Fichamento Aprender Antropologia - LAPLANTINE
Por: Milena Vaciliev • 26/6/2019 • Trabalho acadêmico • 2.531 Palavras (11 Páginas) • 501 Visualizações
LAPLANTINE, François. Aprender Antropologia. 1ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1988.
2. A ANTROPOLOGIA DOS SISTEMAS SIMBÓLICOS
Capítulo 7. Antropologia dos sistemas simbólicos.
“___ Foi a antropologia que se empenhou essencialmente em mostrar a lógica precisa dos sistemas de pensamento mitológicos, teológicos, cosmológicos, que são os das sociedades qualificadas de ‘tradicionais’”. (p.87)
“___ Deixando de lado, por assim dizer, a compreensão das relações de poder entre os diferentes protagonistas de uma sociedade (assunto da antropologia social), estes orientam sua atenção para os seguintes aspectos: o estudo das produções simbólicas (artesanato), a literatura de tradição oral (mitos, contos, lendas, provérbios) e dos instrumentos através dos quais essas produções se constituem (particularmente as línguas); o estudo da lógica dos saberes (filosóficos, religiosos, artísticos, científicos) existente num grupo (o que abre o caminho para uma antropologia do conhecimento e para o que hoje qualificamos de ‘etnociências’) (...)”. (p.87)
“___ Toda essa tendência do pensamento antropológico que procuramos aqui dar conta coloca-se (a partir de observações minuciosas) contra esses julgamentos. Da mesma forma, opõe-se totalmente à busca de uma determinação pela economia, que explica a função dos mitos dentro do sistema social”. (p.88)
Capítulo 8. Antropologia Social.
“___ A antropologia social, por sua vez, começa destacando a coesão das instituições, o caráter integrativo da família, da moral, e sobretudo da religião. [...] Essa alteridade da qual procurava-se mostrar o significado profundo (capítulo anterior), e também o valor inestimável, pode ser também encontrada dentro de cada sociedade tão grande é a diferenciação interna dos grupos sociais que compõem uma mesma cultura”. (p.91)
“___ O antropólogo é que se deve descobrir as leis de funcionamento da sociedade”. (p.91)
“___ A antropologia social não faz parte da antropologia, mas se inscreve no prolongamento da sociologia francesa”. (p.93)
Capítulo 9. Antropologia Cultural.
“___ A passagem da antropologia social (particularmente desenvolvida na França e mais ainda na Inglaterra) para a antropologia cultural (especialmente americana) corresponde a uma mudança fundamental de perspectiva. De um lado, a antropologia se trona uma disciplina autônoma, totalmente independente da sociologia. De outro, dedica-se uma atenção muito grande menos ao funcionamento das instituições do que aos comportamentos dos próprios indivíduos, que são considerados reveladores da cultura à qual pertencem”. (p.95)
“___ O social é a totalidade das relações (relações de produção, de exploração, de dominação...) que os grupos mantêm entre si dentro de um mesmo conjunto (etnia, região, nação...) e para com outros conjuntos. [...] A cultura por sua vez não é nada mais que o próprio social, mas considerado dessa vez sob o ângulo dos caracteres distintivos que apresentam os comportamentos individuais dos membros desse grupo”. (p.95)
“___ A antropologia social e a antropologia cultural têm portanto um mesmo campo de investigação. [...] Mas, o que se compara no primeiro caso é o social enquanto sistema de relações sociais, sendo que, no segundo, trata-se do social tal como pode ser apreendido através dos comportamentos particulares dos membros de um determinado grupo”. (p. 95/96)
“___ Assim, o que distingue a sociedade humana da sociedade animal, e até da sociedade celular, não é de forma alguma a transmissão das informações, a divisão do trabalho, a especialização hierárquica das tarefas (tudo isso existe não apenas entre os animais, mas dentro de uma única célula!), e sim essa forma de comunicação propriamente cultural que se dá através da troca não mais de signos e sim de símbolos, e por elaboração das atividades rituais aferentes a estes. [...] a antropologia, é por sua vez especificamente humana”. (p.96)
“___ A antropologia cultural estuda os caracteres distintivos das condutas dos seres humanos pertencendo a uma mesma cultura, considerada como uma totalidade irredutível à outra”. (p.97)
“___ A antropologia cultural estuda o social em sua evolução”. (p.97)
“___ Essa compreensão da irredutível diversidade das culturas que é o eixo central da antropologia cultural”. (p.98)
“___ A variação cultural pode ser encontrada em cada um dos aspectos de nossas atividades”. (p.98)
“___ O peso da cultura não se manifesta apenas nas formas diversificadas de comportamento e atividades facilmente localizáveis de uma sociedade para outra (como a alimentação, o habitat, a maneira de se vestir, os jogos. O, mas também nas estruturas perceptivas, cognitivas e afetivas constitutivas da própria personalidade”. (p.100)
“___ Cada cultura realiza uma escolha. Valoriza um determinado segmento do grande arcode círculo das possibilidades da humanidade. Encoraja, um certo número de comportamentos em detrimento de outros que se vêem censurados. Através de um processo de seleção (não biológico, mas cultural). [...] Cada um de nós possui em si todas as tendências, mas a cultura à qual pertencemos realiza uma seleção”. (p.101)
Capítulo 10. A antropologia estrutural e sistêmica.
“___ Para a antropologia cultural, cada cultura particular caracterizada por um conjunto de tendências tais como aparecem empiricamente ao observador, é um pouco comparável de um quebra-cabeça”. (p.103)
“___ As culturas são apreendidas, ou melhor, tratadas, em um nível que não é mais dado, e sim construído: o do sistema, Não se trata mais de estudar tal aspecto de uma sociedade em si, relacionando-o ao conjunto das relações sociais (antropologia social), e muito menos tal cultura particular na lógica que lhe é própria (antropologia cultural, mas também simbólica): trata-se de estudar a lógica da cultura”. (p.103)
“___A tarefa do pesquisador é precisamente a de evidenciar essas regras gramaticais constitutivas da linguagem tanto verbal quanto não verbal, isto é, na realidade, a cultura, cuja lógica é irredutível à soma de seus elementos”. (p.105)
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