Resenha do texto Folclore, Antropologia e História social

Resenha do texto Folclore, Antropologia e História social.

Lucineide de Jesus Santos

THOMPSON, Edward Palmer. Folclore, antropologia e história social. In: As peculiaridades dos ingleses e outros artigos. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2001.

No texto Folclore, antropologia e História social, Thompson faz um estudo sobre a sociedade pré-industrial inglesa, uma sociedade marcada pelos costumes e práticas que são transmitidas de geração em geração através da oralidade, são costumes que para Thompson é considerado como cultura. Para fazer tais estudos ele utiliza como fonte os materiais folclóricos, tentando assim compreender a cultura popular e o ritual, para Thompson são problemas que se aproximam-se mais da antropologia social, que da história econômica. Os materiais folclóricos utilizados por Thompson foram escritos por viajantes, que passavam pela Inglaterra e observavam os ritos e costumes, e os descreviam como folclore, essa eram consideradas folcloristas e não tinha total compreensão sobre a realidade da história da Inglaterra.

Edward Palmer Thompson, nasceu na cidade de Oxford na Inglaterra. É conhecido como um dos maiores historiadores do século XX. Aderiu ao partido comunista Britânico, mas, desvinculou-se do partido em 1956, após as denúncias sobre as práticas Stalinistas, alguns anos mais tarde já em 1980 atuou como pacifista antinuclear. Voltou a lecionar em 1988 em Ontário no Canadá. Thompson produziu alguns artigos sobre a história do trabalho e da cultura e vários livros, “a formação das classes operárias editada em 3 volumes, costumes em comum, as peculiaridades dos ingleses” etc.

Edward Palmer Thompson, é representante da história social inglesa, ele trabalha com a cultura de classe, partindo de algumas considerações Marxista para trabalhar as “classes”. Ele procura fazer proposições para o estudo da cultura fazendo uma crítica ao marxismo, essencialmente ao conceito de infraestrutura e superestrutura, segundo o autor não se pode entender o sistema agrário de pequenos produtores sem investigar práticas hereditárias, pretendo seguir Thomas e Natalie Zemon Davis, para eles o estimulo antropológico não se traduz na construção do modelo, mas na identificação de novos problemas.

Metodologicamente Thompson trabalha com a ideia de experiência de empirismo, usando várias fontes e menos teoria, para ele não se pode utilizar uma teoria para explicar uma sociedade como toda, cada uma tem que ser analisada de maneira diferente e com suas próprias particularidades, cada história deve ser inserida dentro de seu próprio contexto. Thompson estudou bastante sobre a revolução industrial, tentando compreender a consciência plebeia do século XVI

O texto, Folclore, antropologia e história social, é muito bem trabalhado pelo autor, no qual ele deixa claro que é necessário fazer uma reanalise dos materiais, que foram a muito tempo recolhido e fazer novas perguntas para recuperar os costumes perdidos e as crenças que os embasavam. Thompson ainda faz uma discussão sobre as mulheres, que raramente eram vistas como atores de primeira ordem política, militar e até mesmo econômica, entende-se que as mulheres eram como se fossem símbolos de rituais, quando Thompson fala da “venda” delas, eram pratica que não podiam ser