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RESENHA : Raízes do Brasil

Por:   •  2/10/2018  •  Resenha  •  1.270 Palavras (6 Páginas)  •  510 Visualizações

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RESENHA

Holanda, Sergio R. Raízes do Brasil. São Paulo: Campanhia das Letras, 2000.

1. BIOGRAFIA

SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA (1902-1982): Sociólogo e historiador; nascido em São Paulo, cursou a Faculdade de Direito no Rio de Janeiro, onde exerceu a profissão de jornalista. Foi professor da Universidade do Distrito Federal (1936-1939), posteriormente foi professor de História na USP (1958-1969); lecionou também na Universidade de Roma à época em que foi adido cultural em Roma (1954-1955) e estagiou como professor visitante nas universidades americanas de Yale, Nova Iorque e Indiana. Foi um dos fundadores da Esquerda Democrática (1946), do qual se originou o Partido Socialista, e do Partido dos Trabalhadores (PT). Entre suas principais obras, registram-se: Raízes do Brasil (1936), Primórdios da Expansão Paulista no Fim do Século XVI e Começo do Século XVII (1948), Da Escravidão ao Trabalho Livre Brasil (1948), Da Escravidão ao Trabalho Livre (1948), Visão do Paraíso – Motivos Edênicos no Descobrimento e Colonização do Brasil (1959). Foi diretor e co-autor da História Geral da Civilização Brasileira.

2. RESUMO DA OBRA

Raízes do Brasil é uma obra que pretende traçar o perfil da formação sócio-político da sociedade brasileira, apontando a miscigenação enquanto elemento imprescindível para a formação cultural brasileira, destacando nesta obra a importância da influência portuguesa. Através da oposição dos tipos como o aventureiro e o trabalhador Holanda compara os processos de colonização de Portugal e dos paises anglo-saxões, concluindo que o tipo de colonização empregado em terras brasileiras influenciou não somente em aspectos políticos e econômicos, mas na constituição social e ética do povo brasileiro.

 

3. RAÍZES DO BRASIL

Raízes do Brasil é um ensaio que trata sobre a formação econômica, social e política do Brasil, analisados a partir de um viés webberiano que prioriza o entendimento da história do Brasil, a partir da compreensão da mentalidade e dos costumes dos colonizadores, índios e negros. O livro pode ser dividido em duas partes: sendo que a primeira trata do nosso passado colonial; da colonização portuguesa em comparação com a espanhola e do homem cordial. A segunda faz uma crítica às mudanças políticas e sociais das décadas de 30 e 40, principalmente uma crítica ao Estado Novo. A obra é de um valor histórico-social inestimável tornando-se um clássico entre os pensadores que trataram da formação histórica e cultural do Brasil.

Sérgio Buarque de Holanda, nos primeiros capítulos de Raízes do Brasil, descreve as características dos povos ibéricos, portugueses e espanhóis, destacando as peculiaridades de cada um. Procura mostrar como se deu o processo de colonização nas Américas e principalmente no Brasil. Por isso, ele fala de nossa herança ibérica (Portugal e Espanha), mostrando as características desses povos e suas diferenças, e como isso contribuiu para a formação de nossas "raízes". A análise da herança cultural dos portugueses feita da oposição entre dois tipos ideais de colonizador, que ele caracteriza pelas dualidades sugestivas: o trabalhador e o aventureiro, o ladrilhador e o semeador, para Holanda, os povos ibéricos, tanto portugueses quanto espanhóis, teriam sido predominantemente aventureiros, ou seja, teriam feito uma colonização que primava pela exploração comercial das matérias-primas da colônia, não se preocupando tanto com o cultivo sedentário da terra que caracteriza a labuta do trabalhador. Estas características aventureiras possuem em parte caráter positivo e diametralmente negativo, um dos caracteres positivos é a plasticidade ou a facilidade de adaptação e identificação com a nova terra e seus nativos. O português americanizava-se e africanizava-se conforme fosse preciso, diferentemente das outras raças européias, que não conseguiram adaptar-se à região, esta facilidade influenciou na colonização e expansão da ocupação do território brasileiro.

Além do caráter aventureiro tão importante para a expansão da ocupação do Brasil, Holanda continua a sua abordagem comparando as características dos povos ibéricos com os anglo-saxões destacando as diferenças na economia e na política. Sendo que, tanto na economia, como na vida política, Holanda constata que existe um tradicionalismo peculiar a toda vida da colônia brasileira, fato que se caracteriza na economia pelo patriarcalismo e na política pelo personalismo.

Para Holanda, o patriarcalismo se transforma na estratégia mais eficaz de se estabelecer um processo econômico que tem por base o mercantilismo e a predominância da família enquanto célula social e o centro da organização da riqueza. Neste modelo, não há espaço para os arremates do individualismo burguês, ou para as idéias liberais, aja vista que para o tradicionalismo engendrado na elite colonial, liberalismo é sinônimo de abolicionismo, palavra impraticável para os senhores de engenhos. Outro ponto interessante sobre o conjunto da economia colonial do Brasil se diz respeito a interferência do espírito aventureiro e a desvalorização do trabalho manual e mecânico, pontos basilares para o desenvolvimento do germe da industrialização de um povo, que aqui foi barrado tanto por interferências da metrópole sobre a colônia como por sentimento e apego as atividades especulativas tão amadas e reverenciadas pela ética aventureira do povo lusitano.

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