Síntese Vídeos Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira
Por: Rafaelcvz • 14/3/2021 • Resenha • 1.416 Palavras (6 Páginas) • 179 Visualizações
KOLYNIAK FILHO, Carol.Educação Física: uma (nova) introdução / Carol Kolyniak Filho – 2. Ed. Revista. – São Paulo : EDUC, 2008. Resenha Autor Carol Kolyniak Filho é graduado em Educação Física e Técnicas Desportivas pelas Faculdades Integradas de Guarulhos (1978), possui mestrado em Educação (Psicologia da Educação) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1993) e doutorado em Educação (Psicologia da Educação) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1999). Atualmente é Associado da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Membro de corpo editorial do Discorpo. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Ensino-Aprendizagem. Atuando principalmente nos seguintes temas: Educação Física, Metodologia de ensino, Desenvolvimento e aprendizagem, Conceitos sobre o corpo e a motricidade, Concepções naturalistas e Mudanças conceituais. Introdução O autor busca relacionar algumas definições de "educação" e de "físico", analisando e conceituando-os, e promove que para chegar a uma resposta deve-se analisar uma concepção de mundo, de homem e de sociedade, ou seja, tudo depende do contexto em que tudo se insere. Nessa discussão, Kolyniak Filho (2008) relaciona três definições do significado de educação física, de acordo com o contexto e intenção para qual ela é utilizada, definindo-a como: Conjunto de práticas sistematizadas, em contextos institucionais ou informalmente, visando desenvolver as propriedades motoras do organismo humano; Componente curricular de processos educacionais formais; Área de conhecimento, que estuda determinados fenômenos através de métodos científicos e sistematiza o conhecimento produzido, podendo constituir teorias. E todos esses significados se constituíram a partir de práticas sociais concretas de acordo com o cenário político-social de cada época. Podendo ela, então, ser compreendida como um "agente" no processo de transformação da sociedade. Capítulo I Neste capítulo, o autor apresenta a Educação Física como conjunto de práticas sistematizadas, alegando que desde os primórdios o homem tem sempre se movimentado exercendo atividades motoras no seu processo de sobrevivência e esse exercício foi determinado pela interação entre as necessidades orgânicas vitais e as características ambientais, desenvolvendo-se de forma instintiva e impensada. O homem primitivo tinha a necessidade do movimento para suprir suas necessidades, e esse movimento era gerado pelo instinto de sobrevivência. Com a maior evolução do homem surgiu a organização social e o trabalho cooperativo pela sobrevivência. Essa evolução desencadeou a divisão social do trabalho que a cada vez mais passou a intermediar as relações entre o indivíduo e a natureza. A atividade cooperativa representa um marco no desenvolvimento do psiquismo humano, dando a entender que as atividades devem ser coordenadas e integradas num objetivo comum. A especialização de funções e papéis socialmente determinados limitou a atividade motora dos humanos mas iniciou a atividade intelectual, gerando produtos culturais que eram expressos por meio de objetos como instrumentos, casas, objetos decorativos, em símbolos através dos desenhos e palavras e também através dos movimentos corporais como jogos, rituais e danças. Levando em consideração tudo isso, provavelmente, os fenômenos físicos e as transformações da natureza foram os objetos iniciais da cognição humana, que passou a destacar posteriormente os processos subjetivos e as relações sociais. O ser humano passou a se preocupar com o rendimento motor e isso pode ser comprovado com a descoberta de documentos históricos de civilizações antigas como Grécia e Egito. Com essa evolução a pratica de exercícios deixava de se tornar somente uma necessidade, pois o homem já buscava praticá-los com o intuído de desenvolver suas destrezas físicas para a finalidade bélica e estética. Podemos ver nas práticas de atividades motoras sistemáticas dois exemplos de ideologias: uma que sua finalidade é o lúdico, a ética judaico-cristã; e outra com finalidade higiênica (como a ginástica calistênica), estética (como o balé clássico) e pedagógica (como a ginástica escolar), a tradição greco-romana. Atividade motora sistematizada é a prática que envolve a participação de grande parte da musculatura e que são realizadas regularmente por seus praticantes. Dentre essas atividades, Kolyniak Filho (2008), cita os exercícios ginásticos, movimentos cíclicos, lutas, enfrentamento de ambientes adversos, atletismo, jogos, dança e acrobacia como exemplos. Com o esporte a competição passava a se tornar uma prática social específica, mas que não se confunde com a educação física. Isso porque o esporte possui sua própria trajetória e característica. Kolyniak Filho (2008) também ressalta que com a grande influência da pesquisa na área da fisiologia do esforço, foram desenvolvidos métodos de treinamento e conceitos de qualidades físicas fundamentais como: força, flexibilidade e resistência que fazem parte das capacidades físicas. Assim como o esquema corporal, a orientação espaço-temporal e a coordenação motora são capacidades psicomotoras. Estas capacidades por mais que distintas se completam e propõem como o objetivo das atividades motoras sistematizadas a saúde, educação, reabilitação, adestramento militar, desenvolvimento das atividades esportivas e ascese religiosa. Contudo, todos esses objetivos são determinados de acordo com o contexto cultural e sociopolítico em que as referidas práticas ocorrem. Capítulo II O tema mais questionado nesse capítulo são os métodos da educação física e a mesma definida como um componente de currículos educacionais formais, ou seja, tratando-a como apenas uma área de conhecimentos a ser estudada. Essa visão melhor se expressa por existirem diversos métodos de educação física escolar como o método da ginástica calistênica, o método alemão, o método francês, o método natural austríaco, a educação física desportiva generalizada e a psicocinética. Os objetivos fundamentais relacionados com a ginástica escolar entre 1837 e 1930 centravam-se em duas preocupações básicas: saúde e a eugenia (preocupação com a melhoria da raça). No Brasil esse objetivo tomou novos rumos com o golpe militar de 1964, durante o período ditatorial a educação física valorizou o esporte e as competições internacionais implementando como objetivos centrais a melhoria da aptidão física da população, o aumento da participação estudantil e popular nas práticas desportivas e o aprimoramento técnico dos desportistas desviando-os dos interesses das questões políticas. Em outras palavras, em relação à educação física como componente educacional formal ainda possuem objetivos pedagógicos que giram em torno do pensamento crítico sobre o corpo e movimento em geral, da busca da criatividade da motricidade e de uma maior consciência sobre o corpo, incorporando mais os conhecimentos da psicologia e da sociologia na construção de novas orientações metodológicas. Capítulo III Nesse capítulo o autor discorre da educação física como área de conhecimento, alegando que as supostas técnicas de melhorar um desempenho motor geraram metodologias próprias pra o ensino e aprimoramento de habilidades motoras isoladas, ou seja, a partir do momento em que se começou a buscar princípios gerais para fundamentar a compreensão de processos de aquisição, aperfeiçoamento e ensino de qualquer habilidade motora, estabeleceu-se a base para a caracterização de um novo campo de conhecimento. Usando da existência de um conjunto de conhecimentos (psicologia, fisiologia, anatomia, etc.) sobre o corpo e a motricidade humana e dos princípios metodológicos gerais aplicáveis ao ensino e ao treinamento de desempenhos motores possibilitou a emergência de uma categoria profissional com identidade própria: a dos professores de educação física. Manoel Sergio, outro estudioso da área também dá seu posicionamento, ele alega que a educação física deve tornar-se uma ciência da motricidade humana, definida como uma ciência da compreensão e explicação das condutas motoras, visando ao estudo de constantes tendenciais de motricidade humana, em ordem de desenvolvimento global do indivíduo e da sociedade, e tendo como fundamento simultâneo o físico, o biológico e o antropossociológico. A tese que da educação física como área de conhecimento enfraquece, quando além de um objeto de estudo, os estudiosos da própria educação física precisam buscar uma metodologia de pesquisa adequada para a produção de conhecimento a respeito de tal objeto. Análise Crítica De um modo geral, discorda-se da posição do autor da referida obra em relação aos conceitos de educação física de três maneira diferentes. Acredita-se que a educação física se trata de um movimento que engloba um conjunto de práticas sistematizadas, um componente curricular e uma área de conhecimento que engloba outras áreas de conhecimento. Ou seja, ela não pode ser avaliada de modo unilateral, porque se trata de um conhecimento especifico abrangente, que um dia já foi uma prática sistematizada e ainda é, assim como é um componente curricular que está em vigor em todas as escolas e também uma área de conhecimento porque através da graduação forma profissionais no ramo. A educação física trata-se de uma área que busca de modo abrangente englobar todas as outras áreas do conhecimento usando um pouco de cada método de aprendizagem e desenvolvimento. Em outras palavras ela é um estudo de compreensão, porque parte do particular para o geral, isto é, utiliza de vários conhecimentos específicos e individuais para formular uma nova forma de conhecimento.
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