Tópicos Idade Média
Por: Patrícia Paiva Manguinhas • 21/4/2022 • Resenha • 1.166 Palavras (5 Páginas) • 94 Visualizações
- com a queda do império romano em 476 e a organização da sociedade feudal, assistiu-se à formação de vários reinos no na região europeia. Um desses reinos, era o reino Franco, que se tinha formado na Gália.
- o primeiro rei dos francos foi Clóvis I, coroado em 496, que se converteu ao catolicismo, da dinastia merovíngia;
- Clóvis unificou os diferentes povos francos a oeste do Reno, na Gália e batizou-se em Reims em 496. Foi o primeiro rei bárbaro a aderir à religião romana, cujo cristianismo estava implantado no império desde 392;
- após a sua morte o reino foi dividido pelos seus quatro filhos e partir de 511 os Francos da Gália continuaram a expandir-se, para a Provença e a Borgonha, embora com rebeliões e esquemas sucessórios sangrentos devido à implantação da lei sálica.
- a partir de 679, Pepino de Heristal, mordomo do palácio em Aachen, assumiu o controlo do reino, dando origem à dinastia carolíngia, estendendo o domínio franco até à Frísia, após a batalha de Tertry em 687; esta dinastia ascendeu devido ao enfraquecimento dos merovíngios e à formação de uma rede de vassalagem graças à confiscação de terras pela igreja e o apoio dado a essa mesma igreja.
- em 695 enviou um monge a Roma, abrindo assim uma aliança da monarquia franca com o papado, baseada numa interdependência entre política e religião.
- o seu filho e sucessor, Carlos Martel, fortaleceu as fronteiras, derrotando as forças muçulmanas na Batalha de Poitiers em 732, consolidando a aliança entre os francos e a igreja católica.
- foi responsável pela submissão dos povos germânicos, com exceção dos Saxões, impondo-lhes um tributo e abrindo caminho à sua conversão ao cristianismo;
- “Carlos Martel não era um instrumento da igreja” (NICHOLAS, 1999, pp. 141) e utilizava as suas terras, que tinham sido doadas pelos reis, para financiar a organização militar;
- Depois da sua morte, os seus filhos, Pepino o Breve e Carlomano, estavam mais recetivos à persuasão de Bonifácio – monge benedito, a quem o papa Gregório II comissariou para formalmente converter os germânicos que viviam a leste do Reno – pelo que se serviu destes para “reorganizar a Igreja franca através de uma série de sínodos.” (NICHOLAS, 1999, pp. 141).
- em 747 Carlomano retirou-se para um mosteiro e em 751 o próprio Bonifácio, através da sagrada unção, proclamou Pepino como rei, ato que era reservado aos sacerdotes, mostrando assim o apoio do papado ao seu governo. Esta ajuda teve um preço e Pepino passou a maior parte do seu reinado em Itália a combater os inimigos do Papa, e em 757 entregou as suas conquistas ao papado, algo que que Carlos Martel se tinha recusado a fazer.
- Antes de morrer, pepino repartiu o reino entre os seus dois filhos, Carlos, que mais tarde se tornaria Carlos Magno e Carlomano.
- Carlos Magno ascende ao trono em 771 após a morte do seu irmão, unindo assim a Europa sob o domínio de um rei só, e entre 772 e 814, estendeu os seus domínios até ao norte de Itália e os territórios germânicos, fundando o Sacro Império Romano-Germânico.
- “Ao longo dos anos 790, efetuava campanhas militares quase todos (…) e nomeava francos para os cargos elevados, germanizando, a pouco e pouco, a nobreza europeia,” (NICHOLAS, 1999, p. 143), nunca tentando impor uma lei constante ao mesmo tempo que honrava os costumes locais dos povos que ia subjugando, à exceção dos saxões.
- Carlos Magno era considerado um rei teocrático, vendo-se como um representante de Deus, com a missão consagrada de defender o povo cristão e disseminar a salvaguarda da fé. “O imperador é o guardião da paz universal, tem de garantir a ordem terrestre, que deve refletir a ordem divina. Deve conduzir a cidade terrestre para a cidade de Deus” (FORQUIN, 1986, pp. 19-20).
- em 774, CM apropriou-se do reino de Desidério (seu sogro) e coroou-se a si próprio rei dos Lombardos, o que fazia dele o príncipe mais poderoso de Itália.
- Desde Carlos Marte que os francos detinham a supremacia na Germânia, Carlos Magno apenas oficializou a conquista, enquanto ia estabelecendo bispados, ducados e a organização por condados entre o Reno e o Elba. Por outro lado, no norte, os saxões, que eram pagãos, tinham sempre resistido aos francos, sofreram campanhas militares entre 772 e 804, acabavam por voltar à sua antiga religião.
- Carlos Magno sempre protegeu as igrejas, os funcionários e as suas propriedades. Nesta altura, as igrejas arrecadavam um décimo da propriedade, do trabalho e de todos os impostos que chegassem ao tesouro real. Governando uma área mais vasta que qualquer outro desde os imperadores romanos, “o imperador bizantino (…) era o senhor temporal da cidade de Roma” (NICHOLAS, 1999, pp. 144). Incapaz de controlar os nobres de Roma, o papa Leão II acabou por ser preso, pedindo ajuda a Carlos Magno, como rei dos Lombardos. Foi para Roma, convocou o sínodo e ilibou o papa os crimes de que era acusado. Por este gesto, Leão II coroou Carlos Magno em Roma no dia de natal de 800, declarando-o assim imperador e Augusto, embora em 802 tivesse repetido a coroação em Aachen, removendo a coroa das mãos de um padre, coroando-se a si próprio, proclamando que tinha recebido o poder imperial diretamente de Deus.
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