O Trabalho de América III
Por: robertofreitasff • 6/12/2023 • Trabalho acadêmico • 537 Palavras (3 Páginas) • 57 Visualizações
Roberto de Freitas Filho
Matrícula 201810169111
Tópicos especiais de América III
Professora Izabel Pimentel
A apropriação de crianças latino-americanas (com ênfase na Argentina e Uruguai) entre 1960 à 1980 foi fruto de uma repressão concebida na ditadura civil militar que assolava a região constantemente. O termo “botim de guerra” é utilizado variadas vezes ao decorrer do texto pois trás a ideia de que os sequestros visavam punir o lado oposto na tentativa de gerar um apagamento do inimigo interno, inimigo esse denominado o grupo social que era subversivo ao sistema ditatorial imposto. Enrique Serra Padre lista em sua análise algumas alternativas para a realização dos furtos, sendo eles encarados como forma de castigar os familiares das crianças, um possível interrogatório de crianças mais providas de discernimento, obtenção de maior cooperação com base na chantagem emocional, o já falado “botim de guerra” e por fim, o objetivo de educar as crianças com uma ideologia contrária à dos pais.
O TDE (Terrorismo de Estado) era o veiculador desses raptos, encobrindo os vestígios legalmente, passando as crianças raptadas para uma adoção legal forjada com falsas testemunhas, documentos e datas.
Particularizando as situações, as Abuelas registraram quatro tipos de apropriação concretos:
1º) apropriações perpetradas por seqüestradores, os quais intervieram diretamente na desaparição ou assassinato dos pais e no roubo, desaparição e apropriação das crianças;
2º) apropriações realizadas por cúmplices, os quais tiveram uma intervenção direta no desaparecimento-apropriação das crianças, embora sem ter vínculo direto no desaparecimento dos pais. São apropriadores com cumplicidade no saque;
3º) apropriações cometidas por falsificadores, os quais, conhecendo a origem da criança, falsificaram seu nome, seu nascimento, sua origem e sua história, registrando-a como própria;
4º) apropriações perpetradas mediante “adoção”, ou seja, por quem “adotou” as crianças para que a instituição de adoção encobrisse a apropriação.
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Na contramão das ações ditatoriais, uma organização denominada Abuelas De Mayo foi erguida por avós as quais haviam perdido seus netos ou até mesmo seus próprios filhos durante o período de instabilidade política pois o governo acreditava que o comunismo era hereditário. Acima, separei os modelos de investigação utilizados pelas Abuelas em busca da verdade e de seus entes familiares. Com amparo internacional, a organização ajudou a criar a CLAMOR (Comitê de Defesa dos Direitos Humanos para os Países do Cone Sul) onde obtiveram força midiática para expor tais acontecimentos que antes aconteciam atrás das cortinas. Além do reforço em trabalhos relacionados aos direitos humanos, as abuelas estenderam seu legado com o passar do tempo, mais precisamente prova de abuelidad, que consistia na comparação de DNA para reconstituição do “elo” familiar perdido após o rapto.
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