HISTÓRIA DO BRASIL I
Por: Aurei • 2/5/2018 • Resenha • 2.224 Palavras (9 Páginas) • 170 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN[pic 1]
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ – CERES
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA DO CERES – DHC
CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA
COMPONENTE CURRICULAR: DHC0912
HISTÓRIA DO BRASIL I
DOCENTE: THIAGO ALVES DIAS
DICENTES: AURÉLIO JOSÉ RIBEIRO NUNES
O historiador britânico, Kenneth R. Maxwell, nasceu em 1941. É especialista em História Ibérica e na pesquisa da ligação histórica entre Brasil e Portugal no século XVIII, sendo um dos principais nomes brasilianistas da contemporaneidade. Leciona História na Universidade de Harvard, onde fundou o programa de estudos brasileiros. Em Marquês de Pombal o paradoxo do iluminismo, o autor busca falar um pouco da trajetória do marquês de Pombal, desde o princípio, com sua formação e sua família até sua ascensão em cargos, ao decorrer do tempo, até sua real atuação no contexto político e educacional de Portugal e Brasil, por meio de escritos de pensadores que falavam do marques e da situação de Portugal no século XVIII.
Maxwell, começa se debruçando da vida de Pombal, cita que nasceu em na cidade de Lisboa, onde seu tio recebeu propriedades em herança, assim como na área de Oeiras. Porém, é deixado claro que o marquês de Pombal só recebera tal título em 1769, aos 71 anos de idade, algo que não lhe foi herdado, mas sim, conquistado por serviços prestados ao Estado Português.
O marquês se casou duas vezes, o que o levou a ligação com a nobreza. Quando se casou em uma união sem filhos com a viúva, sobrinha do conde Arcos, mas foi no segundo casamento onde teve 5 filhos, que elevou o poder do marquês de Pombal, quando passou de enviado português em Viena, para a posição de ministro em Lisboa. Graças à vista com bons olhos da esposa austríaca de Dom João V, em Lisboa.
Em 1738, quando Dom João V reorganizava os secretários do Estado, Marco Antônio de Azevedo que foi embaixador da na França e Inglaterra, foi chamado para exercer a função de ministro de assuntos exteriores e da guerra, como Azevedo era primo de pombal, enviou-lhe para Londres, para o substituir na função de embaixador, e mais uma vez o Marquês subiu de cargo em sua carreira política.
Com a morte de Dom João V em 1750 e a ascensão de Pombal ao Governo Português, surgiu uma série de preocupações, usando de uma “reforma disfarçada”. Havia um imenso debate sobre as questões a filosofia e à educação. Assim como em toda a Europa, um animo surge para o conhecimento intelectual de Newton, Descartes e Locke, que ao longo do século XVII, foram rompendo a autoridade bíblica e enaltecendo o racional.
Influenciados por esses pensadores, Martinho Mendonça de Pina e Proença, tentaram adaptar obras para os portugueses, como as de Locke; como Dr. Jacob de Castro Sarmento, que buscou difundir o ideal de Newton. Proença escreveu um livro, intitulado: Apontamentos para educação do menino nobre, muito influenciada por Locke, onde ele instruía que não só ensinassem o latim, mas que usasse um meio interdisciplinar, utilizando da Geografia, da História, a Matemática e o direito. Ribeiro Sanches tentou formular uma reforma de ensino médico em Portugal em 1730, além de escrever sobre reformas educacionais em suas cartas.
Todo esse empenho e debates trouxe consigo uma questão sobre o sistema educacional, sobretudo ligado aos jesuítas. A companhia de Jesus detinha o total domínio da educação superior e defendiam a escolástica, que já não havia mais nenhuma razão. Os jesuítas tinham uma grande influência na educação, possuíam direitos e deveres exclusivos como diz Maxwell em sua obra.
Em Portugal, os jesuítas o direito exclusivo de ensinar latim e filosofia no Colégio de artes, a escola preparatória obrigatória para ingresso nas faculdades de teologia. Leis canônicas, leis civis e medicina da universidade de Coimbra. A única outra Universidade de Portugal, a de Évora, era uma instituição Jesuítica. No Brasil, os colégios jesuíticos eram as principais fontes para a educação secundária. (MAXWELL, 1996. p. 13.).
Mesmo com intenso debate na Europa, tanto publicamente como em centros fechados, e toda relevância dos Jesuítas, os padres tiveram uma grande importância na introdução de novas ideias, ao contrário do que se defendia no norte da Europa, onde se falava da igreja de forma arduamente crítica, mesmo em Portugal, os principais defensores da reforma educacional, saíram de dentro da igreja. A congregação de São Felipe de Néri, por exemplo, inicia as pesquisas cientificas em Portugal, se tornando adversário dos Jesuítas no embate pedagógico.
A visão sobre Portugal era dividida, para o lado externo o país ainda tinha uma péssima reputação. Essa visão podia ser muito bem ilustrada quando o escritor racionalista Voltaire, fala de Dom João V só ordenava desfiles religiosos, que só construía conventos e tinha como amantes freiras, – e que o último fato realmente se confirma, quando próprio assume filho de freiras – mas além disso existe uma visão e uma política.
Mudanças legislativas, que mudou de forma repentina a vida portuguesa, tanto em Portugal, como nas colônias em especial o Brasil. Começava pelo estabelecimento de um sistema educacional que foi financiado pelo Estado, reformas na Universidade de Coimbra, abolição da escravatura – apenas em Portugal - e por último, mas não menos importante a modernização do exército.
Pombal, após a mudança em Lisboa, fez uma verdadeira transfiguração no sistema administrativo do Brasil e das outras colônias. Criou a companhias por ações, tornou crime todo e qualquer ato de discriminação contra ameríndios e de asiáticos na América e Índia portuguesa respectivamente, e trouxe o fim da diferenciação entre cristãos-velhos e cristãos-novos.
Além debates intelectuais e pedagógicos em Portugal, principalmente ligado aos poderes que os Jesuítas possuíam sobre a educação, Pombal fez uma verdadeira perseguição a companhia de Jesus, e fez de tudo para diminui-los, e se envolveu em um texto que fez todas acusações possíveis e já conhecidas por todos, o texto é o Dedução cronológica e analítica. Porém só foi em 1773, que o papa Clemente XIV extingue de vez a ordem Jesuítica.
É inegável o papel do Marquês de Pombal, na história do Império Português. Todas suas contribuições, suas reformas foram de grande valia a Coroa Portuguesa, em todos os âmbitos, no jurídico, econômico, administrativo e de forma acintosa na educação, com todo sua luta contra os Jesuítas e implementação de um novo quadro docente, não só em Portugal, mas nas colônias, incluindo o Brasil.
Francisco José Calazans Falcon, é um escritor, historiador, museólogo e professor brasileiro. Pós-doutor (1984) e Livre-Docente pela UFF (1976). Possui graduação em História e Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1955). Foi professor da UFRJ, UFF e PUC-RJ. É especialista em História Moderna e Contemporânea com ênfase no Mercantilismo e na Ilustração portuguesa, destacando-se no período Pombalino. Falcon, em seu artigo publicado no livro História de Portugal, com capitulo intitulado Pombal e o Brasil. Busca esclarecer o que se tem de referência da época pombalina, com ênfase no Brasil. Olhando uma historiografia, de um novo modo, percebendo os detalhes de todos os textos legais produzidos em Lisboa; compreender como as reformas se dava no discurso das autoridades e como tudo isso era visto no ambiente colonial, que segundo autor é um “silêncio”.
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