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O Leviatã - Resumo

Por:   •  21/6/2016  •  Resenha  •  2.718 Palavras (11 Páginas)  •  214 Visualizações

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Disciplina: História Moderna II

Professora: Fabrina

Aluno: Hiago Sales Lima

Hobbes observou a guerra civil inglesa e assistiu a transição do iluminismo, as duas condições de extrema pobreza, desalinho e guerra; portanto sua obra traz uma preocupação pela ordem e pela paz. Seu objetivo é de um estado forte e monárquico, e toda a sua obra é escrita no sentido de explicar essa posição. No capítulo XIII, ele diz qual seria o estado natural do homem fora do convívio social, e a conseqüente miséria, a guerra de todos contra todos, que estaríamos sujeitos sem um poder comum. Dessa forma ele associa a tese da necessidade de um poder totalitário como forma de atingir a paz e a felicidade.

Hobbes primeiramente estabelece que os homens são tão iguais quanto às capacidades do corpo e do espírito de modo que todo homem pode respirar aos mesmos benefícios. Explica que o mais fraco de força física pode vencer o mais forte seja por uma maquinação secreta (truque, trapaças, artimanha), ou por se unir a outros em iguais condições. Quanto às capacidades do espírito exclui da condição de igualdade as que não são naturais como aquelas que necessitam de palavras e as ciências. Ele destaca o discernimento como uma capacidade do espírito que todos podem igualmente possuir. E ainda nos faz pensar que cada homem supõe ser mais sábio que o povo, como demonstração da igualdade quanto às faculdades do espírito entre os homens.

Ele provém de uma igualdade quanto a esperança, capaz de levar dois homens que desejam uma mesma coisa ao mesmo tempo, mas que não pode ser possuído por ambos, a destruírem ou submeterem ao seu oponente, pois a possibilidade de ambos possuírem é igual. Ele nota que tais disputas são principalmente pela própria conservação e às vezes é apenas para seu próprio agrado. Dessa forma, ele conclui, um invasor não irá temer em facilitar forças para privar outro não só do objeto desejado, mas da vida e liberdade, e que uma vez atingido esse objetivo o invasor se opõe a posição ficando na posição de perigo em relação aos demais. De acordo com Hobbes a melhor forma de se garantir dessa desconfiança do ataque do invasor é pela antecipação, ou seja, se submetendo seja pela força ou pela armadilha.

Dominar todos os homens que puder nada mais é do que a própria proteção, e aqueles que se mantêm dentro de modestos limites não buscando aumentar o seu poder durante as invasões, mas apenas se defender, não irá subsistir durante muito tempo. Hobbes explica que se compraz em admirar o próprio poder e que leva seus atos além do que a segurança exige que se mantenha. Ele cita, que na inexistência  da carência deste poder que se impõe os homens sentem desprazer da companhia uns dos outros, pois o valor que cada um dá para si é o mesmo que espera que seus semelhantes lhe concedam, e caso não consiga esta valorização o homem busca, pelo uso da força, alcançar essa atribuição, e se não tiver poder capaz de dominar irá se esforçar por destruir uns aos outros.

Então, na natureza do homem, Hobbes encontra três causas de desavença. A primeira é a competição, que leva os homens a buscarem o lucro, e sua força é usada drasticamente para conseguir se tornar senhor de outros. A segunda é a segurança, onde procuram se proteger e usam a violência para se defender. E a terceira é a glória, que leva o homem a buscar prestígio e cujo ato de violência se dá por mixaria. Essa condição natural do homem é de “todos os homens contra todos os homens” (Hobbes, 1979, pg. 75) e que se contraria ao momento em que há um poder comum capaz de manter todos em respeito. Hobbes explica que esse estado é o estado de guerra e sua duração é por tempo indeterminado, a qual a vontade de travar batalha é abastadamente conhecida e não apenas o tempo da batalha, para isso usa a identidade com o mau tempo, que é a tendência de chover e não apenas dois ou três chuviscos.

Neste estado de miséria, que o homem está protegido por sua natureza, Hobbes acrescenta que não há lugar para navegação, agricultura, comércio ou indústria, e que não se pode ter desenvolvimento intelectual, ou seja, não há sociedade; apenas o medo e perigo de morte e uma vida “solitária, pobre, sórdida, embrutecida e curta.” (Hobbes, 1979, pg. 76).

Em seguida, Hobbes mais uma vez vem nos dizer que para nossa experiência é preciso verificar se o que ele está oferecendo aparece na realidade, nos lembra que temos medo do outro e que tal fato pode ser verificado em nossos atos que buscam sempre nos proteger, como ao fechar as portas ou trancar os cofres. Ele acrescente aqui que não são os desejos ou as paixões o que são pecados, nem as ações que desta provém, pois não há leis que proíba, e para que haja leis é necessário determinar quem deverá fazê-las.

Hobbes observa que esse comportamento de contradição a aquele em quem diz a verdade chamando esses atos de embrutecimento, pode ser observado não só no individuo, mas em grupos, como os povos selvagens da América ou daqueles que tendo conhecido um governo pacífico, caem em uma guerra civil. Ele também nota como o mesmo embrutecimento também aparece nos reis e nas pessoas dotadas de autoridade totalitárias, pois tem continuamente espiões nos territórios na qual fazem fronteiras, mas nesse caso ele defende usando o argumento que por meio deste comportamento protegem seus súditos da miséria que estariam condicionados em seu estado de liberdade.

Então ele diz que a condição de todos contra todos não é injusta, pois não havendo leis que determinem a ação justa, não pode haver injustiça. Para que ocorra justiça é necessário ter leis e para tal é necessário um poder comum. A justiça, diz Hobbes, não é uma faculdade do física ou do espírito, pois se assim fosse existiria em um homem quando ele estivesse sozinho; mas é uma faculdade do homem em sociedade. E acrescenta que na condição natural o homem não possui nenhuma forma de propriedade, pois só pode ter aquilo que for capaz de conservar.

Ele finaliza dizendo que essa é a condição miserável que o homem encontra quando faz uso de sua natural liberdade, e aponta que a possibilidade de fugir dela e seguir para a paz reside em si mesma, e são o medo da morte, o desejo da vida tranquila e a esperança de consegui-las pelo trabalho. Então introduz o capitulo seguinte onde irá discutir as normas dentro das quais o homem pode chegar a acordo.

No capítulo 17, T.Hobbes atesta que o fim deste é o da segurança particular, fazendo com que  os homens cumprissem certas regras que deixam a vida em sociedade, porém, mais que isso, a segurança de cada um, pois o Estado é o responsável por vigiar e julgar os seus cidadãos, dando a certeza de que a multidão daquele Estado está segura ali dentro.

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