Resenha do da Obra de Walter Benjamin
Por: Amanda Picoli • 11/4/2017 • Resenha • 2.413 Palavras (10 Páginas) • 401 Visualizações
RESENHA DE HISTÓRIA
O modo de produção capitalista influenciou toda a sociedade, inclusive a cultura, porém, na cultura, houve certa dificuldade em atingir todos os setores presentes. Com a influência do capitalismo na cultura e na arte, surgem novos conceitos a respeito disso.
A reprodutibilidade técnica foi um dos novos conceitos que surgiram. Essa ideia de reproduzir sempre esteve presente nas artes, pois os discípulos copiavam seus mestres, mas a reprodução técnica é um novo processo, quem vem se desenvolvendo por meio da xilogravura, litografia e fotografia, levando criação do cinema. A autenticidade também faz parte dos novos conceitos de arte. Mesmo que uma reprodução de alguma obra seja perfeita, a sua autenticidade, ou sua existência única se perdem. As reproduções desvalorizam o aqui e agora da obra de arte (sua aura). A autenticidade de uma obra é tradição passada de geração em geração. Assim sendo, A reprodução substitui a existência única, pela existência serial, resultando no abalo da tradição, se relacionando com os movimentos de massa. Com modo capitalista a aura é destruída. A aura é a figura singular, a aparição única de uma coisa distantes, mas que ao mesmo tempo está perto. Observar em repouso uma paisagem, uma montanha, é respirar a aura delas. Com essa definição é possível identificar os fatores sociais que condicionam o declínio da aura. São esses fatores a difusão e intensidade dos movimentos de massa.
A estátua de vênus estava inscrita numa tradição entre os gregos, a utilizando como objeto de culto, e na tradição da idade média que a colocava como um objeto inútil e prejudicial, sendo comum às duas tradições a aura da obra. A arte em seus princípios era usada como forma de culto. As primeiras obras serviam como rituais mágicos e religiosos. Porém com o advento da fotografia levou a arte a uma proximidade de crise. Principalmente com a invenção da chapa fotográfica a reprodutibilidade de obras de arte não é mais parte de um ritual, mas passa a fazer parte da política. Pode -se perceber isso em produções cinematográficas, que são criações de uma coletividade, o cinema falado inicialmente um retrocesso, pois a barreira linguística ainda estava presente. Mas ao mesmo havia a ênfase que o fascismo estava dando aos interesses nacionais. As tentativas de estabilizar as formas fascistas, levaram o cinema a se a investir ainda mais na indústria cinematográfica. Numa perspectiva externa o cinema falado aumentou a produção cinematográfica.
É possível reconstruir a história da arte a partir do valor de culto e o valor de exposição. O efeito de culto praticamente obriga a obra a manter-se escondida e só vista por determinadas pessoas ou espíritos, isso se dá desde a pré-história até a Idade Média. Esse valor de culto, levou a obra a ser considerada como um objeto mágico, e foi só mais tarde que a obra de arte obteve valor de exposição. Pode-se notar esses dois efeitos no cinema, os primeiros filmes retratavam o ritual da vida cotidiana, mas com o tempo deixaram de ter esse valor, passando a retratar diversos temas.
A fotografia fez com que o valor de culto fosse perdendo espaço, porém não tão rapidamente, pois as primeiras fotografias eram retratos de rostos, trazendo a aura de cada fotografia, pois eram consideradas recordações. Em 1900 Atget, fotografou as ruas de Paris, deixando de lado apenas fotografias de retratos. Mas com a fotografia, em revistas e jornais se torna obrigatória a presença de legendas em cada foto, para que o leitor fosse orientado, esse método foi condicionado ao cinema, para que as imagens fossem compreendidas.
Os gregos davam às suas obras um valor de eternidade, pois essas obras não eram reproduzidas posteriormente. No nosso tempo as obras são reproduzidas em larga escala, por exemplo, os filmes, mas assim como os gregos requer uma coisa: a perfeição. Mas diferentemente da estátua criada pelos gregos que eram feitas a partir de um único bloco de mármore, os filmes são sequências de imagens que são juntadas.
No século XIX houve uma controvérsia entre a pintura e a fotografia, sendo parte de uma transformação histórica. Por não fazer mais parte dos fundamentos de culto a arte perdeu qualquer aparência de autonomia, mas a época não se deu conta da refuncionalização da arte. Houveram discussões que tentavam decidir se o cinema seria ou não um tipo de arte. Alguns autores compararam o cinema a hieróglifos, tentando introduzir o efeito de culto, mas Werfel destaca que a tendência do cinema de incorporar o cotidiano em suas produções cinematográficas é que o impede de ser considerado uma arte.
Fotografar um quadro é um modo de reprodução, mas fotografar em um estúdio um acontecimento fictício não é, sendo assim o objeto fotografado não é uma obra de arte. Mas na melhor das hipóteses uma obra surge a partir da montagem no qual cada fragmento é um tipo de reprodução. Podem ser destacados alguns acontecimentos não artísticos no filme, como por exemplo, o ator de cinema não atua em frente a um público, mas sim a diretores, executivos que podem interferir a qualquer momento. Mas do ponto de vista social essa intervenção é boa, pois faz parte de um teste. O teste feito pelo ator de cinema serve para analisar se ele passa com êxito as provas exigidas ou não. O intérprete de um filme não representa diante de um público, mas diante de um aparelho que está sendo monitorado e analisado pelo diretor. Diversos desafios devem ser vencidos ao atuar, como refletores, microfones, esse mesmo desafio de trabalhar perto de máquinas está presente nas fábricas e balcões durante o dia e noite.
Pirandello salienta o lado negativo do processo do ator de atuar em frente a um aparelho. Para ele, o ator se sente exilado, pois ao representar diante de uma câmera, ele perde sua substância, pois ele se perde em uma imagem em uma tela, que depois some. Com a representação do homem por meio do aparelho, a auto alienação toma a cena, e é transportável para onde ela possa ser vista pela massa. Além disso, a massa controla as ações do ator, mesmo que invisivelmente. O capital do cinema estimula o estrelato, tirando a magia da personalidade e colocando o ator como uma mercadoria.
A arte contemporânea seria mais eficaz quando se orientasse pela reprodutibilidade. Mas a arte dramática seria a que mais enfrenta crise. Pois a arte dramática é caracterizada pela atuação sempre nova e originária do ator. Quando um ator de teatro aparece no palco ele entra em um papel, e isso é negado ao ator de cinema, pois a gravação e atuação é feita por montagens e dependem de vários fatores externos. Além disso situações que devem acontecer nos filmes
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