Resumo Idade Média

Umberto Eco

A Idade Média para o autor é limitada apenas que é período que o Império Romano se desmancha, juntando a cultura latina, o cristianismo e os povos que invadiram onde um dia foi o Império Romano, originando a Europa, suas nações, as instituições e as línguas que ainda hoje falamos.

O que a Idade média não é

A idade média não é um século, seu começo é no ano de 476 e.c., com a queda do Império de Roma até o ano de 1492, ano de descobrimento da América e expulsão dos mouros na Espanha. São 1016 anos, período que não foi imutável o modo de viver e pensar, onde ocorreram inúmeros fatos históricos estudados hoje na escola (invasões bárbaras, renascimento carolíngio, feudalismo, expansão árabe, nascimento de monarquias europeias, Cruzadas, Carlos Magno, Cristovão Colombo, Dante, a conquista de Constantinopla…)

Houveram muitas idades médias.

Alta idade média, vai do fim do império romano até carlos magno.

Idade média de transição, renascimento do ano 1000

Baixa idade média, época em que Dante conclui sua Divina Comédia.

A idade média não é um período exclusivo da civilização europeia, nestes séculos floresce uma grande civilização árabe no oriente, e clandestinamente na Europa circula uma cultura hebraica. Fronteiras de tradições não eram tão nítidas como hoje. A idade média ocidental é caracterizada por resolver os contributos de outras épocas e de outras civilizações segundo a perspectiva cristã.

Os séculos medievais não são a Idade das Trevas, antes do ano 1000, a idade média era um período de indigência, fome e insegurança. Pobres e ricos esqueléticos, comendo qualquer tipo de bicho morto e até mesmo sequestrando viajantes ou crianças para canibalismo. A população era menos numerosa e mais débil nos períodos pós queda de Roma, sendo ceifada por doenças endêmicas (tuberculose, lepra, úlceras, eczemas, tumores) e epidemias como a da peste.

Somente no início do novo milênio, com a reforma de Carlos Magno, com feudos e abadias, fomentando novas culturas e avanços tecnológicos, como melhor manobrabilidade do cavalo, criação de novas âncoras, lemes e velas de navegação, possibilitando maior expansão. Após o ano 1000 também há uma maior concentração de centros urbanos em volta de catedrais e a divisão social de clero, guerreiros e camponeses, característicos da Alta Idade Média.

Surgimento de trovadores, intelectuais e obras primas da literatura.

A idade média não tinha só uma visão sombria da vida, a idade média identificava-se muito com a luz, a cor. Representados em mármores, metais, pedras preciosas. Igrejas góticas escuras, mas com diversos vitrais coloridos e entradas de luz.

A civilização da idade média vivia em ambientes escuros, florestas, câmaras de castelo, compartimentos estreitos mal iluminados pela lareira, mas não devem ser julgadas apenas por como é, mas pela maneira como se representavam.

A idade média não é uma época de castelos torreados como os da Disney,

os castelos comumente atribuídos a idade média são imaginados pelo romantismo, por vezes reconstruídos ou restaurados, quando na verdade o castelo feudal consistia numa estrutura de madeira erguida numa elevação do terreno, rodeado por uma trincheira defensiva, somente a partir do século XI são construídas muralhas em volta para maior proteção em caso de cerco e aos poucos foram ganhando torres de guarnição, as trincheiras transformando-se em fossos cheios de água. Os castelos da idade média estavam longe de ser iguais às representações fabulosas.

A idade média não ignora a cultura clássica, embora tenham sido perdidos os textos de muitos autores antigos, eram conhecidos muitos deles, porém por vezes um autor era conhecido apenas num mosteiro com a biblioteca bem fornecida e desconhecido em outro. Porém, havia muita sede por conhecimento e busca por manuscritos antigos.

A idade média não repudiou a ciência da Antiguidade, uma interpretação polêmica do positivismo do século XIX que defendia que a idade média rejeitou todos os achados científicos da Antiguidade Clássica para não contradizer as Sagradas Escrituras. Na Idade Média já se tinha noção de que a Terra é esférica, os mapas eram puramente indicativos, eram representados numa superfície bidimensional por conveniência e seria inútil representar o outro