O Departamento de Fundamentação da Educação
Por: Paulo josé • 11/10/2020 • Trabalho acadêmico • 1.295 Palavras (6 Páginas) • 170 Visualizações
[pic 1] | Universidade Federal da Paraíba Centro de Educação Período letivo: 2020.1 Departamento de Fundamentação da EducaçãoDisciplina: História da Educação II Turno: Noite |
Discente: Paulo José Gomes Costa Mat.: 20190122412
AVALIAÇÃO - I UNIDADE
Mediante as leituras dos textos trabalhados em aula, igualmente às vivências como futuro profissional da educação, se faz necessário discutirmos sobre a importância da história para a educação. Não apenas porque a educação e a organização pedagógica da escola vêm se transformando ao longo dos séculos, mas também porque essas mudanças fazem parte e constituem nossa identidade profissional nos dias de hoje.
A história, embora seja uma área do conhecimento distinto da pedagogia, possui muitas raízes dentro dela. É por meio da história que entendemos nossas próprias ações, posicionamentos e realidade. Podemos entender a educação como ato de produzir direta e intencionalmente em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens, ou seja, tudo que constituímos, debatemos, institucionalizamos, como por exemplo a educação, é base para as mudanças futuras. (SAVIANI, 2013.) Para que possamos formar relevantemente novos educadores, devemos oportunizar e condicionar o conhecimento da história e toda sua aura de criticidade.
Vivemos em sociedade, isso significa dizer que estamos inseridos em um certo contexto cultural e tempo que vai se transformando ao passar dos anos. Isso significa que tanto o modelo de educação, quanto a organização pedagógica que conhecemos hoje não surgiu do nada, e sim é fruto de diversas transformações que vão sendo significadas e ressignificadas temporalmente. Se hoje conhecemos a escola como local de construção de conhecimento, baseado em certa organização e que obedece em sua maioria a certos padrões, é porque no passado, vários embates e ações foram sendo geradas e experimentadas. Questões como a obrigatoriedade escolar, a responsabilidade estatal em oferecer a educação, a estrutura arquitetônica da escola e salas de aulas tiveram seu início no século XIX. (SOUZA, 2011).
Atualmente sabemos como é necessário a existência de organização dos alunos em salas de aulas, a identificação dos níveis, o tempo correto de matricula e jornada. Todavia, essa modernização é resultado de uma série de experimentações mostrada pela história em nosso cenário da educação. Foi por meio de legislações e relatos de professores que, pelo contato com o modo individual, mutuo, simultâneo e misto, no século XIX, vivenciaram e deram base ao que depois se tornaria a escola graduada, palco de grandes avanços em relação a práticas existentes e símbolo de uma modernização pedagógica.
O primeiro modo de organização e representação de modernidade na organização, fonte histórica de nossa construção de conhecimento foi o modo de ensino mútuo. No século XIX um novo fenômeno estava cada vez mais demandando uma mudança a nível estatal e consequentemente educacional no Brasil, a industrialização. Se antes o ensino bastava ser individual, caracterizado pela ausência de um programa específico, silêncio, coerção e, digamos que a passos lentos de um modo de ler e escrever, agora se necessitava de mudanças. Universalizar o ensino para a formações de mais trabalhadores para desenvolver as funções mais baixas, marcado pelo ideal estatal de racionalização e identidade nacional era necessário para o progresso nacional, e isso claro reverberou na educação.
Eram características do ensino mútuo uma grande quantidade de alunos por espaço, sendo possível assim difundir mais o ensino à população. Uma grande rigidez no controle do tempo, disciplina e o auxílio de monitores nesses espaços. Essas características se ligam diretamente ao modelo econômico industrial que estava se configurando, sendo adotados até hoje, por exemplo, em algumas formações e modelos educacionais que visam uma formação mais específica para a atividade laboral. Embora não tenha sido o modo mais utilizado, ele foi de suma importância para a modernização pedagógica, principalmente quando utilizado com o modo simultâneo.
O modo simultâneo foi um avanço na organização pedagógica em meados do século XIX, marcado principalmente por uma divisão de sistemas de programas, agrupamento dos níveis de conhecimento e a jornada uniforme de matrícula e ensino. Mesmo não sendo totalmente implementado, sofrendo variações entre as províncias, além da existência de um ensino misto entre os modos característicos de cada, porque as realidades no brasil eram distintas, os pressupostos do ensino simultâneo foram importantes para a organização das salas de aulas estruturadas atualmente e o ideário do que imaginamos hoje como escola.
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