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Historiografia Brasileira

Por:   •  12/9/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  696 Palavras (3 Páginas)  •  357 Visualizações

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Resumo do Cap. Gilberto Freyre, do livro As identidades do Brasil: de Varnhagen à FHC, Luis Carlos Reis.

SILAS LEANDERSON S. BATISTA

Blovo IV- Manhã

Em seu livro As identidades do Brasil: de Varnhagen à FHC, Luis Carlos Reis nos mostra a contribuição e importância de cada historiador e pensador na formação e descoberta das identidades do Brasil, mostrando-nos que mesmo com suas diferenças, que vão desde ponto de vista até maneiras de “enxergar”,tiveram e continuam tendo seu devido valor, levando em consideração é claro o tempo em que fora produzido e pensado. Uma vez que a preocupação mora no presente, o presente é o tempo das indagações, não o tempo que esta por vir e muito menos o tempo que já se passou.

O autor, José Carlos Reis busca definir a importância de Gilberto Freyre e sua obra para se definir o Brasil após a Varnhagen e Capistrano de Abreu, grande casa e senzala (1933) e sobrados e mocambos (1936), grande casa que é de certa forma a interpretação mais conhecida do Brasil no exterior. José Carlos Reis demonstra que a obra que Gilberto Freyre produzira foi uma espécie de auto demonstração da cultura na qual nasceu, a nordestina, o relato de Freyre aparece vivo ainda que pareça de certa forma  complexa e contraditória.

Gilberto Freyre nos mostra que houve uma junção entre inúmeras culturas que  vieram a formar o Brasil, Reis vai demonstrar  que ele faz uma revivência desse passado colonial brasileiro e uma recriação do passado, em seus espíritos e no leitor de sua obra. Fortemente influenciado por Franz Boas, antropólogo Americano ao qual importou o conceito de cultura e o historicismo, Freyre tem sua abordagem histórica não evolucionista, não progressiva e anti-iluminista. Casa grande e senzala é uma obra que “segue” os princípios de Varnhragen, uma vez que, tenta reelogiar e justificar a colonização portuguesa do Brasil, mostrando o Brasil como uma sociedade original e multirracial nos trópicos, criada pelo português, ele demonstra um Brasil orgulhoso de sua colonização portuguesa, sua legitimação varnhagiana da conquista e colonização colonial.

José Carlos Reis nos mostra que Gilberto Freyre chega à superar Varnhagen em sua justificativa para a escravidão negra, dizendo que a época e as circunstâncias exigiam escravos, em uma tentativa de normalizar tal situação o que nos remete automaticamente em uma espécie de justificativa utilizando um ditado atual “os fins justificam os meios”. Diferente de Freyre que defendia a colonização do tipo escravista e latifundiária, para Varnhagen escravidão poderia ser substituída pela servidão,  uma vez que para Varnhagen a escravidão negra acabou por manchar a bem sucedida colonização portuguesa, o que vem a ser um ponto de divergência entre Freyre e Varnhagen.

 A historiografia produzida por Freyre, diferentemente de Capistrano de Abreu,  não traz mais como sujeitos os heróis nacionais, mas sim a historia dos anônimos, dos que não foram heróis, em Capistrano encontra o conceito de raça substituído por cultura e alguns temas antecipados que virão a encorpar a obra de Freyre, como por exemplo o caráter alegre do negro e mesmo a escravidão domestica. Seguindo a interpretação de  Varnhagen, Freyre desenha à nossos olhos um Brasil de continuísmo de seu passado conservador, patriarcal e se orgulha de sua formação Lusa portuguesa, colonial e escravista, que Capistrano virá a corromper com essa linha elogiosa advinda de Varnhagen, da colonização portuguesa.

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