fontes, recortes temáticos, as metodologias de análise ganham uma dimensão que depende dos problemas enfrentados no presente.
Pode-se afirmar que a revista dos Annales foi a difusora de uma abordagem nova e interdisciplinar da história, exercendo uma liderança intelectual nos campos da história social e econômica, e preocupando-se com o problema do método no campo das ciências sociais, aos poucos se converteu no centro de uma escola histórica que foi transmitida para escolas e universidades, promovendo uma mudança substancial na compreensão do tempo histórico até os tempos atuais.
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