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O Brasil Colonial

Por:   •  2/8/2023  •  Resenha  •  541 Palavras (3 Páginas)  •  116 Visualizações

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Relacionar com a precariedade de escrita sobre a amazonia

América texto 1

A obra “Brasil Colonial” dos professores João Luís Ribeiro Fragoso e Maria de Fátima Gouvêa, possui 3 volumes que contam com a participação de vários autores de diferentes linhas historiográficas. A 1° parte da coleção inicia com uma apresentação cujo titulo é denominado “La guerre est finie: notas para investigação em História Social na América lusa entre os séculos XVI e XVIII.”

O autor inicialmente mostra aos leitores aspectos da historiografia sobre a América Lusa entre os séculos XVI-XVIII que são pouco explorados, já que a própria profissionalização do Curso de História no Brasil é recente, logo, vários debates estão em processo de serem discutidos e/ou reavaliados. João Fragoso apresenta indícios dessa precariedade de reflexões quando afirma ter tido acesso a uma estimativa populacional do bispado do Rio de Janeiro do final do século XVII somente há pouco tempo. As 35.802 pessoas contabilizadas eram as que sustentavam a economia que girava em torno do açúcar na época. As sociedades se organizavam em “municípios”, de acordo com sua realidade social e demográfica e talvez a não desintegração dessa sociedades que estavam sob o mando da monarquia se deu pela natureza política dessa mesma monarquia que era polissinodal e corporativa, de acordo com Fragoso, 2014.

Entretanto, para melhor entender aquela sociedade, é preciso considerar que existiam pessoas para além dos europeus, como africanos, índios convertidos e os que não comungavam, como os chamados “índios bravos” e a partir da presença deles refletir sobre possíveis guerras e negociações entre pessoas convertidas e não convertidas, que é um fator que possivelmente altera a dinâmica social existente.

A introdução enfatiza também os poucos estudos sobre a escravidão nos séculos XVII e XVIII e a necessidade de voltar os olhares sobre esse período já que muitas pessoas se valem dele para explicar questões atuais. A carência de séries completas de fontes que poderiam ser utilizadas na reconstrução do passado do Brasil (assim como feito em outros países) ou até mesmo novos olhares sobre as fontes já existentes é uma questão abordada pelo autor, bem como a necessidade de novos métodos de pesquisa. Para além desse atraso, é apresentado ao leitor avanços que a historiografia está enfrentando e vários conceitos e ideias novas exploradas mundo a fora.

A maioria dos autores presentes na coletânea se valem do Debate Brenner como marco teórico para explicarem a relação entre a Europa e o Novo Mundo Americano nos tempos modernos, mas a obra se encarrega não só de explicar o Brasil enquanto colônia a partir de uma única abordagem teórica, mas busca demonstrar a dinâmica existente na época de forma profunda e com diversos debates teóricos.

É notório a intenção dos autores em trazer novos debates historiográficos, como por exemplo a cultura, economia e escravidão indígena na América Colonial, pois vai de encontro a historiografia tradicional que apresenta aos indivíduos uma única versão da História, a lacuna existente não permite o avanço de questões tão contundentes nos dias atuais e os autores demonstram preocupação em mitiga-las.

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