Resenha critica sobre o texto " história da educação: uma disciplina um campo de pesquisa"
Por: avidaaa • 3/6/2021 • Resenha • 1.057 Palavras (5 Páginas) • 1.190 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI – UFPI
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – CCE
DOCENTE: SOCORRO ANDRADE
ÁVIDA RODRIGUES MATOS
Resenha crítica sobre o texto “História da Educação: uma disciplina, um campo de pesquisa” da autora Eliane Marta Teixeira Lopes
Eliane Marta Teixeira Lopes é graduada em pedagogia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1969), concluiu mestrado em educação pela mesma Universidade (1980) e doutorado em Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1984). Têm experiência na área de Educação, com ênfase em História da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: história da educação, psicanálise e história, religião e história da formação de professores.
História da Educação: uma disciplina, um campo de pesquisa, é uma obra que procura analisar, historicamente, quando e como a História da Educação surgiu, como ela se desenvolveu no Brasil e se a História da Educação seria, sem si, um campo de pesquisa. O texto é dividido em dois tópicos: Uma história do campo e do que tradicionalmente se estudava e Novos objetivos, novas fontes.
O primeiro tópico: Uma história do campo e do que tradicionalmente se estudava, apresenta como se desenvolveu a disciplina História da Educação, como a história da educação é mais uma disciplina de pedagogia doque propriamente de história. No texto, a autora fala que tanto os professores, como os alunos e como as escolas, precisam de respostas imediatas para os problemas que surgem cotidianamente na educação, e a história da educação surgiu para cumprir esse papel e ajudar na formação dos professores(as). O estudo da História da Educação se dá pela compreensão do presente e na intervenção do futuro através do estudo do passado, afim de não cometer os mesmos erros que já foram cometidos.
A história da educação está diretamente ligada a pedagogia e a área da educação está ligada a um etos teológico. Assim, algumas pesquisas mostraram que em sua maioria, até recentemente, os professores e autores de livros sobre a história da educação eram membros ou ex-membros de ordens religiosas, católicas ou protestantes. A história da educação estar diretamente ligada a pedagogia era um problema, pois dificultou sua constituição como uma área propriamente dita, independente.
Os pesquisadores da história da educação, tanto no Brasil como no mundo têm uma formação bem diversificada, como por exemplo: pedagogos, historiadores propriamente ditos, filósofos da educação, etc. Ademais, para ser um profissional da história da educação competente, é preciso de uma formação rigorosa e específica e mergulhar de cabeça na área.
Por um tempo, a história da educação ensinada nas graduações de educadores era restrita apenas a História Geral da Educação. Tem-se conhecimento que somente na década de 1970, se inicia nos cursos de pedagogia, o início de uma disciplina que trata sobre a História da Educação no Brasil. Nos últimos tempos, a área da história da educação passou por uma revolução, tanto na sua metodologia, quanto na expansão de seus objetivos e fontes.
No segundo tópico: novos objetos, novas fontes, aborda sobre a renovação que ocorreu no estudo da história da educação, sobre o alargamento e diversificação de suas fontes e objetos. Foram criadas associações cientificas assim como foi feita a realização de eventos. A história da educação no brasil, nas décadas de 1970 e 1980 foram muito influenciadas pelo marxismo e pela nova história, o que fez com que a história da educação adquirisse uma nova face, mostrando-lhes novas fontes e novos objetos de pesquisa.
O tópico também fala sobre como os historiadores da educação narravam as suas fontes de pesquisa de forma linear, progressivo, excluindo qualquer resquício de que havia algum tipo de retrocesso ou ambiguidade, dava a entender que os acontecimentos históricos, dados por marcos políticos e econômicos continuamente caminhavam em direção ao progresso.
Tendências historiográficas como a Escolas dos Annales e a chamada História vista de baixo, que colocavam holofotes nas camadas esquecidas da sociedade como crianças, mulheres, trabalhadores, foi uma verdadeira revolução na seleção dos objetos de pesquisa da História da Educação. Os pesquisadores começam a valorizar temas como o funcionamento interno das escolas, o cotidiano e a cultura escolar, o currículo e as disciplinas estudadas, os agentes educacionais tanto os professores como os alunos, os livros didáticos etc. Durante muito tempo não se havia curiosidade como eram a educação de negros, indígenas ou como se dava a educação feminina e hoje são assuntos fundamentais para se entender o que foi e o que se tornou a educação brasileira. Por muito tempo também ocorreu de generalizarem a qualidade e formas de ensino no Brasil, onde se faziam pesquisas em áreas mais fortes economicamente e davam como realidade para todo o país, porém, graças aos estudos localizados e aprofundados a realidade é diferente.
O tópico também aborda sobre como a Historia da Educação do Brasil continha poucas inovações, os trabalhos pesquisados continham poucas reflexões e resultados, e como os trabalhos produzidos na década de 1970 e 1980 carregam o marxismo estrutural são uteis para fornecer explicações sobre a educação em cada período da história brasileira, porém, pouco auxiliam na compreensão da cultura no passado, como o cotidiano nas escolas ou o lugar das minorias como mulheres, negros e indígenas. A autora finaliza o tópico falando sobre como ainda é escasso os livros didáticos sobre a História da Educação em si, uma das alternativas para o fim desse problema é a produção de coletâneas, onde pesquisadores se juntam e assim cada um escreve um capítulo sobre suas reflexões, formando, assim, um livro.
História da educação: uma disciplina, um campo de pesquisa, é um texto que se dedica a estudar a trajetória da história da educação no Brasil e suas influencias ao redor do mundo, como ela se tornou uma disciplina no ensino superior, sobre seus pesquisadores, objetos e óticas de ensino, tudo isso pela visão de Eliane Marta Teixeira Lopes.
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